Chuva até embaralha, mas pista seca alavanca protagonistas de sempre na MotoGP em Assen

A MotoGP encarou uma sexta-feira (24) molhada no primeiro dia de treinos para o GP da Holanda. Na parte da manhã, a pista estava completamente ensopada, a ponto de os pilotos aquaplanarem e levantarem dúvidas em relação à segurança da pista. De tarde, com a trégua da chuva, a situação melhorou um pouco, o que permitiu até mesmo que os slicks vissem a luz do dia. E foi assim que os meninos de ouro da temporada terminaram como protagonistas: Francesco Bagnaia ficou na liderança, diante de Aleix Espargaró e Fabio Quartararo. Ou quase isso.

Horas após o fim dos treinos, o Painel de Comissários da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) anunciou uma punição ao piloto da Aprilia, que usou um defletor de água na roda traseira enquanto calçava um par de slicks, o que é vetado pelo regulamento. Por causa disso, a entidade que regulamenta o esporte cancelou todos os tempos do terceiro stint do piloto de Granollers, o que o fez cair de segundo para último, mais de 8s atrás do ponteiro — a diferença, vale destacar, é resultado das condições de pista e não de um problema de performance.

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A julgar pelo balanço do dia de trabalho, Aleix não tem lá grandes razões para ficar desesperado.

“É sempre importante começar forte, então estou satisfeito com estas primeiras duas sessões. Especialmente no molhado nesta manhã, eu fui rápido e tive um bom feeling, mesmo em condições que, certamente, não são as minhas favoritas”, comentou Aleix. “Com a pista seca nesta tarde, só pude fazer algumas voltas no fim da sessão, mas ainda consegui encontrar bom ritmo, o que, de fato, me surpreendeu um pouco”, admitiu.

“Então estamos prontos para encarar qualquer situação. Estamos sempre torcendo pelo seco, uma condição em que podemos realmente nos divertir aqui em Assen”, comentou.

Mas não é bem assim. Os melhores tempos do fim de semana foram feitos com slicks em um trilho de pista seca que se formou com a trégua da chuva. E a previsão para o TL3 de amanhã cedo é de pista ensopada. Ou seja, Aleix dificilmente terá chance de garantir um espaço no top-10 combinado para passar direto ao Q2.

Diferente da casa de Noale, contudo, na Ducati correu tudo às mil maravilhas. Com 1min33s274 na melhor das 19 voltas que fez na sessão vespertina, Pecco assegurou o melhor tempo e ficou mais do que satisfeito com o desempenho da Desmosedici.

“Esta manhã, eu terminei em 11º, pois eu não tive a chance de melhorar nos minutos finais da sessão, mas, de fato, a minha sensação com a moto foi boa desde o início”, contou Pecco. “As condições desta tarde foram realmente complicadas, mas ainda conseguimos fazer uma boa quantidade de voltas rápidas com os pneus slicks”, comentou.

“Estou muito satisfeito com este primeiro dia e agora seguimos trabalhando nesta direção”, frisou.

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Assim como todos os demais, Fabio Quartararo foi diretamente beneficiado pelo revés de Aleix e avançou para a segunda colocação. Ainda assim, o resultado do líder do campeonato já tinha sido positivo e expressado um enorme salto, já que passou de 17º no TL1 para o top-3 na sessão da tarde.

“A pista molhada desta manhã foi complicada, e eu não quis correr nenhum risco”, contou Fabio. “Claro, nossa posição ficou bem distante da primeira por causa disso”, justificou.

Vivendo ótima fase, Quartararo comentou que a YZR-M1 tem ótimo potencial com pista molhada, mas melhor ainda no seco.

“Sabemos que o nosso potencial é muito maior no molhado do que isso, mas não tão alto quanto no seco”, reconheceu. “De tarde, tive uma ótima sensação, mesmo que em condições complicadas. Eu normalmente tenho dificuldades nesta área. Estou me sentindo bem feliz e confiante”, comemorou.

Do outro lado dos boxes, Franco Morbidelli ficou com o 17º tempo, mas acabou ainda pior, já que recebeu uma punição por ter atrapalhado Enea Bastianini durante o TL2.

“Me sinto bem quando as condições de aderência não são tão altas. Consigo mostrar meu potencial, mas aí precisamos melhorar em outras condições. Preciso usar melhor a moto para extrair o potencial máximo dela”, assumiu. “No momento, é difícil fazer isso quando tem aderência, mas o potencial está lá e vamos seguir tentando”, assegurou.

“Lamento pelo erro que cometi. Saí da pista e, acidentalmente, atrapalhei Enea e fui punido por isso”, declarou.

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Ainda lidando com os efeitos da fratura no punho sofrida na Catalunha, Álex Rins garantiu o terceiro melhor tempo e, mais do que isso, conseguiu realizar parte do trabalho que não teve a oportunidade de fazer no teste coletivo de Barcelona.

“Hoje foi bem bom tanto no molhado quanto no seco”, avaliou Rins; “De manhã no TL1, senti que foi bem arriscado, pois a pista tinha muita água parada e o spray era ruim”, contou. “Começamos o TL2 no molhado também, mas, no fim, secou, o que aconteceu incrivelmente rápido!”, elogiou.

“Tive um pouco de dor no meu punho, mas sinto que estou progredindo bem. Hoje eu também tive a oportunidade de testar um dos pacotes aerodinâmicos, o que não pude fazer no teste da Catalunha. Foi útil e vamos checar os dados”, concluiu.

Companheiro de Pecco na Ducati, Jack Miller foi 0s559 mais lento que o líder dos trabalhos e reforçou que o acerto base preparado no teste de Barcelona voltou a funcionar também em Assen.

“No TL1, as condições foram desafiadoras, pois tinha muita água parada na pista, mas os níveis de aderência não eram tão ruins, e a sensação com os pneus era boa”, comentou. “Nos últimos minutos do TL2, calçamos os slicks usando o acerto base que adotamos depois do teste de Barcelona, que me permitiu ser competitivo na Alemanha. Parece estar funcionando muito bem aqui também, e agora temos de fazer alguns pequenos ajustes para amanhã. No geral, foi uma boa sexta-feira, e agora será importante ser capaz de ir bem no TL3 de amanhã de manhã também”, ponderou.

O terceiro treino para o GP da Holanda de MotoGP , em Assen, acontece neste sábado, às 4h55 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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