Ducati tarda a despertar e vê sonho do título ficar distante em 2022. Mas não impossível

Depois de entrar em 2022 como favorita absoluta ao título deste ano do Mundial de Pilotos graças à performance da Desmosedici no ano passado, a GP22 demorou a engrenar, o que fez a casa de Bolonha perder terreno na briga pelo campeonato. Para piorar, Francesco Bagnaia teve uma primeira temporada de muitos tropeços, o que ajudou a colocar os italianos ainda mais longe

QUARTARARO CRESCE E MARCA DIFERENÇA NA PRIMEIRA METADE DA MOTOGP 2022

Parecia tudo pronto para um ano de domínio da Ducati, mas, como diz o ditado popular, nem tudo que reluz é ouro. Depois de fechar 2021 com a Desmosedici rotulada como a melhor moto do grid, a casa de Bolonha veio para a temporada cercada de boas expectativas, mas descobriu tarde demais que tinha nas mãos uma GP22 para lá de manhosa. Fosse Toto Wolff o chefe dos vermelhos, provavelmente o protótipo teria sido chamado de ‘diva’ no começo do ano.

De alguma forma, o ‘mago’ Gigi Dall’Igna errou a mão com a nova moto e o começo de ano do time de fábrica — e também de Johann Zarco, Jorge Martín e Luca Marini, que contam com a GP22 — foi muito mais turbulento. Os resultados demoraram a chegar. No GP do Catar, abertura do campeonato, o titular da VR46 foi o único com moto do ano a pontuar, mas somou só três pontos.

WEB STORY
▶️ Como está o grid da MotoGP para a temporada 2023?

Johann Zarco é o melhor classificado entre os pilotos da Ducati no Mundial de Pilotos (Foto: Gold & Goose/Red Bull Content Pool)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2.

As duas primeiras vitórias da Ducati no ano vieram pelas mãos de Enea Bastianini, da Gresini, que corre com a GP21, a moto do ano passado. A GP22 só foi ao topo do pódio no GP da Espanha, sexta prova da temporada, quando Francesco Bagnaia, enfim, conseguiu aplacar a seca. Antes, Zarco tinha conseguido dois pódios — foi terceiro na Indonésia e segundo em Portugal — e Martín, um — segundo na Argentina — com o protótipo do ano.

Apesar dos tropeços, iniciais, a Ducati não teve problemas no Mundial de Construtores. Com oito motos no grid de 2022, a casa de Borgo Panigale esteve sempre entre os maiores pontuadores das etapas, o que lhe mantém confortavelmente no topo do ranking de classificação.

Esse campeonato, porém, não é o que mais importa. A perseguição da Ducati é pelo Mundial de Pilotos, uma conquista que não vem desde 2007, quando Casey Stoner deu à marca o único título da história. De lá para cá, a casa hoje comandada por Claudio Domenicali até chegou perto, mas nunca conseguiu repetir o feito.

Diferente do que era de se esperar, Bagnaia sequer é o ‘ponta de lança’ da Ducati em 2022. Zarco partiu para as férias com a terceira colocação na classificação, com 114 pontos, 58 a menos que o líder Fabio Quartararo, que busca o bicampeonato da MotoGP. Pecco vem só em quarto, oito pontos atrás do piloto da Pramac.

Único garantido na equipe oficial no próximo ano — e com contrato assinado até 2024 —, Bagnaia teve uma primeira parte de temporada tumultuada, com quatro abandonos, apenas um deles causados por um rival: Takaaki Nakagami tirou o piloto de Torino do GP da Catalunha ainda na primeira curva da disputa.

Os tombos foram decisivos para esse atraso elástico em relação ao líder Quartararo, mas Pecco já mostrou que achou a performance na Desmosedici. Às vezes, faltou paciência, foco, concentração. Mas, quando tudo isso estava lá, Bagnaia se mostrou mais do que capaz de fazer o trabalho.

Com nove corridas ainda pela frente, restam 225 pontos em disputa. Ou seja, dá perfeitamente para tirar a diferença de Fabio. Mas Bagnaia terá de usar o remédio do francês: ‘El Diablo’ sequer tem a melhor moto do grid — e sabe ~e reclama~ disso —, mas foi inteligente ao longo de todo o campeonato. Jogou na tática e esteve sempre entre os protagonistas. Somou o máximo de pontos que pôde, sempre que pôde.

Quartararo construiu a liderança do Mundial na base da regularidade e não deixou passar nenhuma oportunidade. Quando pôde vencer, foi lá e subiu ao topo do pódio. Se quiser virar o jogo em favor da Ducati, é exatamente isso que Bagnaia terá de fazer. Tempo ele ainda tem.

MotoGP agora entra em férias e volta à ativa apenas no dia 7 de agosto, com o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

LEIA TAMBÉM
# Quem subiu, desceu ou surpreendeu até aqui na MotoGP 2022
# Suzuki anuncia acordo com Dorna e oficializa saída da MotoGP ao fim de 2022
# Dovizioso vê trajetória completa e anuncia aposentadoria da MotoGP em 2023
# Marc Márquez avança em recuperação e é liberado para fisioterapia 42 dias após cirurgia
# Quartararo é agraciado com Ordem Nacional da Legião de Honra na França
# Suzuki inicia contagem regressiva de adeus melancólico à MotoGP em 2022
# KTM volta a se perder na MotoGP e precisa buscar forças para se reerguer em 2022

PUNIÇÃO A QUARTARARO É MAIS UM ATO INCOMPREENSÍVEL DOS COMISSÁRIOS DA MOTOGP
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.