Bastianini diz que ignorou múltiplas punições na Catalunha de propósito: “Não concordei”

Enea Bastianini assumiu que deixou de cumprir as punições impostas pela direção de prova durante o GP da Catalunha de domingo (26) de propósito. O italiano da Ducati alegou que não concordou com a pena inicial e, por isso, decidir ignorar a mensagem que “muito clara” que recebeu no painel da Desmosedici.

Bastianini recebeu uma volta de longa de punição por ter cortado a pista na curva 2. Como não cumpriu, a punição dobrou. Como seguiu ignorando a ordem, o #23 recebeu uma ride-through, mas tampouco acatou. Ao fim da disputa, o italiano recebeu 32s de acréscimo ao tempo de prova, caindo de nono para 18º.

Após a corrida em Montmeló, Enea negou qualquer problema de comunicação e assumiu que ignorou a punição por escolha.

“O painel era muito claro! Mas não concordei”, disse Bastianini rindo.

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A Ducati apoiou publicamente a decisão de Bastianini, que alega que evidências em vídeo exibidas na reunião que teve com a direção de prova após a corrida corroboram o caso.

O #23 explicou que saiu da pista na curva 1 durante uma disputa com Álex Márquez e percorreu o trecho da volta longa antes de voltar à pista. A primeira punição ao piloto foi, justamente, por ter cortado este trecho da pista. O regulamento exige que o piloto seja pelo menos 1s mais lento neste tipo de cenário.

Enea avalia que Álex Márquez merecia uma punição pela agressividade, mas defende que, além de não ter opção a não ser sair da pista, também perdeu mais do que 1s.

“Eu ultrapassei Álex na reta e, quando chegamos na freada, freei muito, muito tarde, mas ele freou mais tarde do que eu e me empurrou para fora da zebra”, relatou. “A única solução era cortar a chicane. E eu também perdi tempo, pois segui a linha da volta longa”, justificou.

“Eu esperei pelo ‘ceda uma posição’ para Álex, mas aí chegou a punição da volta longa… para mim! Não concordei e decidi continuar sem a volta longa”, assumiu. “Sei que não é a escolha correta, mas temos de fazer alguma coisa, pois nada muda. Toda corrida tem algo para explicar [aos comissários] e, para mim, isso não é correto”, observou.

Ainda, Bastianini explicou que Davide Tardozzi, chefe da Ducati, apoiou a postura dele durante a corrida em Barcelona.

“Davide e toda a equipe concordaram com a minha decisão, eles entendem o que aconteceu”, contou. “Depois da corrida, fui até Davide explicar o problema e ver melhor o vídeo. No início, [os comissários] acharam que [a decisão deles] estava correta, a volta longa. Depois, disseram: ‘ok, não’”, relevou.

O assessor de imprensa da Ducati, então, fez uma breve intervenção: “Eles viram que a decisão deles estava errada”.

“Também tentei recuperar a minha nona posição na corrida. Mas a direção de prova não pode fazer nada, pois, para eles, não perdi tempo quando entrei na pista outra vez”, continuou Bastianini. “E eu disse: ‘não, não, não. Chequem melhor o vídeo. Eu perdi 1s’. Sei que, se cortar a chicane, [tem de perder tempo]. Estava junto com Álex e, quando voltei para a pista outra vez, Álex estava 200 metros à frente”, detalhou.

Mesmo que concorde com o argumento de Enea, a direção de prova estava de mãos atadas, pois o regulamento da MotoGP determina que ‘nenhuma apelação pode ser feita contra a decisão de nenhum dos juízes de fato no exercício de suas funções, incluindo [entre outras coisas] a punição da volta longa imposta para a sprint ou a corrida no mesmo dia’.

“Sim, é impossível”, comentou Bastianini. “Isso é uma loucura, mas é assim”, frisou.

A MotoGP volta a acelerar já no próximo fim de semana, com o GP da Itália, em Mugello, 7ª etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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