Quartararo dá sinais contraditórios e deixa no ar planos de futuro com ou sem Yamaha
Contrato de Fabio Quartararo com a Yamaha chega ao fim em 2024, mas não dá para dizer com certeza o que o francês pretende fazer. Às vezes, parece que as mudanças internas foram o bastante para renovar a confiança de ‘El Diablo’ no projeto. Outras, parece que o divórcio é mesmo questão de tempo
Fabio Quartararo está no último ano de contrato com a Yamaha, mas, até agora, não dá para ter certeza das intenções do francês. Fato é que ‘El Diablo’ almeja uma moto melhor, mas são tantos sinais contraditórios que, ao menos nesse início de temporada, não dá para saber qual direção o #20 pretende seguir.
Não é de hoje que Quartararo pressiona a Yamaha por melhoras. E a própria casa de Iwata sabe que precisa entregar competitividade para reter o campeão de 2021. Mas é fato, também, que a YZR-M1 deste ano não entregou o salto esperado.
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Só que também é inegável que mudanças foram feitas, especialmente na gestão da equipe. Diretor da Yamaha, Lin Jarvis falou em abandonar o conservadorismo e ser mais aventureira, mudando uma postura que vinha incomodando tem tempo. A chegada de Massimo Bartolini, novo diretor-técnico, é chave nesse sentido.
Mas será o suficiente?
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2024 é um ano em que a maioria dos contratos chega ao fim. As exceções são Johann Zarco e Luca Marini, fechados com a Honda até 2025, Brad Binder, que renovou com a KTM até 2026, e Francesco Bagnaia, também garantido na Ducati pelas próximas duas temporadas. Além disso, Fermín Aldeguer assinou com a casa de Borgo Panigale por dois anos, podendo renovar por mais dois.
Mesmo assim, restam muitas vagas no grid. A melhor delas, sem dúvida, é a que fica ao lado de Bagnaia na Ducati, mas Quartararo não é uma opção. A marca de Bolonha tem um enorme cartel de talentos e, se Enea Bastianini não ficar, Jorge Martín é o primeiro da fila para ocupar essa posição.
A outra boa opção é a KTM, que melhorou muito e está já muito próxima do nível da Desmosedici. Mas, por lá, também há pouca esperança. A posição mais frágil é a de Jack Miller, mas, saindo o australiano, não há dúvidas de que o lugar será ocupado por Pedro Acosta.
Restam, então, as opções de Aprilia e Honda. Mas não faz sentido algum trocar uma japonesa pela outra, uma vez que a crise da marca da asa dourada é ainda pior.
Sobra, então, a casa de Noale. A RS-GP é uma boa moto, que já se mostrou capaz de vencer. Mas que também tem mostrado certa irregularidade.
Mesmo assim, é inegável que a Aprilia hoje tem uma moto melhor do que a Yamaha. Mas será que isso simplifica a escolha de Fabio?
O #20 já deixou claro que notou as mudanças feitas no funcionamento da equipe, o que não ajuda muito na hora de decidir. Se nada tivesse mudado, seria mais fácil dar as costas para a marca dos três diapasões, não?
“Tenho que decidir em breve e será uma questão pessoal ver o que vou fazer no futuro. Honestamente, vivi situações piores na Moto2, sem saber onde correria no ano seguinte. A possibilidade de sair ou ter ofertas não me estressa e nem me afeta, de jeito nenhum”, pontuou Fabio ao francês Canal+. “Há uma escolha a ser feita e não é fácil. Sei que preciso fazer em pouco tempo. Por um lado, vejo a Yamaha fazendo coisas que nunca vi em seis anos, com grandes mudanças. O outro lado é a possibilidade de pilotar uma moto que está na frente. Não será uma escolha fácil”, ponderou.
E aí entram os sinais. Tem quem leia como indício de saída o próprio fato de Quartararo andar distribuindo capacetes a integrantes da Yamaha. O que pode significar uma despedida ou apenas um gesto carinhoso. Mas um post recente no Instagram parece ainda mais intrigante.
Na última sexta-feira (29), Fabio postou um story com uma única frase: “Risco é sempre melhor do que arrependimento”.
Mas risco de que? Recusar a Aprilia, renovar com a Yamaha e a M1 não avançar nem em 2025? Deixar a Yamaha e a ver a marca japonesa evoluir?
Arrependimento de que?
Os sinais contraditórios estão aí para quem quiser ver. E, longe de uma certeza do próximo passo de Fabio, resta a dúvida se ele já sabe efetivamente qual o rumo que dará para a própria carreira.
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