GUIA 2024: Bagnaia tenta revalidar #1 em MotoGP de concorrência mais voraz

FRANCESCO BAGNAIA ENTRA NA TEMPORADA 2024 DA MOTOGP TENTANDO REVALIDAR O #1. O italiano conseguiu romper a ‘maldição’ no ano passado e assegurar o bicampeonato usando o número do campeão, mas agora vai tentar proteger o numeral vitorioso mais uma vez. Só que essa não é uma das tarefas mais simples.

Nos dois títulos, Pecco teve de encarar a disputa até a última corrida do ano: primeiro contra Fabio Quartararo e, depois, contra Jorge Martín. Só que a disputa de 2022 teve um cenário completamente diferente. O francês tinha nas mãos uma moto mais frágil, mas liderou boa parte da temporada graças a uma série de lambanças do adversário. Quando Bagnaia se endireitou, a derrota de ‘El Diablo’ se tornou iminente.

No ano passado, a coisa foi diferente. Ao confrontar Martín, Pecco encarou a mesma Desmosedici GP23 com que corria, transformando a disputa puramente em uma briga entre pilotos. Mesmo diante de um rival mais rápido — como ficou evidente com o número maior de vitórias do espanhol nas corridas sprint —, o italiano conseguiu se impor e assegurou o título com uma última corrida dominante.

Até aqui, Pecco provou que sabe lidar com a pressão. A de 2022, aliás, foi ainda maior, já que ele carregava nos ombros a responsabilidade de tirar a Ducati de uma longa fila. Mas as duas disputas também serviram para mostrar a evolução do jovem de Torino como piloto.

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A irregularidade do primeiro título saiu de cena, dando lugar a um piloto estável, que ficou fora do pódio em uma única das corridas que completou. Mesmo quando voltou à ativa imediatamente após um acidente horroroso na Catalunha, Pecco conseguiu se manter regular.

Agora, o italiano tem de apresentar uma nova versão, mas também em um cenário novo na MotoGP. No início do ano passado, quase ninguém via em Martín o rival pelo título que ele mostrou ser. Em 2024, o espanhol chega com uma espinha na garganta e disposto a terminar o serviço que começou.

Só que o #89 não será a única ameaça. Enea Bastianini sofreu com todo tipo de azar em 2023, mas, recuperado fisicamente, foi um dos destaques da pré-temporada. E, tendo o emprego para defender, a expectativa é de que o #23 volte àquela versão de 2022.

Mas nem só deles vive a MotoGP. A dupla da VR46 foi destaque no ano passado e tem tudo para repetir a dose. Fabio Di Giannantonio, aliás, tem uma certa expectativa para corresponder, já que se mostrou um piloto mais forte do que tinha sido até então.

E em uma Ducati que compartilha informações, Marc Márquez é maior incógnita. Agora na Gresini, o hexacampeão tenta se reencontrar após quatro anos do mais absoluto caos. O #93 sempre foi um piloto voraz e, se tiver a mais mínima chance de brigar, o fará sem pensar duas vezes.

A casa de Bolonha é hoje a mais forte construtora da MotoGP, mas as rivais não estão dormindo em cena. Aprilia e KTM se mostraram interessantes na fase de testes. A casa de Noale, mais uma vez, puxada por Aleix Espargaró, mas até Raúl Fernández atraiu uns olhares interessados. Do lado de Mattighofen, as esperanças ficam por conta de Brad Binder, mas Pedro Acosta chegou também sob os holofotes.

Em uma MotoGP onde reina a proximidade, ter rivais tão no ponto dificulta — e muito — o trabalho de Bagnaia na defesa do título, mas o noivo de Domizia já mostrou que uma capacidade impar de se manter focado mesmo no pior dos momentos. Moto para brigar, ele tem. E com a Ducati tão forte, fica a missão de reafirmar que o melhor piloto do momento brigando de igual para igual.

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