GUIA 2024: MotoGP tem poucos pilotos com futuro definido e muitos contratos no fim

Francesco Bagnaia fica na Ducati? Marc Márquez sobe para equipe principal já em 2025? Para onde vai Fabio Quartararo na próxima temporada? São algumas das peças do jogo de xadrez que será a formação do grid da MotoGP. Confira a situação contratual dos 22 pilotos

A DANÇA DAS CADEIRAS NA MOTOGP ATÉ COMEÇOU BEM, com o anúncio impactante da saída de Marc Márquez da Honda após onze anos e a chegada na Gresini para esta temporada. Mas, no fim, foram poucas as trocas em uma silly season tímida. Porém, o ano promete e muito, afinal, são diversos pilotos com contrato se encerrando ao final de 2024 e, aí sim, podemos ter mudanças significativas no grid.

Calma, leitor, fique conosco. Sabemos que passou pela sua cabeça: “mas cara, nem bem começou a temporada e vocês já estão falando em 2025?”. Porém, é importante destacar que as possíveis mudanças passam, sobretudo, pela principal moto a ser batida novamente este ano: a Ducati. Tem gente de olho em uma possível chance na equipe principal, e piloto que vai ter de mostrar muito serviço para seguir no time. Outra mudança impactante pode vir nos times de fábrica da Terra do Sol Nascente.

Bom, chega de chorumelas e vamos passar, tintin por tintin, a situação dos 22 motociclistas que vão alinhar no Catar no próximo fim de semana. Confira:

#1 Francesco Bagnaia (Ducati) – dez/2026

O atual bicampeão é o que tem a situação melhor encaminhada, embora tenha vínculo oficializado até o fim do ano. A equipe já dá como “questão de tempo” a renovação com Pecco, e o chefão Davide Tardozzi destacou que “as duas partes querem seguir juntas”, sem pressa para assinar o acordo. Nota da redação: A Ducati confirmou a renovação de Bagnaia até 2026.

Ducati planeja manter Francesco Bagnaia além de 2024 (Foto: Ducati)

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#23 Enea Bastianini (Ducati) – dez/2024

Bestia vai precisar mostrar desempenho desde a corrida 1 se quiser se garantir na equipe oficial da casa de Borgo Panigale. Após uma temporada difícil, em que ficou de fora por sete provas graças a uma lesão, terá de superar a desconfiança do time italiano. O chefe Tardozzi já afirmou que vai esperar a temporada se desenrolar antes de definir o companheiro de Bagnaia em 2025, mas elogiou a atuação de Enea durante a pré-temporada.

#21 Franco Morbidelli (Pramac) – dez/2024

Ficar fora da pré-temporada graças a um forte acidente não foi lá um grande cartão de visitas para o ítalo-brasileiro, mas Morbidelli ganhou uma nova chance ao trocar a Yamaha pela Pramac no lugar de Johann Zarco. Terá nas mãos uma das melhores motos no grid e chances sólidas de fazer um bom ano pela equipe, mas vai ter de conviver com a sombra de Fermín Aldeguer, cotado para a equipe em 2025.

#89 Jorge Martín (Pramac) – dez/2024

Contratado direto pela Ducati, o espanhol vice-campeão em 2023 tem uma faca de dois gumes na mão se seguir com o excelente desempenho do ano anterior. Para ele, ou é vaga na equipe principal ou o futuro é fora da garagem. Será um ano para mostrar que merece estar ao lado de Pecco no time titular em 2025. Ou buscar novo endereço, inclusiva nas fábricas rivais.

#73 Álex Márquez (Gresini) – dez/2024

O irmão de Marc tem mais uma chance de mostrar a que veio na MotoGP ao ganhar um voto de confiança da equipe quando a renovação foi anunciada, ainda em agosto de 2023. Agora, é ver se Nadia Padovani vai se impressionar com o trabalho de Álex para seguir na equipe de Faenza em 2025.

Marc Márquez trocou a Honda pela satélite Gresini (Foto: Gresini)

#93 Marc Márquez (Gresini) – dez/2024

Na troca que mais chamou a atenção no esporte a motor em 2023, o hexacampeão seguiu o coração e o ímpeto de vencedor ao mudar da Honda para a Gresini. Márquez não terá uma Desmosedici do ano, mas vai usar o protótipo do segundo título de Bagnaia. E nem bem chegou à equipe e já está na lista da Ducati para 2025.

#49 Fabio Di Giannantonio" target="_blank">Fabio Di Giannantonio (VR46) – dez/2024

O italiano contou com a vitória no GP do Catar para seduzir a VR46 e ser escolhido como substituto de Luca Marini em 2024 após ameaçar ser carta fora do baralho na MotoGP. Será a última oportunidade de Fabio na classe rainha do Mundial de Motovelocidade se não mostrar performance na equipe de Valentino Rossi?

#72 Marco Bezzecchi (VR46) – dez/2024

Marco apostou na VR46 com uma oferta em mãos para ir à Pramac nesta temporada. Com a renovação anunciada durante as férias de verão em 2023, o italiano abriu mão de ter a GP24 atualizada e apostou em ficar naquela que considera sua casa. Resta saber se Bezzecchi, terceiro colocado ano passado, seguirá em boa forma e manter o vínculo “familiar” com Alessio ‘Uccio’ Salucci e cia.

#12 Maverick Viñales (Aprilia) – dez/2024

O ‘Top Gun’ chegou a ser um dos nomes especulados para a vaga de Marc Márquez na Honda, mas a permanência na Aprilia pelo terceiro ano consecutivo foi garantida. O crescimento da RS-GP24 justificou a confiança de Maverick no projeto da equipe, mas agora, ele vai ter de mostrar serviço e conquistar vitórias. Em 2023, bateu na trave três vezes.

Maverick Viñales vai para o último ano na Aprilia (Foto: Aprilia)

#41 Aleix Espargaró (Aprilia) – dez/2024

Também um dos pilotos ventilados na fábrica da Honda para 2024, o espanhol vai para a oitava temporada na Aprilia e não pensa, nem por um segundo, em ficar de fora do grid da MotoGP. O veterano teve um ano consistente em 2023 com o sexto lugar no campeonato. Resta saber se equipe e piloto seguirão em sintonia como nos últimos tempos para Aleix estar na classe de 2025.

#25 Raúl Fernández (Trackhouse) – dez/2024

O espanhol foi a grande surpresa da pré-temporada da MotoGP com resultados consistentes, liderando uma das sessões no Catar. Com a chegada da Trackhouse após a saída da RNF, foi mantido para este ano, uma vez que o contrato é direto com a casa de Noale. Sob a batuta do experiente Davide Brivio, Raúl tem a promessa de receber a moto atualizada da Aprilia em algum momento de 2024. A ver se a performance vai garantir a renovação.

#88 Miguel Oliveira (Trackhouse) – dez/2024

A situação de Oliveira na Trackhouse é bem parecida com a do companheiro de equipe. A diferença é que o português vai ter a RS-GP24 primeiro que Raúl na temporada. O #88 é uma aposta da casa italiana para o futuro, mas também terá de mostrar a que veio logo de cara, já que alguns rumores sinalizam para o interesse de Noale em Enea Bastianini.

#5 Johann Zarco (LCR Honda) – dez/2025

O francês, oficializado na equipe satélite em agosto de 2023, veio para o lugar de Álex Rins, que se mudou para a Yamaha, com um contrato de dois anos e está nesta lista — por enquanto pequena — de pilotos garantidos para 2025. Aos 33 anos, essa estabilidade pode ser importante para o projeto de reconstrução dos japoneses na MotoGP.

Johann Zarco é um dos poucos garantidos para a temporada 2025 da MotoGP (Foto: LCR)

#30 Takaaki Nakagami (LCR Honda) – dez/2024

A experiência e conhecimento do japonês foi a chave para garanti-lo no grid por mais um ano na LCR. Os resultados, nem tanto. É a sétima temporada consecutiva de Nakagami na equipe e é tudo ou nada: a performance tem de aparecer e o duelo com Zarco promete ser interessante. A benesse dada pela MotoGP ao ter mais oportunidades de participar de mais testes ao longo do ano será a chave para desenvolver a moto e seguir com esperança de estar na classe em 2025.

#10 Luca Marini (Honda) – dez/2025

Outro piloto com estabilidade garantida nesta temporada, Marini é a aposta da Honda para o lugar de Márquez em 2024. Com a condição de um vínculo de dois anos aceita pelos japoneses, caberá a Luca responder positivamente à confiança da equipe. A meta está traçada: tirar a fábrica da lanterna e voltar a vencer na MotoGP.

#36 Joan Mir (Honda) – dez/2024

O campeão de 2020 teve um ano mais do que complicado com a RC213V e foi um dos recordistas de quedas na temporada passada. O momento da Honda, como é sabido, não é bom, mas a missão é, ao menos, travar um bom duelo com o novo companheiro de equipe. Tem de se destacar com os testes ao longo do ano e manter a paciência em dia para seguir no projeto japonês em 2025.

#31 Pedro Acosta (GasGas) – dez/2024

‘Baby Shark’ é o nome do futuro na MotoGP e ganha a primeira chance na classe rainha pela equipe satélite da KTM no lugar de Pol Espargaró. A casa de Mattighofen não divulgou claramente a duração do contrato de Acosta, mas deve ter lá recursos para não perder aquele que indica ser o maior prodígio da geração.

Pedro Acosta estreia na MotoGP em 2024 (Foto: Rob Gray/ Polarity Photo/ GasGas)

#37 Augusto Fernández (GasGas) – dez/2024

Até de forma inesperada, o espanhol vai para o segundo ano na satélite da KTM. Tem uma moto suficientemente boa para superar os resultados do ano de estreia, em que ficou na 17ª posição no Mundial de Pilotos, com um quarto lugar em Le Mans como melhor colocação na temporada.

#33 Brad Binder (KTM) – dez/2026

O sul-africano vai assistir de camarote a dança das cadeiras no grid da MotoGP, com contrato garantido até 2026. Binder é a aposta da KTM para o futuro na categoria e afirmou que a equipe deu um passo à frente na pré-temporada. Agora é dar o passo que falta para colocar a RC16 no topo da classe rainha.

#43 Jack Miller (KTM) – dez/2024

Miller somou 163 pontos em 2023, ficou com a 11ª colocação no campeonato e vai para o segundo (último?) ano na KTM querendo sair da sombra de Binder e mostrar que, de fato, tem condições de brigar com o companheiro por bons resultados na RC16.

#20 Fabio Quartararo (Yamaha) – dez/2024

O francês campeão de 2021 será a peça principal do jogo de xadrez que vai ser a formação do grid da MotoGP em 2025. Se o ano na Yamaha for ruim como foi no ano passado, Quartararo vai tentar deixar a equipe, que já admite o risco de perder ‘El Diablo’. O piloto terá um leque de opções bastante interessante para escolher. Mas a marca dos três diapasões lançou mão de mudanças para tentar conquistar a confiança do piloto.

Fabio Quartararo fica na Yamaha em 2024? (Foto: Yamaha)

#42 Álex Rins (Yamaha) – dez/2024

O espanhol trocou a LCR pela Yamaha e, mais uma vez, terá a oportunidade de estar em um projeto de reconstrução. Ex-Suzuki, Álex Rins foi um dos muitos que sofreram com a instável performance da RC213V no ano passado, mas foi da cama do hospital, pouco após conquistar a única vitória da Honda no ano passado, que garantiu o contrato com a Yamaha. Agora, a meta é manter e justificar a confiança da equipe para assinar um novo vínculo.

Confira o guia da MotoGP para a temporada 2024. Acesse aqui (Arte: Thiago Rocha)

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