Martín recorda ajuda de Aleix Espargaró no início da carreira: “Me deu casa e comida”

Jorge Martín aproveitou a primeira vitória de Aleix Espargaró na MotoGP para reconhecer a importância do catalão na própria trajetória profissional. Derrotado pelo piloto da Aprilia no GP da Argentina de domingo (3), o jovem da Pramac recordou a origem humilde e contou que o irmão de Pol lhe deu um teto e comida quando precisou.

Martín esteve perto de desistir da carreira quando jovem por falta de recursos financeiros, mas acabou seguindo adiante graças a uma vaga na Red Bull Rookies Cup. Ao longo caminho, encontrou em Aleix um apoio, já que recebeu dele a estrutura necessária para que ele pudesse se preparar para as corridas.

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“Ele é uma pessoa que me ajudou desde pequeno, desde que eu estava na Red Bull Rookies Cup”, comentou Jorge. “Me levava para treinar, me levava para a casa dele, me deu de comer, um lugar para dormir, me deu um teto, então estou super contente”, prosseguiu.

“Quando ele me ultrapassou, não deixei de dar nada, dei tudo na pista, mas já estava contente, pois mesmo não podendo acompanhá-lo, estava feliz em ser o segundo por ele ser o primeiro”, contou. “Que ele aproveite muitíssimo. Nós vamos tomar uma boa cerveja juntos. Celebraremos juntos o pódio de hoje”, garantiu.

Martín explicou que sabia que o ataque de Aleix estava chegando e que tentou induzi-lo ao erro no final da disputa em Termas de Río Hondo, mas deixou claro que esta não foi uma derrota que desceu de atravessado.

“Eu sabia que Aleix estava vindo, pois eu estava vendo no telão a cada volta depois da curva 5. Eu sabia que ele estava próximo, dava para ouvir a moto dele. Eu sabia que a ultrapassagem viria logo”, afirmou. “Com quatro voltas para o fim, ele fez a ultrapassagem e foi impossível ultrapassar [de volta] sem uma colisão, então eu só tentei forçar bastante e pressioná-lo a cometer um erro, mas ele não errou. Ele foi impressionante hoje. Fico feliz por ele”, concluiu.

Aleix, que chegou a se levantar durante a coletiva de imprensa para abraçar Jorge após ouvi-lo falar sobre o apoio do início da carreira, comentou que foi especialmente cuidadoso no duelo para garantir uma disputa limpa com o amigo.

“Não foi fácil, mas, desde o início da corrida, nunca me senti como nos treinos. Sei que Jorge é um matador. Sei que no domingo ele não precisa ter um ritmo enorme. Quando as luzes apagam, ele é um matador. Não foi fácil segui-lo”, reconheceu. “Eu cometi alguns erros, me recuperei, brinquei um pouco com a eletrônica, com o freio motor, com o controle de tração, tentando poupar os pneus o máximo possível para as ultimas quatro voltas, mas, honestamente, ele estava ótimo, pois passou a parte mais difícil da corrida liderando e mostrando o ritmo para todo mundo, pois a pista estava muito difícil hoje”, continuou.

“Mas acho que, durante a minha carreira, eu sempre tentei respeitar meus oponentes, ultrapassar de maneira limpa, e ainda mais com um amigo. Nós mostramos hoje que dá para ultrapassar algumas vezes sem problema, sem toques”, ponderou. “E, mesmo se ele me tocasse um pouco, como aconteceu na última corrida, as corridas são assim, tudo bem. Quando você está lutando pela vitória, às vezes não é fácil”, encerrou.

A MotoGP volta à pista no próximo fim de semana, em Austin, para o GP das Américas, agendado para o dia 10 de abril. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da quarta etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.

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