Ducati vence sprint com Martín, mas KTM e Aprilia mostram muita força no Catar

Para quem não assistiu a corrida sprint no Catar e viu apenas os resultados, a sensação é de que temporada 2024 da MotoGP começou com o mesmo roteiro do ano passado: pole e vitória de um piloto da Ducati — hoje com Jorge Martín, da Pramac. A montadora italiana, que dominou tudo em 2023, parece ser a grande força mais uma vez, mas tomou um choque de realidade com a força das rivais KTM e Aprilia neste sábado (9).

É bem verdade que Martín fez a pole quebrando o recorde do circuito de Lusail e ainda venceu a sprint de ponta a ponta, mas não foi fácil. Nas primeiras voltas, sofreu com ataques de Brad Binder e depois precisou controlar a distância para o piloto da KTM, especialmente se aproveitando da potência de seu moto na longa reta do circuito catari.

Ao final da prova, ainda que feliz com o resultado, Martín destacou que as vibrações na Desmosedici GP24 o atrapalharam em muitos momentos. A reclamação também foi feita por Francesco Bagnaia, do time de fábrica, que terminou na quarta posição. Algo, então, para a Ducati prestar atenção a partir de agora, mesmo que os testes tenham sido avassaladores.

“A vibranção na traseira segue. Precisamos trabalhar nisso porque estive perto de cair muitas vezes na corrida. Se amanhã seguirmos com esse problema será impossível lutar pela vitória. Tenho confiança e me sinto bem com a moto, esse é o único problema e vamos trabalhar durante a noite para solucionar”, afirmou o espanhol.

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“Tivemos os mesmos problemas na traseira que vimos nos testes. Não tinha acontecido durante todo o final de semana, mas apareceu justamente na corrida. Devemos solucionar para buscar a vitória amanhã. Não sei exatamente o que acontece, mas a traseira vibra a cada curva. Precisamos ajustar ou será uma corrida muito dura para nós”, completou Martín.

Enquanto a Ducati vai quebrar a cabeça para ajustar a moto GP24, a KTM parece mais tranquila. Óbvio que ainda distante da perfeição, mas já em condições de incomodar a rival italiana do começo ao fim de uma corrida. Nos treinos, já tinha feito isso com Pedro Acosta se metendo entre os ponteiros. Hoje, na sprint, com Brad Binder.

O sul-africano fez uma largada espetacular, saindo de quarto para o segundo lugar, soube se defender dos ataques de Pecco Bagnaia e não deixou Martín se afastar em momento algum. No final, destacou a evolução da RC16 para esta temporada.

“Dei o máximo para passá-lo na primeira volta. Mas tudo bem, estou muito feliz com os passos adiante que demos. Temos uma entrada de curva muito forte, algo positivo, e vemos que temos muitos pontos melhores em relação ao ano passado. A ver o que conseguimos fazer amanhã”, disse Binder.

“A KTM se move mais do que as anteriores, mas é incrível o quão bem vai a moto. Par avirar e frear, é muito melhor em comparação com 2023. Sendo assim, parabéns para a equipe. Temos pontos fortes, mas também precisamos melhorar a aderência na traseira para lutar contra o resto porque estava derrapando muito no meio das curvas”, acrescentou.

O pódio em Lusail ainda contou com Aleix Espargaró. O espanhol era o mais feliz no pódio e sua alegria era completamente justificável porque ultrapassou Bagnaia no início da última volta para garantir a terceira posição. Uma manobra que já tinha sendo ensaiada, vale dizer, e que foi executada com perfeição a ponto do bicampeão mundial não ter reação, mesmo como uma moto de ponta.

A Aprilia implementou diversas novidades na moto para 2024, especialmente na área aerodinâmica, para diminuir a diferença para a rival Ducati. A fábrica de Noale colocou, na verdade, um foguete nas mãos dos pilotos. Fortes desde o início dos treinos, mas só Espargaró foi capaz de manter o nível ao longo das 11 voltas da sprint.

“Foi uma corrida bem nervosa, tentei de tudo. Já vimos onde será preciso trabalhar. É bom ver como anda bem essa moto. No último setor, parece um Fórmula 1 de tão veloz nas curvas. Com tanta aerodinâmica, porém, perdemos muito nas retas. É uma prova difícil porque não dá para se proteger, te ultrapassagem com facilidade”, pontuou.

“Perdi muito tempo tentando superar Bagnaia e o [Marc] Márquez, que é muito difícil. A verdade é que essa Aprilia conserva bem os pneus traseiras. Nas voltas finais, me via rápida, mas não consegui ultrapassar o Brad ou Jorge. Mesmo assim, acho que começamos bem”, finalizou o espanhol da moto #41.

A MotoGP volta a acelerar neste domingo (10), em Lusail, no Catar, com a corrida principal do fim de semana, a partir de 14h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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