GUIA 2024: Honda encara desafio de buscar redenção, mas agora sem Marc Márquez
A Honda vai iniciar a temporada 2024 da MotoGP com mudanças de pilotos, dirigentes e até mesmo cores da moto. Sem Marc Márquez pela primeira vez desde 2013, montadora japonesa vive dura missão de voltar ao topo, mas não será fácil
A HONDA ENTRA NA TEMPORADA 2024 DA MOTOGP CERCADA DE OLHARES, talvez sendo uma das maiores incógnitas no grid. Após mais de uma década, a montadora japonesa não vai contar com Marc Márquez, seis vezes campeão com o time de fábrica na classe rainha do Mundial de Motovelocidade. Além da mudança na dupla de pilotos, alterações internas e no equipamento chacoalharam as estruturas nos últimos meses.
Sem Márquez atraindo todas as atenções, a Honda se permitiu escutar todos os pilotos do programa, principalmente os titulares Joan Mir e Luca Marini — este último, a novidade no elenco —, mas também Johann Zarco e Takaaki Nakagami, da satélite LCR.
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A RC213V sofreu mudanças importantes no pacote, não apenas na parte visual, mas, possivelmente, ainda vai sofrer na parte baixa da tabela em 2024. Assim como a Yamaha, a Honda abre 2024 no grupo D, o mais beneficiado com a mudança na regra das concessões. Assim, poderá, por exemplo, desenvolver o motor ao longo do ano e também testar com os pilotos titulares. A montadora japonesa, porém, ainda não traçou um plano para colocar Marini e Mir na pista em atividades extras.
“O pacote não está pronto para eles. Não só porque eles não puderam pilotar hoje, mas ainda estamos buscando o melhor acerto, o melhor compromisso para o GP”, disse o chefe Alberto Puig após os testes de pré-temporada.
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“Essa é a situação atual. Sabemos onde melhoramos e onde ainda precisamos melhorar. Estamos tentando acelerar isso o máximo possível com as coisas que precisamos melhorar para recebê-las antes do início do campeonato. Entendemos que a moto é um pacote. Não é só a aerodinâmica em que temos de trabalhar. Temos de arrumar outras áreas da moto. Não dá para consertar uma coisa com essas motos hoje em dia. Achamos que podemos melhorar em algumas outras áreas”, acrescentou.
Com Mir e Marini, a Honda espera retomar o caminho das primeiras posições depois de sofrer no fim do grid nos últimos anos, mas sabe que não será uma simples missão. Apesar de diversos títulos nos últimos anos, principalmente os seis conquistados por Marc Márquez na MotoGP, a casa de Hamamatsu perdeu competitividade nas temporadas mais recentes e, em 2023, foi figura frequente na parte traseira do pelotão.
Mir vai para o segundo ano no time de fábrica, depois de muito sofrer com a moto do ano passado, que o derrubou muito e causou lesões. Marini chega da VR46 para ser mais um aliado na recuperação do equipamento que tanto deu dor de cabeça para pilotos e engenheiros nas temporadas anteriores.
E a reformulação da montadora japonesa também acontece nos bastidores. No final de 2023, a fábrica da asa dourada anunciou a saída de Shinichi Kokubu do posto de diretor-técnico na MotoGP. Crucial na concepção inicial da RC213V, Kokubu não faz mais parte dos planos da Honda. Ele estava na montadora desde 1986 e teve trabalho na parte técnica da equipe do Mundial de Motovelocidade há 11 anos, com grande influência no desenvolvimento da moto.
Durante os testes, foi a vez de trocar o chefe Tetsushiro Kuwata, responsável pelas atividades no motociclismo dentro da Honda Racing Corporation. No lugar, entrou Taichi Honda, então líder do departamento de off-road e comandante do grupo na disputa do Dakar, no início de janeiro.
A Honda vem para 2024 para mostrar que pode sobreviver e florescer sem Marc Márquez. O caminho, porém, não será dos mais simples e vai exigir muita paciência para dirigentes, pilotos e torcedores. Apesar disso, tem tudo para ser uma jornada de renascimento das cinzas, até porque resta pouco para realmente alcançar o fundo do poço.
A MotoGP volta a acelerar no final de semana de 7 a 9 de março, em Lusail, no Catar, para a abertura da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
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