Martín mostra força na sprint do Catar, evita match-point e joga decisão para Valência

Jorge Martín pode até não ser campeão, mas vai vender caríssimo o título de 2023. Pressionado com a chance de Francesco Bagnaia conseguir o primeiro match-point já no Catar, o espanhol cresceu na sprint deste sábado (19) e empurrou a decisão do campeonato para o GP da Comunidade Valenciana ao vencer em Lusail e cortar a margem do rival da Ducati para apenas sete pontos.

Para ter a chance de ser campeão em território catari, Pecco precisava de, no mínimo, 12 pontos de frente. Ou seja, ele podia ceder apenas dois dos 14 de vantagem com que chegou ao Golfo Pérsico.

Depois de um fim de semana até apagadinho, com o pior grid de largada desde o GP da Indonésia, Martín largou apenas em quinto, mas bem atrás de Pecco. Já na saída para a disputa de 11 voltas, o #89 tentou um ataque para cima do adversário pela Torre dos Campeões. Mas foi mais adiante que veio a manobra decisiva: no segundo giro, ‘Martinator’ colocou por dentro e forçou a passagem, não dando mais nenhuma chance.

Jorge, então, seguiu em direção à ponta e ainda teve de resistir à pressão de Fabio Di Giannantonio para assegurar o oitavo triunfo em sprints no ano. Com os 12 pontos da vitória e a quinta colocação de Pecco, Martín deu um passo importante na luta por fazer história. Afinal, ele pode ser o primeiro na era da MotoGP a conquistar o título correndo por uma equipe privada.

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Falando após a corrida, Martín destacou que a largada “foi a primeira das que realizei até agora sem derrapar”.

“Quando Marc e Pecco me passaram, tive de aceitar a situação e, pouco a pouco, ir ganhando ritmo para voltar a ultrapassá-los”, relatou. “Quando me assegurei de que a pressão dos pneus estava bem, decidi atacar”, explicou Martín, que já recebeu uma advertência em 2023 por violar a pressão mínima ao longo da corrida.

“Foi a minha melhor corrida sprint do ano, pela maneira como superei uma situação difícil”, avaliou.

Jorge assumiu que sentiu a pressão da disputa pelo título na sexta-feira, mas hoje decidiu mudar de tática.

“Estamos pertinho. Sentir tanta pressão não me ajudou ontem, mas hoje decidi que seja o que tiver de ser. Tenho de curtir em cima da moto. E foi o que fiz. Estive como nunca nesta corrida”, apontou.

Por fim, Martín destacou a preocupação com o desgaste dos pneus no recém-recapeado traçado de Lusail.

“O consumo dos compostos é altíssimo, e corremos com aquilo que temos, pois não temos pneus mais duros”, completou.

Enquanto Martín cresceu em um momento decisivo, Bagnaia se apagou. O italiano não teve lá muitas chances de avançar e apenas conseguiu resistir à pressão de Brad Binder e Maverick Viñales para sustentar o quinto posto.

Após a corrida, Bagnaia relatou que teve problema com o pneu traseiro desde o início da disputa e torceu para que isso não se repita até a prova final.

“Desde a primeira volta, tive um problema com o pneu traseiro. Tentei de tudo para não perder muitos pontos, mas, no final, terminei em quinto, e Jorge ganhou”, comentou. “O que me irrita é que, mais uma vez, fizemos um fim de semana em que trabalhamos muito bem, somos rápidos e fomos para a corrida com opções de ganhar, mas aí me vejo com sensações completamente distintas das normais”, relatou.

“O potencial para ganhar estava lá, mas terminamos em quinto. Temos de torcer para encontrar condições normais, não como hoje, e esperar poder vencer. Ritmo nós temos”, garantiu.

Questionado sobre a ultrapassagem de Martín, já que os dois chegaram a se tocar, Pecco minimizou: “A maneira de pilotar de Jorge é muito agressiva e física. Têm pilotos que preferem assim. Gosto”.

A largada do GP do Catar de MotoGP, no circuito de Lusail, acontece neste domingo, às 14h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.

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