Bagnaia resgata ‘alma de campeão’ e renasce na MotoGP 2024 com vitória na Espanha

A temporada 2024 parecia promissora para Francesco Bagnaia quando começou. Depois de dominar os testes, o piloto da Ducati venceu a abertura do campeonato, no Catar, de forma contundente. Vindo de dois títulos na MotoGP, colocou-se logo de cara como grande alvo a ser batido no grid, mas as corridas seguintes mostraram um cenário diferente, que só foi revertido neste domingo (28), em Jerez.

Quando chegou a Portimão, Bagnaia foi discreto, mas dominou a corrida sprint até a penúltima volta. Um erro na freada no fim da reta principal o colocou na área de escape e derrubou para a quarta posição. No domingo, um choque com Marc Márquez o fez abandonar. Aliás, guardem essa disputa entre os dois porque eles se reencontraram em Jerez.

Em Austin, Pecco passou longe de ser considerado favorito. Reclamando de intensas vibrações na moto, ficou em quinto na corrida principal, oitavo na sprint. Com isso, claro, despencou na tabela de pontos. O desastre só aumentou em Jerez, quando foi mal na classificação com pista molhada e acabou tocado por Brad Binder na sprint, com novo abandono.

Na corrida em Jerez, Bagnaia parece ter lembrado que é o atual bicampeão da MotoGP. Na largada, saiu de sétimo para o quarto lugar. Ainda na primeira volta, superou dois rivais ao mesmo tempo, por fora, na reta oposta. Quando a situação se acalmou, viu-se na segunda colocação, atrás de Jorge Martín. O italiano ensaiou um ataque, ameaçou de leve, mas preferiu esperar.

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A paciência novamente foi amiga de Pecco. O piloto da Ducati viu de camarote a queda de Jorge Martín e assumiu a liderança com confortável vantagem para Marco Bezzecchi e Marc Márquez, então segundo e terceiro lugares, respectivamente. O problema é que o #93 logo iniciou uma caçada e esquentou as coisas nas voltas finais em Jerez.

“Marc estava apertando muito, mas sabia que tinha um pouco mais de margem. Nas últimas cinco voltas, tinha que apertar um pouco e fiz a volta mais rápido a duas ou três voltas para o fim. Tudo foi perfeito. Não foi fácil no início porque logo dei o máximo para me recuperar”, declarou.

“Já estava em segundo, mas cometi um erro na última curva e me passaram outra vez. No fim, tudo ficou bem. No começo, Jorge Martín estava forçando muito. A pressão [do pneu dianteiro] subiu um pouco, mas o Jorge cometeu um errou na frenagem. Hoje estava fácil cair aqui, a aderência era baixa”, acrescentou.

Nas voltas finais, Bagnaia novamente lembrou que é o atual bicampeão da MotoGP e provou que não alcançou tal feito por acaso. Diante de um impetuoso Marc Márquez, sofreu por giros seguidos e chegou a ser ultrapassado pelo rival, mas recuperou-se na curva seguinte, com direito a toque entre os dois. Enquanto sofria com a pressão dentro e fora da pista, ainda achou forças para conseguir nova vitória na temporada.

“A luta foi muito bonita, gostei muito. É a terceira vitória consecutiva aqui, é muito bom. Durante todo o fim de semana, [Marc] Márquez era mais rápido nas curvas 7 e 8. Demorei para fazer com que a moto virasse bem na curva 8, com mais potência, mas fazia melhor a freada da curva 9. Notei que ele se aproximava muito ali, e freava o mais tarde possível, era uma estratégia. Sabia que era um ponte onde podia fazer a diferença. Quando vi que tentou de novo, escapou e que precisaria me apertar mais. A estratégia foi perfeita”, afirmou o italiano.

Bagnaia, com a vitória, ficou apenas 17 pontos atrás de Martín e entrou novamente na briga pelo título. É cedo, verdade, com apenas quatro provas disputadas, mas parece cada vez mais claro que a MotoGP em 2024 novamente vai levar as emoções até o fim. E a vitória foi crucial para o piloto da Ducati colocar as taças na mesa e provar que merece estar na disputa mais uma vez.

A MotoGP volta a acelerar entre os dias 10 e 12 de maio, para o GP da França, em Le Mans, com a quinta etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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