Martín reluz com pole na Áustria, mas tem rivais fortes para completar replay da Estíria

Assim como fez na semana passada, o piloto da Pramac assegurou a pole-position no Red Bull Ring. O replay do triunfo do GP da Estíria, porém, será dificultado pela força dos adversários

Jorge Martín conseguiu a segunda pole seguida no Red Bull Ring (Vídeo: MotoGP)

Jorge Martín reluziu ao conquistar a pole-position para o GP da Áustria de MotoGP. Novato na classe rainha, o piloto de Madri assegurou a posição de honra pela segunda vez em um intervalo de sete dias e ainda estabeleceu um novo recorde para o circuito construído originalmente em 1969.

Na tarde desta sábado (14), Martín teve em Fabio Quartararo o principal rival, mas conseguiu deixar o rival da Yamaha para trás por só 0s034. Tal qual aconteceu n Estíria, o terceiro integrante da primeira fila é Francesco Bagnaia, ainda que desta vez em posição trocada com o francês.

O caminho até a pole, porém, não foi dos mais simples, já que Jorge sofreu duas quedas: uma de manhã, no TL3, e outra pouco antes da classificação, no TL4.

Jorge Martín vai largar na frente mais uma vez (Foto: Pramac)

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“Sim, infelizmente, hoje foi um dia realmente difícil para mim, pois assim que eu comecei o dia, estava me sentindo muito mal com a moto com o mesmo acerto da semana passada”, contou Martín. “Não sei o motivo, mas não podia frear, a moto chacoalhava, não tinha aderência na aceleração. Aí tentei um pouco demais no TL3 e caí na última curva. Aí me faltou um pouco de confiança para o TL4, mas fizemos mudanças na frente da moto e também na traseira. E estava me sentindo confiante com pneus usados, meu ritmo foi forte o dia todo”, seguiu.

Além dos sustos, o desafio de passar pelo Q1 também esteve presente, mas, assim como fez na fase final da classificação, Martín também assegurou o topo da folha de tempos. Mas mesmo com a boa forte, o piloto da moto #89 não se vê sozinho na briga.

“Consigo ver outros pilotos que estão competitivos para amanhã, mas trabalhamos bem, a equipe fez um trabalho incrível para reparar a moto depois de duas quedas”, comentou. “Na classificação, eu estava muito nervoso no Q1, pois eu sempre corro do risco de não passar para o Q2. Mas eu fiz um trabalho incrível, as condições foram realmente diferentes da manhã, mas estava realmente confortável. No Q2, graças ao meu companheiro de equipe, consegui um vácuo para melhorar e consegui bater o recorde de volta. É incrível, estou vivendo um sonho e espero poder lutar pelo pódio”, avisou.

Martín avaliou, também, que poderia ter conseguido uma marca melhor do que 1min22s643, mas acabou perdendo um pouco de tempo ao encontrar Quartararo pela pista.

“Foi um voltão. Poderia ter sido um pouco melhor no último setor. Fabio estava na pista, não me atrapalhou, mas a presença de outro piloto sempre distrai”, pontuou. “Na primeira curva, vieram os fantasmas das quedas, especialmente a da manhã, que me tirou confiança. Depois, no TL4, provamos coisas novas e estamos melhores do que na semana passada”, frisou.

Fabio Quartararo chegou perto da posição de honra com a Yamaha (Foto: Yamaha)

Apesar do ritmo forte, Martín quer fugir da pressão por vitória e lançou a carta de ser um estreante na classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

“Sou estreante e não quero me colocar como favorito. Acho que Fabio, Pecco, Mir e Zarco estão muito fortes, mas estou ali com eles e espero aprender e lutar na frente. Sou novato e qualquer resultado no top-5 ou 6 é positivo para mim”, avaliou. “Não estou pensando em vencer. Talvez eu sinta um pouco de pressão, pois todos estão falando nisso. Mas sou um estreante, preciso aprender. Para mim, se eu estiver no top-5 amanhã, será fantástico, pois preciso aprender. Esses caras têm muita experiência e eles entendem melhor do que eu como gerir a corrida”, reconheceu.

“Com certeza, hoje não acreditei que faria a pole. Não quero ser otimista demais para amanhã, mas sou um dos mais fortes. Acho que tem quatro ou cinco que podem vencer amanhã, então teremos uma boa briga”, avisou.

Derrotado na briga pela pole, Quartararo saiu satisfeito com a posição, ainda que o primeiro posto fosse mais simbólico, dadas as dificuldades da YZR-M1 no traçado austríaco.

“A segunda posição no grid é um resultado muito bom e eu estou contente de largar na primeira fila. Já são dez neste ano e isso é muito positivo”, sublinhou. “Estou bastante mais forte do que na semana passada. Fiquei muito irritado entre segunda e quarta-feira e pude pensar muito na corrida. No fim, 90% das coisas que testamos funcionaram, rodei muito com pneus usados e demos um bom passo à frente”, continuou.

“O problema é que os demais também melhoraram. Estou pronto para lutar com as Ducati. Sou forte nas freadas, mas eles também adiam. Se estamos longe, não podemos recuperar. Faz parte do jogo. É uma pista que sabemos que é assim para nós. Mas vamos lutar e forçar os ponteiros”, garantiu.

Além da boa forma na classificação, Fabio mostrou um ritmo bastante forte, atrás apenas de Johann Zarco. Semana passada, o desgaste do pneu foi um problema em Spielberg, mas o líder do Mundial entende que a Yamaha conseguiu melhora nesse quesito.

“No TL4, nós mostramos que nosso ritmo foi realmente forte com todos os pneus. Me senti ótimo com todos os pneus”, indicou. “Não senti uma queda como na corrida passada. Eu sei que na corrida é uma história completamente diferente, mas comparando os dois TL4, sinto que tive um bom ritmo com pneus usados. Fiquei constantemente em 1min24s baixo na primeira saída e acha que isso é ótimo para a corrida de amanhã”, ponderou.

Johann Zarco mostrou um ritmo bastante forte na Áustria (Foto: Pramac)

Último integrante da primeira fila, Bagnaia reclamou da performance dos pneus na classificação, mas evitou culpá-los pelo resultado.

“Com o primeiro pneu do Q2, eu não conseguia ficar na pista do tanto que patinava na primeira curva e até o segundo pneu não parecia ter performance”, comentou. “De qualquer forma, sou terceiro e estou feliz por estar na primeira fila. Temos ritmo para ir bem. Só espero não ter um novo problema”, cruzou os dedos.

“O TL4 foi muito importante, pois comecei a sessão com um pneu muito desgastado e consegui cobrir até 32 voltas, fazendo 1min25s0 na última delas, o que é quase o melhor tempo do GP da Estíria. Fico feliz, pois fizemos um bom trabalho. Tentei vários mapas, teve um momento de estagnação, então voltamos atrás e, por isso, sabemos que caminho seguir”, explicou.

0s477 atrás do companheiro de Pramac, Johann Zarco vai abrir a primeira fila, mas é o dono de um dos melhores ritmos do fim de semana.

“Até aqui, foi um bom fim de semana. Começamos muito fortes, aí hoje conseguimos fazer um bom trabalho em condições constantes”, opinou Johann. “Tive um pouco mais de dificuldade hoje, um pouco menos de aderência e foi difícil fazer a diferença. [Mas] fui sempre competitivo, ainda que não tenha conseguido fazer outro recorde. Mas Martín fez isso por mim, eu o ajudei a conquistar a pole. Não é um problema, fico feliz por ele”, comentou o competidor de Cannes, que cedeu o vácuo na melhor volta do companheiro de Pramac.

“Podemos lutar e me sinto melhor ultrapassando aqui do que no último GP. Apesar de não ter tentado muito até agora, rodei sozinho muitas vezes e foi um bom passo à frente. A sensação é melhor”, relatou.

No pódio na semana passada, Joan Mir se classificou apenas em sétimo, 0s735 atrás de Martín. O piloto da Suzuki se queixou da temperatura, mas considerou que tem ritmo para fazer uma boa corrida.

“Lutei mais do que o normal, a temperatura não me ajudou hoje”, disse Mir. “Esperava começar mais na frente. É uma pena, mas as corridas são assim e a nossa velocidade é boa. Vou dar o meu melhor. Não sei se é suficiente para o pódio, a vitória ou para pontuar”, comentou, acrescentando que as “temperaturas altas que me preocuparam na classificação, não me preocupam para a corrida”.

Semana passada, apenas Mir conseguiu acompanhar Martín na metade final da disputa, mas o espanhol não acredita que o roteiro será o mesmo desta vez.

“O ritmo não é pior que o da semana passada. As Ducati são fortes, Fabio está igual. Ficaria surpreso se fosse uma corrida onde os dois primeiros escapam”, opinou. “Semana passada, parecia que seriam cinco pilotos lutando pela vitória, mas aí tudo mudou. Aqui no Red Bull Ring não tivemos muitas corridas de grupo, normalmente são dois ou três que disputam a vitória”, concluiu.

A MotoGP volta a acelerar neste domingo (15), com o GP da Áustria, novamente no Red Bull Ring. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.

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