Bezzecchi domina na chuva e vence primeira na MotoGP na Argentina. Bagnaia cai
Bastou uma excelente largada para Marco Bezzecchi cruzar a linha de chegada na primeira posição do GP da Argentina. O piloto da VR46 gerenciou sua vantagem com maestria e garantiu seu primeiro triunfo na classe rainha, além da liderança no Mundial
Bastou uma excelente largada para Marco Bezzecchi cruzar a linha de chegada na primeira posição do GP da Argentina. O piloto da VR46 soube gerenciar a vantagem de 4s085 e segurar a pressão do pole Álex Márquez. Para confirmar o ótimo fim de semana — e mesmo com pista molhada —, o #72 venceu em Termas de Río Hondo. É o primeiro triunfo dele na classe rainha, que também o leva à liderança do Mundial.
Quem estava batalhando com Álex Márquez pela segunda posição era o campeão Francesco Bagnaia. Mas, a oito voltas para o fim, o #1 caiu sozinho e desperdiçou 20 pontos. Na última volta, Johann Zarco superou o #73 e ficou com segundo lugar no pódio. Márquez, então, terminou em terceiro.
Relacionadas
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!
Mesmo em quarto lugar, Franco Morbidelli fez prova surpreendente. O ítalo-brasileiro mostrou consistência e deu uma boa resposta a Yamaha ao terminar em quarto, à frente de Jorge Martín. Jack Miller, Fabio Quartararo, Luca Marini, Álex Rins e Fabio Di Giannantonio completam o top-10. Bagnaia até voltou à corrida, mas fechou apenas em 16º lugar.
A Honda não disputou o GP da Argentina. Depois de viajar para Termas de Río Hondo sem Marc Márquez, que se lesionou em Portugal e precisou de cirurgia, a montadora da asa dourada perdeu Joan Mir em um acidente ainda na primeira volta da corrida sprint. O #36 foi vetado pelos médicos depois de sofrer traumas na cabeça e na cervical.
Além dos pilotos da Honda, a segunda etapa da temporada teve também a ausência dos lesionados Pol Espargaró, Enea Bastianini e Miguel Oliveira. Assim, o grid deste domingo foi o menor da classe rainha desde a corrida de Valência de 2011.
A MotoGP volta entre os dias 14 e 16 de abril, com o GP das Américas, em Austin. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.
Saiba como foi o GP da Argentina de MotoGP:
O clima não foi nada amigo do Mundial de Motovelocidade. Depois de interferir nas corridas de Moto3 e Moto2 — que chegou a ser reduzida devido a falta de treino em pista molhada —, a MotoGP também se viu afetada pela chuva. Antes da largada, os termômetros mediam 18°C, com a pista chegando a 21°C. A umidade relativa do ar era de 57%, com o vento soprando a só 2 km/h.
Com a corrida declarada em piso molhado — o que, na prática, autoriza os pilotos a trocarem de moto em caso de mudança no cenário do asfalto —, a escolha de pneus foi pelos sulcados, todos com um par de médios.
Na hora da largada, com uma fina chuva caindo em Santiago Del Estero, o pole Álex Márquez até saiu bem, mas foi dividir a freada com Marco Bezzecchi, Franco Morbidelli e Francesco Bagnaia.
A primeira posição ficou com Bezzecchi, seguido por Márquez, Bagnaia e Morbidelli, que, assim como na sprint, fez uma boa saída. Diferente de sábado, porém, Brad Binder caiu na curva 5 depois de um toque com Maverick Viñales, mas não se feriu e levantou rapidamente para voltar à corrida. No incidente, o sul-africano quase levou Raúl Fernández junto, mas o piloto da RNF ficou de pé.
Também no primeiro giro, Fabio Quartararo deu uma trombada em Takaaki Nakagami e desceu no pelotão, indo parar em penúltimo, à frente apenas de Binder.
Taka, aliás, foi perdendo posições. O japonês caiu para décimo, atrás de Fabio Di Giannantonio, Rins e Marini.
Na ponta da corrida, Bezzecchi abriu mais de 0s9 ainda na primeira volta, com Márquez também se distanciando do ponteiro. Bagnaia e Morbidelli também tinham se isolado.
Ainda neste início de corrida, o Painel de Comissários anunciou a revisão do incidente envolvendo Binder. Pouco depois, confirmaram também a revisão do entrevero entre Quartararo e Nakagami.
Na ponta, Bezzecchi ia firme e forte, se afastando mais de Márquez. Bagnaia, porém, ia tentando se aproximar do piloto da Gresini, com Morbidelli também tentando encostar. Atrás, Di Giannantonio aparecia em quinto, seguido por Rins, Miller, Zarco, Aleix e Martín.
Ainda na sexta volta, os comissários anunciaram que nenhuma ação seria adotada em relação ao incidente entre Binder e Viñales. Pouco depois, confirmaram também o passe livre em relação ao lance com Quartararo e Nakagami.
Enquanto isso, Bezzecchi forçou o ritmo e ampliou para 1s2 a margem para Márquez. Morbidelli também ia com ritmo mais forte, agora a 0s8 de Pecco. Mais atrás, Aleix passou Marini para ser décimo.
Aleix, porém, não conservou a posição. O catalão caiu para 12º, superado por Marini e Viñales. Augusto Fernández também chegou e passou o piloto da Aprilia.
Na ponta, Bezzecchi seguia intocável, agora com mais de 2s2 de vantagem para Márquez. Bagnaia seguia tentando se aproximar de Álex, mas sem conseguir baixar de 0s8. A distância para Franco, porém, tinha subido um pouco.
Mais atrás, Martín conseguiu avançar para oitavo, passando Miller. Rins também tinha avançado e agora era o quinto, diante de Zarco e Di Giannantonio.
O italiano da Gresini, aliás, desceu mais ainda, superado por Martín e Miller. Marini vinha na sequência, mas com mais de 1s4 de atraso.
Com 12 voltas para o fim, Martín subiu mais um degrau, passando Rins para ocupar o sexto posto. O espanhol vinha agora a menos de 1s de Zarco, o quinto.
Lá na ponta, Pecco tinha conseguido cortar bem a vantagem de Márquez e agora estava a 0s4 do espanhol. Morbidelli ia firme em quarto, mais a 1s3 do companheiro de Academia de Pilotos VR46.
Na volta seguinte, Francesco tentou o primeiro ataque, passou e levou o troco. O #1 insistiu e ficou com a segunda posição. A briga entre eles, aliás, permitiu a aproximação de Morbidelli, que ficou a 0s7 de Álex.
Do jeito que passou, o #1 abriu, sustentando cerca de 0s5 em relação ao espanhol da Gresini. A aproximação de Morbidelli era um pouco tímida, mas acontecia. Mais atrás, Rins passou Miller para ser sétimo.
Com oito giros para o fim, um revés de Pecco: uma queda solitária na curva 13. O italiano levantou e voltou para a pista, mas apenas em 16º, mais de 1s atrás de Raúl Fernández.
Assim, Álex Márquez voltou ao segundo posto, 6s5 atrás de Bezzecchi. Morbidelli foi promovido a terceiro, em uma posição confortável para assegurar o primeiro pódio desde o GP da Espanha de 2021, já que tinha mais de 4s de margem para Zarco.
Franco não se deu por satisfeito e tratou de cortar a vantagem para o caçula dos Márquez. Zarco, porém, fez o mesmo e começou a se aproximar do ítalo-brasileiro da Yamaha.
Atrás, Quartararo também vinha se recuperando e passou Rins para ser sétimo. Marini vinha em nono, com Di Giannantonio completando o top-10.
Lá na frente, Morbidelli não conseguia chegar em Márquez, mas tinha Zarco cada vez mais perto. Com cinco voltas para o fim, a diferença era de só 2s.
Mesmo com a dificuldade para chegar, o #21 não entregou os pontos. Com um ritmo ligeiramente mais forte, a vantagem de Márquez caiu para 0s5, mas Zarco também vinha mais e mais próximo.
Companheiro do dominante Bezzecchi, Marini avançou para oitavo ao passar Rins. O espanhol tentou responder, mas Luca prevaleceu.
Com três voltas para o fim, Zarco já estava no cangote de Morbidelli, que não tinha conseguido grudar em Álex. Franco, então, deu uma escapada do traçado, facilitando a passagem de Johann.
O piloto da Pramac manteve o ritmo forte e começou não só a se afastar de Morbidelli, mas também a reduzir a margem de Márquez. O francês chegou ainda no fim da 24ª volta, mas o irmão de Marc deu um jeito de abrir um respirinho.
Zarco grudou de vez, mudou o traçado, mas não conseguiu passar. No final da reta oposta, contudo, o #5 foi por dentro e tomou o segundo lugar, logo abrindo vantagem.
MotoGP 2023, GP da Argentina, Termas de Río Hondo, Corrida:
1 | M BEZZECCHI | VR46 | 44:28.518 | 25 voltas |
2 | J ZARCO | Pramac Ducati | +4.085 | |
3 | Á MÁRQUEZ | Gresini Ducati | +4.681 | |
4 | F MORBIDELLI | Yamaha | +7.581 | |
5 | J MARTÍN | Pramac Ducati | +9.746 | |
6 | J MILLER | KTM | +10.562 | |
7 | F QUARTARARO | Yamaha | +11.095 | |
8 | L MARINI | VR46 | +13.694 | |
9 | Á RINS | LCR Honda | +14.327 | |
10 | F DI GIANNANTONIO | Gresini Ducati | +18.515 | |
11 | A FERNÁNDEZ | GasGas | +19.380 | |
12 | M VIÑALES | Aprilia | +26.091 | |
13 | T NAKAGAMI | LCR Honda | +28.394 | |
14 | R FERNÁNDEZ | RNF APRILIA | +29.894 | |
15 | A ESPARGARÓ | Aprilia | +36.183 | |
16 | F BAGNAIA | Ducati | +47.753 | |
17 | B BINDER | KTM | +48.106 |