Retrospectiva 2020: Sem Marc Márquez, Honda despenca ao se ver sem opções

A falta de sua principal estrela nas pistas em 2020 fez a equipe nipônica sofrer para conseguir resultados e escancarou a falta de opções de competidores competitivos e que se dão bem com a RC213V

De franca favorita a lutando para conseguir pontos: essa foi a história da Honda na temporada 2020 da MotoGP. A ausência de Marc Márquez cobrou caro para a equipe que sempre apostou todas suas fichas na estrela espanhola e ao ter de olhar para os lados buscando uma solução, percebeu a escassez de opções nas mãos.

O ano começou como qualquer outro das últimas oito temporadas: todos esperavam ver o hexacampeão dominar as corridas do enxugado calendário para conseguir o título com relativa facilidade. Neste ano, inclusive, alcançaria o número de canecos de Valentino Rossi na classe rainha.

Mas logo na primeira etapa, o GP da Espanha, o destino decidiu pregar uma peça: quando vinha em corrida de recuperação e estava no pódio, sofreu o forte acidente que definiu o restante de seu ano. Ali, fraturou o úmero do braço direito, passou por operação e foi carta fora do baralho até o fim.

Marc Márquez desfalcou a Honda ao longo de 2020 (Foto: Reprodução)

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O espanhol de Cervera ensaiou um retorno prematuro, mas desistiu por não suportar a dor. Dias depois, passou novamente pela sala de cirurgia, pois a placa de titânio foi danificada por excesso de esforço. O retorno começou a ser postergado, jogado cada vez mais frente, cada vez mais incerto até que, de fato, não aconteceu.

A partir de então, já era sabido que o campeonato da equipe comandada por Alberto Puig passaria longe do que estavam acostumados. A dificuldade dos demais pilotos com a RC213V já era sabia e sem o principal nome que conseguia domar a fera, pódios e vitórias se tornaram realidade bastante distante.

Portanto, precisou começar a trabalhar com o que tinha ao alcance. Para substituir Marc, escalou o piloto de testes Stefan Bradl, além de contar com o estreante Álex Márquez, o muitas vezes lesionado Cal Crutchlow e Takaaki Nakagami, que contava com uma moto defasada. Do limão tentou fazer a limonada.

Antes habitué da ponta da tabela, trocou as comemorações de vitórias por corridas nos pontos. O começo foi lento e mostrou que o hexa faria grande falta na equipe principal – nas primeiras sete provas disputadas, somou apenas 24 pontos. Foi na metade final do campeonato que a maior parte dos tentos vieram, 77.

Sem Marc Márquez, Nakagami foi o melhor piloto Honda (Foto: Red Bull Content Pool)

É claro, nem só de tropeços viveu a Honda em 2020. Com Nakagami usando o acerto e dados de Marc, mostrou regularidade e deixou de pontuar em apenas duas oportunidades, conseguindo ainda a pole-position do GP de Teruel e garantiu não só a renovação de contrato como uma moto atualizada para 2021. Já Álex, se mostrando mais adaptado à RC213V, surpreendeu ao subir duas vezes ao pódio – a questão é que já está rebaixado no ano que vem.

É claro que toda a situação trouxe reflexos na classificação final do campeonato: entre os times, a Honda ficou em nona, com a LCR em oitava. Já no Mundial de Construtores, foi melhor apenas do que a Aprilia, que vive outro inferno particular.

Que a RC213V é feita e pensada apenas para o hexacampeão não é segredo. Mas após um ano que mostrou que é necessário ter planos B para evitar desastres, é melhor a equipe começar a correr atrás para não deixar as glórias apenas no passado.

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