Yamaha celebra “mais opções para testar” e diz que concessões são “muito importantes”

Diretor da Yamaha, Lin Jarvis avaliou que a mudança na regra das concessões que vai beneficiar especialmente as duas fábricas japonesas da MotoGP são importantes também para assegurar a presença dessas marcas no campeonato

Lin Jarvis assumiu que as concessões são “infelizmente, muito importantes” para a Yamaha. O diretor defendeu que, para avançar, a marca japonesa, que fechou 2023 na penúltima posição do Mundial de Construtores, precisa de mais oportunidades para testar.

Depois de lutar pelo título com Fabio Quartararo em 2022, a casa de Iwata perdeu competitividade e brigou com a Honda ao longo de todo o ano para fugir da lanterna da MotoGP. Ciente das dificuldades das duas fábricas japonesas, a Dorna, promotora do campeonato, pressionou por uma mudança no regulamento que permitisse que as duas marcas tivessem acesso a um sistema de concessões como aquele que beneficiou Ducati, KTM e Aprilia.

No fim do ano, a Comissão de GP aprovou um sistema que vai dividir as fábricas de acordo com a pontuação obtida. Assim, Yamaha e Honda têm benefícios como mais dias de testes, wild-cards e motores descongelados, enquanto a Ducati perde privilégios, já que foi quem mais pontuou no ano.

Diretor da equipe japonesa, Jarvis assumiu que as concessões são muito importantes para a equipe buscar uma reação.

Lin Jarvis avaliou que as concessões ajudam a garantir a permanência das fábricas japonesas (Foto: Divulgação/MotoGP

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“Elas são, infelizmente, muito importantes para nós”, assumiu Jarvis em uma entrevista exclusiva à publicação alemã Speedweek. “Se queremos dar um passo à frente outra vez, precisamos de mais opções para testar”, justificou.

“No próximo ano, só teremos dois pilotos. Testar vai nos ajudar, nos dar mais liberdade. Podemos usar mais motores e também mudar a especificação ao longo da temporada”, explicou.

Ao longo da temporada, ficou evidente que a classificação era uma questão complexa para a Yamaha, que sofre muito mais com volta lançada do que com ritmo de prova.

“A classificação é uma questão diferente. Não conseguimos utilizar totalmente o grip que um pneu novo oferece. Não conseguimos encontrar aquele último 0s5, mas a concorrência consegue”, comentou. “Na sexta-feira de tarde, em Valência, ficamos em 13º e 14º. Se você está nessas posições no grid de largada, e em uma pista como Valência, onde é difícil ultrapassar, então você já está atrás”, frisou.

Questionado se a Yamaha pretende utilizar os seis wild-cards a que terá direito em 2024, Jarvis respondeu: “Não faz sentido se esses wild-cards não fizerem parte do nosso programa de desenvolvimento. Mas, com certeza, vamos usar mais do que neste ano, pois um é pouco demais. Estou convencido de que faremos pelo menos três, talvez mais. Também faremos mais testes na Europa”.

Jarvis disse, também, que concorda com quem diz que existem Ducati demais no grid e sugeriu uma limitação ao número de motos de um mesmo construtor, mesmo entendendo que a posição da casa de Borgo Panigale não é injusta.

“Algumas pessoas acham que têm muitas Ducati no Mundial. Esta também é a minha opinião, mas, mesmo assim, não é injusto. Eles oferecem essas motos superpotentes a um preço bom. Outras fábricas não fazem isso e funcionou bem para a Ducati. Agora são oito pilotos”, ponderou. “Para o campeonato, acho que seria melhor ter um limite de, digamos, seis motos, ao invés de uma Copa Ducati, que é como algumas pessoas descrevem o Mundial neste momento”, continuou.

“Mas, embora eles sejam mais fortes do que nós, Aprilia e KTM ainda não estão no nível da Ducati. Se a Yamaha e a Honda tirarem proveito dessas concessões, as coisas, claro, ficarão mais difíceis para essas duas fábricas. Então, é, eu entendo, mas não dá para esquecer que a Yamaha e a Honda também concordaram lá atrás de que deveriam existir concessões para novos projetos”, recordou.

Jarvis avaliou que a mudança no regulamento de concessões é uma questão mais ampla, que protege o futuro do campeonato.

“É melhor para o campeonato e, assim, podemos evitar que as fábricas japonesas deixem a MotoGP no futuro. Isso é muito mais importante no longo prazo”, defendeu.

Questionado se a Yamaha vai dar as costas para o Mundial, Lin foi taxativo: “Não, com certeza, não”.

MotoGP volta a acelerar entre 6 e 8 de fevereiro de 2024, com os testes de pré-temporada na Malásia, no circuito de Sepang. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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