Em meio a dança das cadeiras, Stock Car traz movimentação e incertezas entre equipes para 2019

Como é de praxe, a Stock Car vai ver vários pilotos mudando de casa para a próxima temporada. Há bastante movimentação nos bastidores também entre as equipes, com a promessa da volta de um nome icônico, a retirada da Hero e a incerteza sobre a continuidade da Shell V-Power

A temporada 2018 da Stock Car chega ao fim neste domingo (9), com Daniel Serra e Felipe Fraga na briga pelo título de campeão. Mas a categoria já vem se movimentando há algum tempo de olho no ano que vem. A habitual dança das cadeiras traz uma considerável movimentação envolvendo pilotos vencedores e campeões. E há uma grande perspectiva de mudanças também em termos de algumas equipes do grid.
 
O que já é certo é que haverá um novo line-up nas duas equipes que vêm protagonizando a luta pelo título da Stock Car nos últimos anos. A RC Eurofarma vai contar com o retorno de Ricardo Maurício, que volta para formar um trio campeão ao lado de Serra e Max Wilson. Ricardinho regressa à equipe chefiada por Rosinei Campos, o ‘Meinha’, depois de uma passagem cheia de percalços pela Full Time, outra grande equipe da categoria.
 
Por outro lado, a Cimed Racing vai contar apenas com Cacá Bueno e Felipe Fraga para 2019. A estrutura do time de Petrópolis, chefiado por William Lube e Duda Pamplona, se mantém com quatro carros. No entanto, dois deles não vão levar mais o patrocínio da farmacêutica, como foi nos últimos anos. Uma das vagas já foi garantida por Gabriel Casagrande, que deixa a Vogel para levar seus próprios apoiadores à nova equipe. Há ainda uma indefinição sobre a outra vaga, mas o que se sabe é que Lucas Foresti busca time para 2019. 
O grid da Stock Car vai trazer muitas mudanças para a temporada 2019 (Foto: Bruno Terena/RF1)

Quem também está no aguardo por uma definição sobre o futuro é o primeiro campeão pela Cimed, Marcos Gomes. Dono do título de 2015, o piloto vai seguir sendo patrocinado pela empresa, mas a tendência, no momento, é que o #80 defenda uma nova casa na próxima temporada.

 
O futuro na categoria é incerto para outro ex-F1, Antonio Pizzonia, que não vai seguir na Prati-Donaduzzi. A equipe, chefiada por Rodolpho Mattheis, vai continuar com dois carros em 2019: Julio Campos permanece no time, que terá o retorno de Valdeno Brito no ano que vem. O paraibano deixa a Carlos Alves após dois anos de contrato. O time chefiado por ‘Carlão’, aliás, deixa de contar com o patrocínio da marca Eisenbahn, pertencente à cervejaria Heineken.
 
Entre as baixas, já é certo que Lucas Di Grassi não vai correr na Stock Car em 2019 por conta do seu foco 100% voltado para a Fórmula E com a Audi. A temporada dos carros elétricos começa no próximo sábado, 15 de dezembro, na Arábia Saudita.
 
Na esteira da despedida de Di Grassi, a Hero, empresa de segurança digital que investiu pesado na categoria desde o ano passado se notabilizando por trazer estrelas como Di Grassi, Augusto Farfus e António Félix da Costa ao grid, está de saída ao fim da temporada, deixando a forte estrutura da RCM, chamada de ‘segunda equipe de Meinha’ e chefiada pelo filho do preparador, Marcel Campos. A parceria rendeu três vitórias em 2018, todas com Di Grassi, o melhor estreante da temporada.
 
Por outro lado, há a expectativa por caras novas no grid da Stock Car no ano que vem. A KTF Sports, equipe que conta com Enzo Bortoleto como uma das grandes revelações e postulante ao título da Stock Light, trabalha para fazer parte da principal categoria do automobilismo brasileiro na próxima temporada, ampliando a estrutura das suas instalações na sede localizada em Cotia, região metropolitana de São Paulo.
 
Quem está a caminho do retorno à Stock Car é Wilsinho Fittipaldi. O icônico ex-piloto vai comandar uma nova equipe e vai ter ao seu lado nomes de peso, como o filho, Christian Fittipaldi — que vai se despedir da carreira de piloto nas 24 Horas de Daytona de 2019 — e o não menos lendário projetista Ricardo Divila como parceiros na nova Fittipaldi Team. Ainda não foram anunciados pilotos e patrocinadores da futura equipe da Stock Car.
Focado na FE, Di Grassi deixa o grid da Stock Car em 2019 (Foto: Fernanda Freixosa/Stock Car/Vipcomm)
Impasse sobre o futuro
 
Ao mesmo tempo em que a Stock Car traz movimentações importantes com a chegada de algumas equipes, existe o risco de a categoria perder uma marca de grande relevância no esporte a motor mundial. 
 
A Shell V-Power, equipe chefiada por Thiago Meneghel, ainda não anunciou seu programa para 2019, diferente do que aconteceu no ano passado, quando foi a primeira a definir a renovação com sua dupla de pilotos e oficializar a permanência no grid nesta temporada. O time baseado em Americana é um dos grandes vencedores do campeonato com cinco triunfos, sendo quatro com Átila Abreu e um com Ricardo Zonta, ocupando assim a terceira colocação no campeonato entre as equipes.
 
O GRANDE PRÊMIO consultou a patrocinadora, que informou ainda estar no aguardo por definições básicas da Vicar, empresa que promove e organiza a Stock Car. Uma das grandes dúvidas diz respeito ao calendário e formato esportivo da próxima temporada, se vai ou não haver Corrida de Duplas — como aconteceu neste ano —, bem como o regulamento específico da mesma, além do número previsto de rodadas duplas, ainda não revelado pela organização. 
Dona de cinco vitórias no ano, a Shell V-Power tem futuro incerto na Stock Car (Foto: Fernanda Freixosa/Stock Car)

Em janeiro de 2018, a Stock Car revelou o cronograma com cinco praças ainda a serem anunciadas/definidas, sendo preenchidas ao longo da temporada. O que há, conforme revelado pelo GRANDE PRÊMIO, é um esboço do calendário de 2019 com 12 datas e mais uma, em fevereiro, reservada para um dia de testes de pré-temporada, porém sem definição das praças. A expectativa é que a Vicar divulgue o calendário completo ainda em dezembro.

 
A Shell V-Power também aguarda qual vai ser o pacote de TV fornecido pela Vicar em termos de transmissão da Stock Car para 2019. A exposição na mídia televisiva é vista como fundamental pela empresa antes da definição da estratégia de investimentos para a categoria no ano que vem. 
 
Fato é que a Vicar vive um momento de reformulação no seu quadro administrativo com a volta de Carlos Col como presidente do Conselho de Administração. O histórico dirigente, responsável pelo processo de profissionalização da categoria, assume função-chave, na esteira do que foi divulgado pela empresa. Rodrigo Mathias, atual CEO da Vicar e chefão da Stock Car, continua no esporte, mas agora vai passar a se reportar ao Conselho, que será presidido por Col. 
 
O GP também soube que há um compasso de espera no que diz respeito sobre como a Stock Car vai lidar com fatores de muita polêmica durante a temporada deste ano. Existe uma reivindicação por parte das equipes a respeito da reciclagem dos comissários de prova da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) na Stock Car, além de padronização e transparência nas punições a pilotos e equipes, cenário que, inclusive, envolve o Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
 
O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ a etapa decisiva da temporada 2018 da Stock Car em Interlagos neste fim de semana com Felipe Noronha, Fernando Silva e Rodrigo Berton.
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