Ferrari diz que guerra da FIA contra Toto e Susie Wolff “é constrangedora para Fórmula 1”

Frédéric Vasseur criticou a postura da FIA ao lançar uma investigação sobre a conduta do casal Toto e Susie Wolff baseada em uma reportagem de revista

A rápida, mas não menos explosiva investigação que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) lançou sobre o casal Toto e Susie Wolff no início de dezembro foi classificada como “constrangedora para a Fórmula 1”, na visão do chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur. O único ponto positivo para o francês foi que o assunto motivou a união das equipes do grid.

Vasseur falou à imprensa durante o almoço de Natal oferecido aos jornalistas que é tradicionalmente realizado pela Ferrari. Além de revelar que o novo carro será apresentado em fevereiro, o chefe de Maranello aproveitou a oportunidade para comentar o caso que evidenciou ainda mais o atrito que existe na relação FIA × F1.

Ao ser questionado pela versão italiana do Motorsport, Vasseur lembrou que o ponto de partida foi uma reportagem da revista Business F1, portanto uma apuração mais cuidadosa por parte da entidade que regula o esporte evitaria todo o problema que se desenhou.

“Acho que essa história é bastante constrangedora para o nosso esporte. Começou com uma matéria de jornal, acho. E penso que nesta situação, quando se fala de uma pessoa, tem de tomar cuidado com o que está dizendo”, frisou Vasseur.

Susie Wolff foi defendida por todas as equipes do grid (Foto: Fórmula E)

“Teria sido apropriado da parte da FIA. Eles precisavam esperar 24 horas entre a primeira e a segunda declaração. Faria sentido usar as 24 horas anteriores à primeira declaração [para investigar], para evitar quaisquer conclusões ruins”, acrescentou.

O chefe da Ferrari ainda elogiou a postura das demais rivais, que se colocaram ao lado do casal Wolff — Toto é líder da Mercedes, enquanto Susie é diretora da F1 Academy.

“Depois do ‘incidente’, pelo menos as equipes ficaram muito unidas. A primeira conclusão para mim é que fomos capazes de nos unir, e isso não é muito frequente. Até a Red Bull apoiou Toto!”, brincou Vassueur. “E, sinceramente, acho que é bom para nós nos posicionarmos e discutirmos com as outras partes interessadas. Acho que é a primeira vez que as equipes juntas mostram algo do tipo”, concluiu.

Entenda o caso:

A investigação da FIA parte da suspeita de que Toto tenha tido acesso a informações confidenciais de atividades da FOM, algo que outras equipes não têm, enquanto Susie foi informada das principais discussões entre os chefes, o que pode ser de uso da categoria. Uma reportagem feita pela revista Business F1 apontou que um comentário feito por Toto durante uma reunião entre os times virou alvo das reclamações dos adversários, por entenderem que a informação dada só poderia ter vindo da Formula One Management.

Fórmula 1 se posicionou sobre o caso imediatamente ontem, afirmando que o comunicado divulgado pela FIA não foi compartilhado com a categoria de forma antecipada, e afirmou que tem confiança de que as acusações sobre o casal são falsas, além de ter protocolos intensos para impedir o compartilhamento de informações sigilosas.

Toto Wolff voltou a criticar o trabalho da FIA (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

Mercedes, por sua vez, se defendeu e também rebateu a Federação, afirmando que o comunicado é “genérico” e que as acusações são infundadas, além de citar a surpresa por serem informados da investigação apenas pela imprensa.

Susie foi ainda mais enfática e disse que não estava surpresa com o ato que classificou como “misógino”. Dirigente da F1 Academy, Wolff ainda se queixou das suspeitas e falou em “série de obstáculos” superados durante a carreira.

Depois, num movimento inédito, as outras nove equipes do grid decidiram se unir em defesa de Susie: na quarta-feira (6), por volta das 14h30 (de Brasíliam GMT-3), Red BullFerrariMcLarenWilliamsHaasAlphaTauriAlpineAlfa Romeo e Aston Martin lançaram um comunicado em conjunto negando qualquer participação na investigação e garantindo confiança total na categoria e nos Wolff.

A FIA, então, deu por encerrada a curta investigação em 7 de dezembro, dizendo-se “convencida de que o sistema de gestão de compliance da FOM é robusto o suficiente para evitar qualquer divulgação não autorizada de informações confidenciais”.

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