Hamilton escala pelotão, bate Verstappen e vence GP de São Paulo de tirar fôlego

Lewis Hamilton nunca escondeu o amor pelo Brasil, mas um dos momentos mais marcantes desta relação aconteceu há quase um ano, em 14 de novembro de 2021. Naquele domingo, no GP de São Paulo, o piloto da Mercedes arrebatou corações: primeiro com uma performance de tirar o fôlego e, depois, por uma comemoração de forte apelo afetivo, já que empunhou uma bandeira brasileira e festejou à lá Ayrton Senna.

O fim de semana em Interlagos, contudo, tinha sido extremamente tumultuado para o #44. Lewis precisou trocar o motor da Mercedes e, por isso, levou uma punição de cinco posições no grid de largada. Na classificação, o britânico fez o melhor tempo, mas acabou desclassificado da sessão após Jo Bauer, delegado-técnico da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) reportar irregularidades na asa móvel do W12.

▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Para aumentar ainda mais a polêmica, um vídeo gravado por Frederico Moteiro mostrou que Max Verstappen tocou a asa traseira do carro de Hamilton, uma irregularidade, já que isso aconteceu em regime de parque fechado, quando somente profissionais determinados pela FIA podem manusear os bólidos.

A indefinição varou a noite e se arrastou pela manhã de sábado, até que a entidade máxima do esporte apresentou um veredito: Hamilton foi desclassificado da sessão que definiu o grid da corrida sprint e teria de largar em último. Verstappen, chamado para prestar esclarecimentos, teve de pagar uma multa de R$ 312 mil.

Hamilton classificou a punição como “devastadora”, mas juntou os cacos e se pôs a trabalhar. Na corrida sprint, fez nada menos do que 15 ultrapassagens em 24 voltas e conquistou o quinto lugar na disputa vencida por Valtteri Bottas. Com o resultado, teria de sair em décimo no GP de São Paulo.

Tal qual fez na corrida sprint, Lewis começou faminto. Já na largada, deixou para trás Daniel Ricciardo e Pierre Gasly. Na sequência, passou Sebastian Vettel e, já na segunda volta, se viu atrás de Carlos Sainz Um giro depois, Charles Leclerc foi o alvo, o que o promoveu para a quarta colocação.

Na abertura da sexta volta, Valtteri Bottas escancarou a passagem antes da curva 1 do circuito paulistano para permitir que Hamilton tomasse a terceira posição. O safety-car, então, precisou ser acionado para limpar a pista por causa de um incidente entre Lance Stroll e Yuki Tsunoda.

Lewis aproveitou o agrupamento do pelotão para colar em Sergio Pérez e planejar uma estratégia que envolvia um ataque conjunto com Bottas. O carro de segurança deixou a pista na volta nove, mas a tática não funcionou de imediato, já que o #44 não conseguiu superar o mexicano.

Só que o safety-car virtual entrou em cena na sequência. Mick Schumacher teve um toque com Kimi Räikkönen, que perdeu a asa dianteira. A bandeira verde voltou na volta 14, com Hamilton se colocando na zona de DRS para atacar Pérez. O mexicano defendeu bem, mas perdeu a ponta na primeira curva. Sergio insistiu e recuperou a frente na Curva do Lago.

No giro seguinte, Hamilton voltou à carga e, no mesmo trecho, repetiu a manobra, desta vez executando uma linha defensiva para ficar com a posição do mexicano. Com 52 voltas pela frente em Interlagos, o piloto da Mercedes tinha de descontar 3s7 da vantagem de Max Verstappen, que liderava a corrida depois de uma boa largada.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Na volta 24, o holandês passou a se queixar com a Red Bull do desgaste dos pneus, mas foi a Mercedes quem se adiantou e chamou Hamilton aos boxes para um pit-stop a volta 27, calçando um jogo de pneus duros. Lewis voltou para a pista em sexto, atrás de Ricciardo. Max parou uma volta depois.

Na abertura da volta 31, a diferença entre os postulantes ao título já estava na casa de 1s. Era questão de tempo para o duelo entre os dois protagonistas daquele campeonato.

Dez giros mais tarde, a equipe dos energéticos chamou Verstappen para mais uma parada, para um jogo de pneus duros. Na saída dos boxes, a Williams de Nicholas Latifi saiu junto e à frente.

Hamilton tinha a liderança da prova, e a Mercedes chamou Bottas aos boxes, mantendo o britânico na pista um pouco mais, já com 18s de frente. O piloto, que vestia um capacete inspirado no famoso layout de Ayrton Senna, entrou nos boxes na volta 45 e lamentou ter calçado pneus duros ao invés dos médios que queria. Mas ouviu de Peter Bonnington, o engenheiro, que era a jogada certa, já que os médios desgastavam muito rápido.

Rodando em um ritmo muito rápido, Hamilton foi cortando a diferença. Na volta 47, estava só 0s5 atrás. O ataque veio na Curva do Lago, mas Max espalhou e os dois foram para fora da pista, o que movimentou a cabine dos comissários da FIA, que decidiram analisar o lance. Só que a revisão não deu em nada. “Claro que não”, ironizou Hamilton ao ser informado da decisão.

Lewis não se abateu. Fez outra tentativa na volta 58. Depois, na 59, na Descida do Lado. Quando tomou a liderança, abriu imediatamente 1s5 e não deu margem de reação ao adversário. Bottas foi instado pela Mercedes a buscar Verstappen, mas não conseguiu chegar.

Hamilton recebeu a bandeirada com 10s496 de frente para Verstappen e repetiu o ídolo de infância: parou o carro, pegou uma bandeira brasileira junto de um fiscal e sacudiu ao longo de Interlagos. O gesto levou o público ao delírio e abriu caminho para uma sessão solene no início desta semana na Câmara dos Deputados, que nomeou Lewis um cidadão honorário brasileiro.

A Fórmula 1 continua neste fim de semana, entre os dias 11 e 13 de novembro, com o GP de São Paulo — etapa brasileira do calendário, em Interlagos. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo ‘IN LOCO’ com equipe cheia.

🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.