Verstappen frustra torcida da Ferrari no GP da Itália e vence 10ª seguida na F1

Max Verstappen até sofreu um pouco até passar Carlos Sainz, mas conseguiu e, daí em diante, fez verdadeiro passeio em Monza para vencer a décima seguida e confirmar sequência histórica na Fórmula 1

Numa temporada de qualidade contestável de corridas, é injusto dizer que o GP da Itália deste domingo (3) foi uma prova ruim. Foi uma prova movimentada e que obrigou os líderes do campeonato e, como diz o ditado popular, capinarem sentados. Mesmo assim, entretanto, o resultado foi o mais óbvio possível. Vitória de Max Verstappen e dobradinha da Red Bull. Com isso, Verstappen se tornou o primeiro piloto na história da F1 a vencer dez corridas seguidas.

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Mas demorou mesmo para passar Carlos Sainz, que defendeu a posição de maneira bastante madura. Até mais do que os pneus traseiros da Ferrari gostariam, mas mostrou o espírito de um piloto de automóveis, que se defende a despeito do contexto ao redor. Foi apenas na volta 15 que Verstappen passou ao forçar um erro do espanhol e, aí, sumiu.

Para Sainz e Leclerc sobrou uma briga interna em três momentos. Primeiro, no fim do stint inicial; depois, logo após o segundo deles a parar nos boxes, Leclerc, retornar à pista; por fim, após Pérez passar Sainz e tomar a segunda posição. Leclerc chegou a aparecer na frente, Carlos recuperou o segundo lugar e, com três voltas para o fim, a Ferrari acabou com a brincadeira e mandou ambos levarem os carros para casa. Mas, na última volta, Leclerc demorou a frear e quase abalroou Sainz na curva um. Ainda precisou sair da pista para evitar um desastre em frente aos tifosi.

George Russell ficou com a quinta colocação, seguido por Lewis Hamilton, em sexto. Hamilton manteve a posição da pista mesmo com uma punição de 5s por causar acidente com Oscar Piastri um tanto antes e, na prática, tirar de Piastri a chance de pontuar.

Alexander Albon garantiu a Williams na sétima colocação, com direito a Lando Norris, Fernando Alonso e Valtteri Bottas no top-10. Piastri ficou com a melhor volta, mas, como terminou na 11ª colocação, não embolsou o ponto extra.

O primeiro problema sério da corrida veio antes mesmo da largada. Durante a volta de formação do grid, Yuki Tsunoda sofreu pane no motor Honda da AlphaTauri e precisou parar na pista assim que superou o contorno da curva Alboreto, a antiga Parabolica. A bandeira amarela foi mostrada para que o carro fosse tirado e, por conta de um problema com o sistema eletrônico das luzes de largada, a ação chegou a um atraso de 20 minutos. E largou com somente 19 carros, uma vez que Tsunoda nem saiu.

A Fórmula 1 retorna em duas semanas, nos dias 15, 16 e 17 de setembro, com o GP de Singapura, 15ª etapa da temporada 2023.

Max Verstappen precisou suar para ultrapassar Carlos Sainz (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi o GP da Itália:

Monza, Lombardia, GP da Itália! Uma combinação lendária na Fórmula 1, presente no calendário desde a temporada original, em 1950. Chegou a hora de 2023 ter sua versão de uma das mais tradicionais corridas do mundo. Sem perigo de chuva, era um dia também sem sol no céu. Mormaço clássico, com 29°C de temperatura ambiente e 43°C no asfalto.

Conforme os carros alinhavam na pista e partiam para a volta de apresentação, o primeiro problema se desenhou. O 11º colocado, Yuki Tsunoda, sofreu com uma pane do motor e precisou parar o carro logo depois do contorno da Parabolica. Desta feita, sequer largaria, deixando apenas 19 carros no grid e Liam Lawson como dono da única AlphaTauri.

Com isso, a primeira bandeira amarela veio interromper uma corrida que sequer havia começado. Mas os carros tiveram de desligar os carros e voltar à reta dos boxes, ainda que sem o acionamento de uma bandeira vermelha. Mas as equipes puderam voltar ao grid para trabalhar nos carros. Essencialmente uma bandeira vermelha sem que oficialmente fosse. O atraso foi aumentado por um problema no sistema eletrônico das luzes de largada.

A largada contava com Carlos Sainz no comando, o pole-position. Max Verstappen, Charles Leclerc, George Russell, Sergio Pérez, Alexander Albon, Oscar Piastri, Lewis Hamilton, Lando Norris e Fernando Alonso formavam o top-10. Destes, somente Hamilton largava com pneus diferentes dos médios: ia de duros.

Atrás disso, sem Tsunoda, Lawson abria a segunda parte do grid. Nico Hülkenberg, Valtteri Bottas, Logan Sargeant, Guanyu Zhou, Pierre Gasly, Esteban Ocon, Kevin Magnussen e Lance Stroll encerravam a pista. Bottas e Magnussen, assim, como Hamilton, optaram por sair de pneus duros.

Yuki Tsunoda sofre apagão quando se dirigia ao grid de largada para o GP da Itália (vídeo: reprodução/F1/Band)

Por conta das voltas de formação extras, a direção de prova avisou que dois giros seriam retirados dos números oficiais. De 53 para 51 voltas, portanto. Após atraso de 20 minutos, finalmente chegou o momento da largada.

Sainz partiu na frente e fez largada impecável, agindo de maneira inteligente para evitar que Verstappen sequer atacasse. Russell, contudo, foi para dentro de Leclerc, que segurou, mas o ataque continuava. Piastri até passou Albon, mas durou somente alguns metros, com o tailandês respondendo. E Norris tirou Hamilton do oitavo posto, enquanto Hülkenberg saiu de 12º lugar de fato e passou por Lawson e Alonso.

Verstappen conversava com a Red Bull e mostrava saber que o momento de atacar viria em breve. Chegou na volta seis, quando alinhou na reta dos boxes e abriu para atacar na curva um. Colocou o carro por fora, já com o lado esquerdo do RB19 um naco fora da pista. Contornou a curva um por fora e preparou o ataque na dois por dentro, mas Sainz fechou a porta e fez o bicampeão tirar o pé para evitar acidente.

“Isso foi sujo”, reclamou Verstappen. Mas fruto da frustração, apenas, porque Sainz era quem estava na frente e tinha todo direito àquele espaço. A Ferrari gostou. “Mandou bem”, elogiou no rádio para Sainz.

O outro piloto da Red Bull, Pérez, também resolvia atacar Russell, que já deixava Leclerc escapar um tanto. George segurou o mexicano algumas vezes e, aí, recebeu aviso que não gostou. “George, aumente o controle dos pneus”, disse o engenheiro. “Eu não sei se vocês conseguem ver, mas tem um carro bem na minha bunda”, respondeu enfezado.

A tensão nas brigas da frente continuava. Verstappen recebeu aviso de que Sainz estava com dificuldades de desgaste dos pneus traseiros, mas, após dez voltas, nada de ultrapassagem. Pérez atacou Russell na curva um da volta 11, mas novamente viu o inglês fechar a porta.

Enquanto isso, a primeira parada nos boxes: Gasly se mexeu para colocar pneus duros e tentar um pulo do gato com muitos undercuts, já que estava nas últimas colocações. Mas a Alpine precisou de três tentativas para conseguir levantar a frente do carro e fez o francês perder tempo.

George Russell segurou Sergio Pérez por bastante tempo (Foto: Mercedes)

Russell já começava a relatar desgaste de pneus quando, no início da volta 14, Pérez tomou o espaço na reta e contornou a curva um por fora, mas na frente. Russell espalhou, pois, e fez o mexicano sair do traçado – e ele também. ‘Checo’ saiu em quarto, mas devolveu a posição por tê-la ganho fora da pista. “Ele me jogou para fora”, reclamou, desta vez justamente.

Os dois ataques decisivos vieram, então, na volta 15. Verstappen finalmente contornou a Curva Grande na frente ao forçar um pequeno erro de Sainz e tomou a ponta, enquanto, metros atrás, Pérez superava Russell para ocupar o quarto lugar.

Os pit-stops também viravam febre: Albon, Lawson, Zhou, Sargeant, Hülkenberg e Magnussen, todos pararam antes do giro 17 para colocar pneus duros. Sainz, agora em segundo, começava a ver Leclerc encostar e se desesperava. “Meus pneus estão no fim”, dizia. Para segurar Max, desgastou demais os pneus traseiros. Queria parar, mas a Ferrari segurava. Leclerc também tinha questões. “O carro não está virando muito bem para a direita”, falou.

Na abertura da volta 20, finalmente a Ferrari parou Sainz; a Mercedes, Russell. O pit-stop ferrarista não foi dos melhores, mas permitiu que Carlos colocasse pneus novos e fugisse da pressão do companheiro. Pérez já se mostrava 1s mais rápido que Leclerc e obrigou Charles a trocar pneus na volta seguinte. Verstappen fez o mesmo. Pérez passava a ter rosto para o vento.

Leclerc voltou grudado em Sainz e não quis negociar muito: partiu para o ataque mesmo de pneus frios. Carlos, porém, segurou a posição. Com a parada de Pérez, na volta 22, o que ficou claro foi que a Red Bull não foi capaz do undercut. Pérez voltou muito perto das duas Ferrari, mas atrás de ambas.

Piastri, Norris e Hamilton, sem parar, eram os três primeiros. Ocon e Bottas também ainda não haviam parado nos boxes. Destes, apenas a dupla da McLaren e Ocon largaram de pneus médios. E, por isso, não demorariam. Norris entrou na 23, seguido por Piastri um giro mais tarde.

Novamente, Russell apareceu com movimento contestável na curva um, agora para evitar que Ocon contornasse na frente dele. Por sair da pista e levar vantagem, aos olhos da direção de prova, punição de 5s para George.

Quando Piastri voltou dos boxes, assim como aconteceu com a Ferrari, retornou grudado no companheiro e, com pneus frios e a freada de Norris bem dentro da curva, os dois chegaram a se tocar. Logo a direção de prova descartou punições e, assim, seguiram em frente sem maiores questões.

Oscar Piastri teve corrida movimentada (Foto: McLaren)

Pérez atacava Leclerc com o que podia, tentando contornar a Curva Grande por fora para assumir o terceiro lugar, mas Charles fez jogou duro e segurou. Pérez teve de desviar o carro em dado momento e passou na brita, jogando areia para o alto.

Hamilton parou na volta 29, colocou médios e teria de fazer 22 giros com eles. “É um caminho muito longo com esses pneus, pessoal”, falou no rádio. Apesar disso, naquele momento específico, o pneu era mais rápido que o dos oponentes e rendeu rápida ultrapassagem contra Alonso. Mesmo assim, seguia incomodado. “Agora estamos ferrados, porque eu não sei se vai dar para ir até o fim assim”, lamentou. A equipe respondeu que outros pilotos conseguiram.

Com todo mundo já tendo parado, Gasly relatava dificuldade com os pneus. Se a aposta era de apenas uma parada, o cenário mudava. No espaço de algumas voltas, Gasly, Magnussen, Zhou e Lawson todos pararam.

Depois de muito buscar espaço e estudar onde passaria, Pérez conseguiu deixar Leclerc para trás ao abrir a asa móvel na curva um. O próximo era Sainz.

A McLaren quis usar isso. Porque, na volta 37, Norris atacou Albon na curva um e viu o rival da Williams defender a posição. Lando reclamou, sem razão, mas a equipe quis agir. E mandou recado claro: “bom para ultrapassar”. Era o aviso de que pararia para tentar um undercut futuro, mas a Williams não caiu. Albon e Norris continuaram.

A 11 voltas do fim, Hamilton seguia buscando espaço enquanto os pneus médios rendiam bem. Na Curva Grande, alinhou o ataque, mas espremeu Piastri no canto da Roggia e forçou um acidente desnecessário que quebrou a asa dianteira do piloto australiano. Piastri teve de ir aos boxes para trocar a asa, enquanto Hamilton sentiu diferenças na asa traseira. A investigação era óbvia e rendeu 5s de punição.

Carlos Sainz ficou na terceira posição (Foto: Ferrari)

Pérez chegou até Sainz com algumas voltas pela frente. Inicialmente, ensaiou o que faria e não passou. Na volta seguinte, contudo, tomou o segundo lugar e foi embora para a dobradinha da Red Bull deixou Sainz para ser atacado pelo companheiro de equipe Leclerc.

Hamilton, mesmo punido atacava e engolia Norris e Albon para o sexto posto. Assim como Hamilton, Sargeant também recebeu 5s de punição por tocar Bottas. Por sorte, Valtteri escapava dos problemas e, com o pit-stop extra de Piastri, voltava à zona de pontuação da Fórmula 1.

A questão das voltas finais era a Ferrari. Leclerc passou Sainz, que recuperou a posição. Os dois trocavam golpes até que, com três voltas para o final, veio o aviso: “tragam os carros para casa”. Mas Leclerc estava grudado no companheiro e, empolgado com a torcida, resolveu fazer última tentativa no fim da reta dos boxes quando abriu a volta final. E quase abalroou a traseira de Sainz para acabar com a corrida da Ferrari. Teve de travar pneus para sair do traçado e evitar a tragédia, mas ficou mesmo em quarto.

Nova vitória de Verstappen, a décima seguida na F1, algo nunca antes visto.

F1 2023, GP da Itália, 14ª Etapa, Resultado Final:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT51 voltas 
2S PÉREZRed Bull RBPT+ 6.064 
3C SAINZFerrari+ 11.193 
4C LECLERCFerrari+ 11.377 
5G RUSSELLMercedes+ 23.028 
6L HAMILTONMercedes+ 42.679+5s 
7A ALBONWilliams Mercedes+ 45.106 
8L NORRISMcLaren Mercedes+ 45.449 
9F ALONSOAston Martin Mercedes+ 46.294 
10V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+ 1:04.056 
11O PIASTRIMcLaren Mercedes+ 1:10.638 
12L SARGEANTWilliams Mercedes+ 1:13.074+5s 
13L LAWSONAlphaTauri RBPT+ 1:18.557 
14G ZHOUAlfa Romeo Ferrari+ 1:20.164 
15L STROLLAston Martin Mercedes+ 1:22.510 
16P GASLYAlpine+ 1:27.266 
17N HÜLKENBERGHaas Ferrari+ 1 volta 
18K MAGNUSSENHaas Ferrari+ 1 volta 
19E OCONAlpineAbandonou 
20Y TSUNODAAlphaTauri RBPTNão Largou 
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