McLaren volta aos trilhos, mas encara Hungria decisiva para poder sonhar na F1 2023

A McLaren emendou duas ótimas corridas depois da atualização parruda que fez, mas em duas pistas de alta velocidade. Para poder se permitir sonhar de verdade, o time de Lando Norris e Oscar Piastri precisa andar forte na Hungria, com características tão diferentes no traçado

A McLaren foi a grande notícia da F1 nas últimas duas corridas, com um pacote parrudo e eficiente de atualizações jogando Lando Norris e, posteriormente, Oscar Piastri para as primeiras colocações. Foi um salto absurdo na Áustria e na Inglaterra, escalando quase o pelotão inteiro. Mas ainda não definitivo para o restante da temporada.

É que tanto o Red Bull Ring quanto Silverstone possuem características de pistas de altas velocidades. Ainda que sejam bem diferentes em termos de degradação e estilo de curvas, são traçados que exigem potência e ritmo forte. Isso, definitivamente, a McLaren encontrou com as recentes atualizações.

E aí vem o GP da Hungria, uma realidade completamente diferente em relação às provas recentes. Um circuito de baixa velocidade, travado, manhoso, que requer muito mais do que apenas potência. A tendência é de sofrimento para a McLaren, de choque de realidade. E o próprio Norris é um que abertamente acredita nisso.

“O carro ainda é ruim. E quando digo ruim, diria péssimo nas curvas de baixa velocidade. É extremamente difícil de pilotar. Sinto que as pessoas estão ficando empolgadas e aceito isso. Mas vamos para algumas pistas onde tenho certeza que as pessoas vão dizer: ‘O que você fez agora? Como ficou tão ruim de repente?’”, garantiu Lando.

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Lando Norris conquistou o segundo lugar no GP da Inglaterra (Foto: AFP)

Tudo bem, há de se levar em conta também que as declarações na F1 costumam ser sempre muito extremas, tanto para o bem quanto para o mal, mas não dá para desprezar o que Norris falou. Talvez não seja péssimo, mas qualquer coisa abaixo de ótimo já vai ser uma queda em relação ao que a McLaren fez em Áustria e Inglaterra.

Enfim, a tendência é que isso aconteça, mas e se não for assim, hein? A McLaren tem ganhado corpo e as atualizações devem seguir rolando. Caso o GP da Hungria não seja terrível, é sinal de que o time também pode caminhar na direção certa em outros tipos de pista. Vamos fechar aqui em pontos duplos. Dois carros no top-10, para o início de 2023 que teve o time laranjinha, já seria bastante digno e promissor.

Gigante na história da F1, a McLaren viveu altos e baixíssimos nas últimas duas décadas. O time desceu a um nível jamais esperado nos anos de parceria com a Honda e só foi se reerguer sob a batuta de Zak Brown e Andreas Seidl. 2022, com novo regulamento, representou queda, sim, mas o bom caminho parece de novo desenhado, agora com Andrea Stella, para pelo menos se estabelecer sem problemas no top-5.

Zak Brown ajudou a ressuscitar a McLaren na F1 (Foto: McLaren)

Depois disso, é possível sonhar mais alto. A McLaren tem grana, ótimos pilotos, bom corpo técnico e parece ter entendido como se atualizar eficientemente um carro. Como a F1 é uma obra contínua em anos sem revolução de regulamento, investir em 2023 é também preparar um 2024 mais sólido.

Como o vice-campeonato parece fora de cogitação pela baixa pontuação quando comparamos McLaren com Ferrari, Aston Martin e Mercedes, entrar na ‘F1 A’ tende a ser o teto da galera de Woking em 2023. Ainda não é o que Brown e seus comandados sonhavam, mas seria fundamental para se tornar um ‘player’ verdadeiro na categoria nos próximos anos. E para evitar que Norris seja raptado por outra equipe.

Fórmula 1 retorna neste fim de semana com o GP da Hungria, em Hungaroring, 11ª etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.

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