Pé na bunda definitivo de Kvyat vem aí. Resta saber se substituto é novato ou rebaixado
Daniil Kvyat não consegue entregar resultados nem próximos dos de Pierre Gasly - com o mesmo carro. Então, o 2021 do piloto é a saída da Fórmula 1. Mas quem será o substituto?
“Pé na bunda” é um expressão interessante: a definição clássica é no sentido figurado, mas há casos em que é possível utilizá-la quase de forma literal. Explico: Daniil Kvyat, por exemplo, vai levar um da AlphaTauri e da Red Bull ao final da temporada 2020 e terá um substituto na Fórmula 1. Isso é certo. O detalhe é que ele sequer tenta fugir.
A inércia do russo vai facilitar o pé na bunda que irá levar a qualquer momento. Ele fica lá, paradinho, não reage, não melhora, não evolui, não chega nem perto de Pierre Gasly, que tem o mesmo carro. E vive reclamando, culpando o que a equipe lhe entrega. É como se ele fizesse de tudo para facilitar o chute – ele nem busca fugir do destino já traçado.
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Não será o primeiro, claro: Kvyat já levou um em 2016, quando foi rebaixado da Red Bull para a então Toro Rosso; e outro, que parecia ser o final, em 2017. Mas, após apenas um ano fora, os touros entregaram de bandeja mais uma prova de que seu programa de jovens pilotos é falho ao recontratar o russo.
E o que ele entregou nessa terceira chance? Absolutamente nada. Claro, houve o pódio no insano GP da Alemanha de 2019, mas este cada vez mais foi se mostrando um acaso do que fruto de trabalho.
A comparação com Gasly volta neste tópico: rebaixado da Red Bull para a AlphaTauri no mesmo 2019, ele conseguiu segurar Lewis Hamilton no GP do Brasil e conquistar a segunda posição. Poderia ser, tal como o pódio de Kvyat, um feito único – mas não.
O francês venceu o GP da Itália neste ano – e vitórias não caem no colo, o piloto precisa entregar o suficiente para que, quando o milagre parece possível, ele possa concretizá-lo. Além disso, terminou sete das 12 etapas à frente do russo, sendo que, das outras cinco, precisou abandonar duas, e Kvyat nunca ficou mais de uma posição acima do companheiro na zona de pontos.
O resultado de momento, na classificação, é Gasly em nono, Kvyat em 14°, e 49 pontos de diferença: 63 a 14. Adeus, Kvyat.
Mas quem entra?
Quem será o substituto de Kvyat? A pergunta é difícil de ser respondida, mas o tabuleiro é grande e tem várias peças, com diversas possibilidades de movimentação.
Os nomes do jogo são estes: Nico Hülkenberg, Sergio Pérez, Pierre Gasly, Alexander Albon e Yuki Tsunoda. Comecemos por aí. Há quem só pode pintar no time principal, há quem apenas no secundário, e há quem esteja balançando na tênue linha que divide os carros azuis dos brancos.
Hülkenberg e Pérez só podem fazer um movimento: o de ocupar a casa vazia na Red Bull, topando a ideia de ser escudeiro de quem a equipe realmente quer que seja campeão do mundo – Max Verstappen.
Ambos são declaradamente observados pelos chefes, que com isso praticamente desistem de formar pilotos capazes de entregar o que o holandês consegue na F1. Se ninguém criado em casa dá certo, que apelem para dois que simplesmente querem ficar na categoria.
Se um deles for contratado, a disputa passa ser exclusivamente pelo espaço na AlphaTauri, mas fica claro o que irá ocorrer: Gasly e Alexander Albon formariam a dupla no time de baixo, já que nada indica uma dispensa do tailandês, mesmo que cobrado constantemente para que se aproxime de Verstappen.
Ao mesmo tempo em que podem formar a dupla secundária, eles brigam para não fazer com que os chefes apostem nos mais experientes. O problema é que nem Gasly, nem Albon, rendem mais na Red Bull do que na AlphaTauri.
Não seria este o lugar deles? Mesmo que quando Gasly venda seu peixe para voltar ao time de cima, é citando os resultados que conquistou no de baixo.
Se a leitura for de que não, e que um deles seja a peça que vai para a Red Bull, o jogo altera seu caminho. E o substituto de Kvyat passa a ser alguém que seja utilizado pelo princípio da existência da AlphaTauri: um piloto do programa de jovens da marca.
A peça final
E este tem nome: Yuki Tsunoda só entra na partida se Gasly ou Albon subirem – ou, claro, se Christan Horner e Helmut Marko se irritarem demais com um deles -, e sabe disso, já que foi avisado que deve buscar os pontos para a superlicença.
A missão do japonês, atualmente terceiro colocado na F2, é torcer para que Albon ou Gasly empolguem os chefes a ponto de estar na Red Bull, e que Hülk e Pérez tenham zero interesse em ir para uma equipe que não a principal. Se tal torcida der certo, estará na F1 em 2021. É a última peça do jogo, mas a que mais mudaria o destino.
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