Por que Maserati e Mahindra trocaram figurinhas na Fórmula E? Entenda bastidores
Os anúncios de Jehan Daruvala na Maserati e Edoardo Mortara na Mahindra causaram surpresa no mundo do esporte a motor, e o GRANDE PRÊMIO te explica os bastidores por trás da 'troca de figurinhas' entre as equipes na Fórmula E
A manhã desta quarta-feira (27) movimentou a silly season da Fórmula E, que se aproxima de completar o grid para a temporada 2023/24, com dois anúncios bombásticos: Jehan Daruvala, ex-reserva da Mahindra, fechou com a Maserati; por outro lado, Edoardo Mortara, recém-saído do time italiano, foi confirmado na equipe indiana. Em meio à surpresa pela troca entre as partes, o GRANDE PRÊMIO explica os bastidores da negociação.
Não é segredo para ninguém que o sonho da Mahindra era voltar a ter um piloto indiano na Fórmula E, algo que não acontece desde a temporada 2014/15, com Karun Chandhok. Reserva da equipe, Daruvala preenchia todos os requisitos, com exceção de um — a experiência.
Relacionadas
Ciente das absurdas dificuldades do trem de força indiano em 2023, o time temia arriscar com um novato — Roberto Merhi deixou claro que o nível de dificuldade é bastante elevado — e passou a observar opções mais experientes, já ciente de que Lucas Di Grassi tinha o desejo de deixar os quadros da equipe após o fim da temporada.
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Simultaneamente, a Maserati já tinha em mente, antes do campeonato acabar, que buscaria a rescisão com Mortara. Em seu pior ano na categoria, o suíço foi completamente ofuscado por Maximilian Günther no time italiano e terminou com apenas 39 pontos, contra 101 do companheiro.
Assim, a situação começou a se desenhar: enquanto a Mahindra priorizava experiência, a Maserati passou a valorizar a juventude, buscando sangue novo na equipe para o futuro. A preferência, certamente, era ter Felipe Drugovich ao lado do alemão, mas o brasileiro ainda busca o sonho de entrar na Fórmula 1. A partir daí, o nome de Daruvala começou a ganhar cada vez mais força.
O anúncio da saída de Mortara foi o sinal verde que a Mahindra precisava para garantir o contrato com o suíço, enquanto Daruvala seguiu o caminho oposto e fechou com a Maserati. James Rossiter, chefe da equipe italiana, já havia externado o desejo de ter doses maiores de juventude e “entusiasmo” na garagem.

“Acho que o que alcançamos com Max [Günther] na última temporada nos mostrou que não é apenas sobre velocidade, mas sobre como você maximiza o potencial de um piloto e como pode trabalhar com ele”, disse ao portal inglês The Race. “É algo que prezamos para o futuro. Creio que há uma grande quantidade de jovens talentos lá fora”, pontuou.
No fim, os dois times conseguiram seus objetivos: a equipe indiana tem uma dupla extremamente experiente, com Mortara e Nyck de Vries, e os italianos alcançaram o nível de entusiasmo desejado — com uma dupla que une a juventude do novato Daruvala a Günther, que vive o melhor momento da carreira na categoria.
Vale destacar que De Vries também chegou a ser uma opção para a Maserati. No entanto, o piloto — que chegou a assinar com a equipe antes de ir para a Fórmula 1 — já tinha conversas adiantadas com a Mahindra e esbarrava no projeto da escuderia de contratar um piloto mais jovem.
A Fórmula E retorna oficialmente no dia 13 de janeiro, com a abertura da temporada, na Cidade do México. Antes disso, porém, a categoria realiza sua pré-temporada, em Valência, entre os dias 23 e 27 de outubro.

