Chuva tumultua e deixa candidatos ao título de escanteio no dia 1 da MotoGP na Malásia

Enquanto Aleix Espargaró sofreu toda sorte de problemas no TL1 em Sepang, Francesco Bagnaia e Fabio Quartararo foram pegos no contrapé pela chuva e não usaram pneus novos no fim do primeiro treino de sexta-feira (21). Pior para o líder do Mundial, que sequer conseguiu uma vaga no top-10 combinado

O primeiro dia de treinos para o GP da Malásia de MotoGP foi marcado pela chuva. Depois de uma manhã em pista seca, a parte da tarde foi marcada pelas consequências de um temporal que não só interrompeu o treino da Moto2, mas também adiou o início da segunda sessão desta sexta-feira (21).

Ainda que os pneus slicks tenham conseguido entrar em cena nos minutos finais da atividade vespertina, isso não foi suficiente para permitir a melhora de ninguém, com Cal Crutchlow comandando o TL2. No combinado dos dois treinos do dia em Sepang, prevaleceram os tempos do primeiro treino, com Brad Binder liderando os trabalhos, diante de Álex Rins.

CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP
🧮 Bagnaia toma liderança e pode ser campeão da MotoGP na Malásia

Fabio Quartararo e Francesco Bagnaia não usaram pneus novos e tiveram desempenho discreto no combinado dos treinos (Foto: Divulgação/MotoGP)

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Sem querer diminuir a importância do sul-africano, este é um fim de semana um tanto particular: afinal, Francesco Bagnaia tem o primeiro match-point do título de 2022. Sendo assim, os holofotes estão em cima do italiano, de Fabio Quartararo e de Aleix Espargaró, os dois pilotos que têm não só chances matemáticas, mas as maiores possibilidades de ao menos adiar a conquista de Pecco.

Do trio, foi Quartararo quem teve o melhor resultado do dia. O francês da Yamaha fechou a sexta-feira em Sepang na sexta colocação, com o melhor tempo de 2min00s543, 1s064 mais lento do que Binder. Bagnaia, por outro lado, ficou em 11º, a 1s291 do ponteiro. Aleix, por outro lado, teve um dia um tanto caótico: caiu, teve problemas com a moto reserva e foi só 20º, 2s175 mais lento que Brad.

Fabio, contudo, não calçou pneus novos para o último stint no TL1, o que condicionou o resultado do treino.

“No seco, a minha sensação é boa. Pude forçar logo de cara”, contou Quartararo. “Na primeira saída de tarde, foi difícil, mas, a partir da segunda, fui imediatamente mais rápido”, relatou.

“Queria colocar slicks no final da sessão, mas só restavam sete minutos e eu não queria parar para dar só uma ou duas voltas. Então decidi seguir”, explicou. “Nós normalmente sofremos em condições mistas com machas molhadas no asfalto, e foi muito melhor no final. No fim, foi um bom dia. Só estava curtindo bastante hoje”, acrescentou.

A mesma coisa, aliás, aconteceu com Bagnaia, mas com um desfecho um pouco pior, já que ele ficou de fora até mesmo do top-10 combinado.

“A decisão de não colocar o pneu novo no final do primeiro treino foi minha”, disse Francesco. “Não esperava a chuva da tarde, mas, além disso, era importante dar voltas com o pneu médio”, defendeu.

Na parte da tarde, um temporal caiu durante o treino da Moto2, que teve de ser interrompido em bandeira vermelha. A sessão ficou suspensa por cerca de uma hora antes de ser retomada, até a melhora das condições. Assim, quando chegou a vez de a MotoGP entrar na pista, o treino começou com a pista molhada, mas o asfalto foi secado até permitir o uso dos slicks.

MATEMÁTICA DO TÍTULO
🖩 Bagnaia tem primeiro match-point da MotoGP na Malásia
🖩 Ogura tem primeira chance de vencer Moto2 na Malásia

Brad Binder foi o mais rápido no TL1 (Foto: Divulgação/MotoGP)

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“É claro que me irrita não estar entre os dez primeiros. Especialmente porque foi por culpa minha, de um erro que eu cometi”, frisou. “Apesar disso, estou contente. De manhã, foi um dos poucos que melhorou com pneu usado. E, de tarde, no molhado, não me vi de tudo bem, mas terminei bem”, pontuou.

Para esta sexta-feira, a previsão do tempo não indicava chuva, diferente do que indicam os metereologistas para sábado.

“Quando vi a chuva, me preocupei, pois, se amanhã chove, não será fácil passar para o Q2 com a quantidade de bons pilotos que nos encontraríamos”, previu.

Aleix, por outro lado, só teve a chance de completar cinco voltas, uma vez que teve uma série de problemas mecânicos, primeiro como câmbio e depois com o motor.

“Foi um início difícil do fim de semana mais importante do ano”, resumiu Aleix. “Tive um problema grave com a embreagem na minha primeira saída, parei e voltei a sair, e sofri uma queda por causa disso. Com a segunda moto, dei a volta de aquecimento e disparou um alarme no painel, então tive de parar por um problema no motor”, indicou.

Além das falhas mecânicas, o mais velho dos Espargaró reconheceu que o ambiente nos boxes não é dos melhores, já que a equipe não gostou das duras críticas feitas por ele na semana passada.

“Fui um pouco crítico com o nosso rendimento depois das últimas corridas na Austrália e parece que, para a Aprilia, eu fui um pouco duro”, comentou. “Agora que se analise o que aconteceu no primeiro treino livre. Os resultados estão aí”, continuou.

“Na segunda parte da temporada, não estivemos no nível da primeira, e eu não posso fazer mais. Confio nesta equipe e acho que no ano que vem podemos voltar a brigar pelo título se fizermos as coisas como na primeira parte da temporada”, defendeu. “Se tivéssemos seguido aquela linha, agora eu seria líder”, apostou.

O irmão de Pol avaliou que já é o terceiro ano que a Aprilia sofre com uma queda de rendimento na segunda parte da temporada.

Cal Crutchlow liderou o TL2 na chuva (Foto: Divulgação/MotoGP)

“É o terceiro ano que temos esses problemas, que somos lentos na segunda parte da temporada. Mas é algo que temos de falar internamente. Não acho que seja difícil de resolver”, disse. “A moto é a mesma desde a pré-temporada, mas não podemos chegar a desenvolvê-la durante a temporada. Mas agora não posso ultrapassar ninguém na rela e, na pré-temporada, a Aprilia era muito rápida”, ponderou.

“A Aprilia aprendeu muito neste ano. Como lidar com a pressão de estar no topo do campeonato. Eu, como piloto, também aprendi a lidar com a pressão, a brigar pelo pódio, por vitorias e por poles. E acho que, no ano que vem, será melhor. Mas, na segunda parte do ano, cometemos erros e não sinto que tenhamos aquela velocidade. Eu tampouco pensava que a Aprilia fosse a melhor naquele momento, como não acho que seja a pior de agora”, observou.

“Estou muito orgulhoso do trabalho feito e desta moto. Mas acho que isso não é suficiente para brigar pelo título, Acho que a Aprilia gosta de mim porque sou honesto. Mas, quando critico, é porque acho que os rapazes são capazes de dar mais”, defendeu.

A MotoGP volta à pista neste sábado, em Sepang, às 23h50 (de Brasília, GMT-3), para a disputa do terceiro treino livre. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial 2022 de Motovelocidade.

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