Darryn Binder surpreende com primeiros pontos e poucas quedas em início na MotoGP

Depois de saltar da Moto3 para a MotoGP e receber diversas críticas, Darryn Binder vem se mostrando seguro nas pistas e cometendo poucos erros. Na Indonésia, inclusive, alcançou o primeiro top-10 na classe rainha do Mundial

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No fim do ano passado, o susto. Agora, a sensação de deixar todos incrédulos. Darryn Binder é quase unanimidade no paddock do Mundial de Motovelocidade, nem sempre por motivos positivos. Alçado da Moto3 direto para a MotoGP em 2022, o sul-africano chegou com baixas expectativas e ninguém dava muito por ele, que, no entanto, até já conseguiu alguns pontos.

Para lembrarmos o quão surpreendente e polêmica foi a mudança na carreira de Darryn, precisamos voltar para o GP do Algarve de 2021 da Moto3. Dennis Foggia entrou na última volta liderando a prova e, com isso, adiava o sonho de Pedro Acosta de ser campeão antecipado. Na curva 2 do circuito português, Binder foi como uma bola de destruição e atropelou o italiano. Pronto, fim de campeonato. Nos boxes, ainda tentou se desculpar, mas foi expulso da garagem da Leopard Racing aos gritos.

Na Moto3, aliás, a passagem de Binder foi esquecível. Entre 2015 e 2021, acumulou apenas a conquista do GP da Catalunha de 2020 e outros cinco pódios. Sua melhor classificação final de campeonato foi um mísero sétimo lugar. Sempre longe das brigas por vitórias ou títulos, poucos acreditavam que chegaria à classe rainha do Mundial de Motovelocidade, como fez o irmão Brad anos antes — com título no caminho, pelo menos.

Darryn Binder já chegou no top-10 da MotoGP (Foto: RNF Yamaha)

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A chegada de Darryn Binder à MotoGP se deu pela RNF, equipe satélite da Yamaha que antes tinha o nome de SRT e abrigava um tal de Valentino Rossi. Ao seu lado, o veterano Andrea Dovizioso. Nem isso parecia incomodar o confiante sul-africano antes da primeira etapa do campeonato, no Catar.

“O que posso dizer é que vai levar um pouco de tempo e que preciso lembrar a mim mesmo que é um passo enorme. Só preciso levar o meu tempo e garantir que não faça bobagem nenhuma para perder tempo”, afirmou.

Enquanto muitos esperavam uma sequência de acidentes de Darryn com a potente moto da classe rainha, o piloto de 24 anos está se segurando bem. Chegou a errar no Catar, é bem verdade, mas consegue se manter sobre o equipamento na maior parte do tempo.

Na abertura do certame, em Lusail, fez pouco, é fato. Largou em 24º e último lugar, como todos esperavam, mas soube escapar de problemas na corrida e quase pontuou. Binder ficou em 16º, uma posição fora da zona de pontuação, e apenas 0s012 atrás de Remy Gardner. Um resultado surpreendente, sim, mas que não o poupou de críticas.

“Em certo ponto, fiquei preso atrás do Maverick [Viñales] e do [Andrea] Dovizioso. E teria seguido a dupla, mas fiquei com o Darryn [Binder] entre a gente e não conseguia passá-lo. Ele ainda pilota como se estivesse na Moto3, por todos os cantos. Ele estava voltando para a linha sem olhar, andando para todos os lados, foi um desastre. Espero que consiga encontrá-lo para conversarmos. Não estamos em motos da Moto3 e nem mesmo brigando pela liderança. Esperamos mais respeito. É normal, era sua primeira corrida pela MotoGP depois de subir para a Moto3”, esbravejou Gardner em Lusail.

Darryn Binder chegou à MotoGP cercado de críticas (Foto: RNF Yamaha)

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Na Indonésia, vieram a redenção e os primeiros pontos. Em um molhado GP, o sul-africano da RNF soube escapar das quedas e das armadilhas da chuva em Mandalika. No fim, saiu do fim do grid para conseguir uma digna 10ª posição. O resultado poderia até ter sido melhor, mas ele perdeu duas colocações no último giro.

“O mais próximo de um contato que eu tive foi quando meu irmão [Brad] balançou a moto e eu me assustei. Mas eu senti que estava pilotando até bem. Quando eu passava os caras, pensava: ‘agora não é a hora de cometer erros bobos'”, pontuou Binder após a prova.

“Você tenta fazer o melhor possível, eu andei em um ritmo duro. Não vai ser fácil lutar por bons resultados, então me assegurei de fazer o melhor. Décimo é melhor que nada, claro, e estou feliz pelo jeito que as coisas andaram. Realmente, no fim do dia, não preciso provar nada para ninguém. Recebi essa oportunidade e tento fazer o máximo com isso”, frisou.

Darryn Binder parece que vai sempre viver cercado de críticas, ainda mais por estar longe dos holofotes, como o irmão mais velho. Mesmo assim, conseguiu corresponder bem acima do esperado nas primeiras corridas da MotoGP em 2022, melhor até mesmo que o veterano companheiro Andrea Dovizioso.

Para uma equipe que precisa de um alívio depois de um péssimo ano em 2021, o começo do sul-africano vai se mostrando uma aposta de muito sucesso. Resta saber até quando.

MotoGP volta a acelerar no dia 3 de abril, para o GP da Argentina, no circuito de Termas de Río Hondo. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da terceira etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.

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