Bagnaia resiste a Viñales no fim e vence GP da Grã-Bretanha. Quartararo é só 8º

O GP da Grã-Bretanha de MotoGP, realizado neste domingo (7), entregou as emoções que prometia. Johann Zarco caiu sozinho, Fabio Quartararo cumpriu punição de volta longa, Aleix Espargaró confirmou presença mesmo com dores intensas no pé… mas, no final das contas, quem venceu em Silverstone foi Francesco Bagnaia, que ultrapassou Álex Rins a nove voltas do fim e garantiu o triunfo. É a quarta vitória de Pecco no ano.

Na reta final da corrida, Maverick Viñales colou em Pecco e até chegou a ultrapassar o rival na penúltima volta, mas não conseguiu aguentar o ritmo e cruzou a linha de chegada em segundo. Jack Miller completou o pódio.

A 16 voltas do fim, na curva 8, o pole-position e então líder da disputa Zarco caiu sozinho. O francês da Pramac tinha tudo para acabar com incômodo jejum na classe rainha — o #5 nunca venceu —, mas vacilou por conta própria e teve que abandonar.

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Líder do campeonato, Quartararo teve ótima largada. O campeão de 2021 precisou cumprir punição de volta longa, entretanto, pela confusão com Aleix Espargaró em Assen. A direção de prova sinalizou o francês da penalização, e a 17 voltas do fim, o francês obedeceu. Só que se a expectativa era de uma legítima prova de recuperação, isso não aconteceu. Sofrendo como desgates dos pneus, Quartararo não conseguiu avançar e, com isso, chegou em 8º.

Enea Bastianini aparece em quarto, à frente de Jorge Martín — duelo entre os dois postulantes à vaga restante da Ducati em 2023. Completam o top-10: Miguel Oliveira, Rins, Quartararo, Aleix Espargaró e Marco Bezzecchi.

Com o resultado, Quartararo aumentou um pouquinho a vantagem para Aleix Espargaró no Mundial de Pilotos: 180 a 158. Bagnaia mostra-se cada vez mais disposto a recuperar o prejuízo, aparecendo em terceiro, com 131 — à frente de Bastianini e Zarco.

A MotoGP volta às pistas no dia 21 de agosto, com o GP da Áustria, no Red Bull Ring. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

Saiba como foi o GP da Grã-Bretanha de MotoGP:

Apesar da reputação de inglesa de sempre chover, a MotoGP conseguiu um fim de semana todinho de pista seca. Às vésperas da largada do GP da Grã-Bretanha, a região de Northamptonshire tinha um dia de sol, com os termômetros marcando 22°C e o asfalto chegando a 43°C. A umidade relativa do ar estava em 46%, com o vento soprando a 10 km/h.

Assim como no ano passado, a Michelin levou para o traçado inglês os pneus macios, médios e duros, com os dianteiros todos com perfil simétrico, enquanto os traseiros tinham construção assimétrica, com borracha mais dura do lado direito.

Na saída para a pista, a maioria tinha pneus dianteiros médios, exceto Jack Miller, Johann Zarco, Fabio Di Giannantonio, Stefan Bradl e Fabio Quartararo, que calçaram o macio. Na traseira, a escolha era mais dividida: Di Giannantonio, Pol Espargaró, as LCR, as quatro KTM, Álex Rins e as quatro Yamaha tinha os médios, enquanto as Aprilia, as Ducati, as Pramac, Enea Bastianini, as VR46, Stefan Bradl e Joan Mir apostaram no duro.

Antes da largada, porém, mudanças de última hora na escolha dos calçados: Bastianini trocou para um dianteiro macio, enquanto Zarco passou para um médio dianteiro. Di Giannantonio, Rins e Dovizioso mudaram para traseiros duros.

No instante em que as luzes se apagaram na reta de largada, os 41.002 espectadores em Silverstone viram Johann Zarco tracionar bem e manter a ponta, com Fabio Quartararo largar muito bem para pular para segundo logo nos primeiros metros. Maverick Viñales, por outro lado, bobeou e caiu para sexto.

Johann, então, forçou o ritmo desde os metros iniciais, tentando abrir margem, que chegou a ser de 0s3. Ao fim da primeira volta, o titular da Pramac tinha uma janela de 0s226. Jack Miller vinha em terceiro, diante de Francesco Bagnaia, Álex Rins, Viñales e Aleix.

Na abertura da volta 2, a FIM notificou Quartararo da punição, o que significava que ele tinha três voltas para passar pela volta longa e cumprir a pena que carregou da Holanda. A ideia do piloto da Yamaha e cumprir o mais tarde possível, em uma tentativa de já ter o pelotão quebrado.

Fabio, então pressionava Zarco pela ponta, para o francês da Pramac resistia na ponta, aproveitando a força do motor Ducati para, inclusive, se afastar mais no trecho final da pista. Miller, por outro lado, não acompanhava o passo dos ponteiros e já tinha cedido 0s3 em relação a El Diablo.

Na volta 3, Bagnaia passou Rins e assumiu a quarta posição, passando a pressionar o companheiro de Ducati, que tinha acabado de registrar a melhor volta da corrida em 1min59s740. Álex, porém, reagiu e voltou a colocar a Suzuki na frente. Mais atrás, Jorge Martín passou Aleix Espargaró para ser sétimo.

No momento em que cumpriu a sanção, Quartararo caiu para a quinta colocação, logo à frente de Viñales. Era a oportunidade de o espanhol ajudar o companheiro de equipe na briga pelo campeonato.

Assim, Zarco ficou com 0s462 de vantagem na liderança, com Rins em terceiro, diante de Bagnaia.

Na volta 5, o sonho da primeira vitória de Zarco foi por água abaixo. O francês caiu sozinho na curva 8 e entregou a liderança para Miler, que vinha pressionado por Rins, um especialista em Silverstone.

Álex logo tomou a ponta, mas o troco foi imediato. A pressão seguiu, com Rins tomando o comando depois de ser atacado por Pecco. Assim que passou na Vale, o espanhol forçou o ritmo e abriu um respiro em relação ao piloto da Ducati.

Mais atrás, Viñales não só não conseguiu passar Quartararo, como ainda perdeu a posição para Martín, que avançou para quinto e passou a pressionar o líder do Mundial.

Jorge não demorou a chegar no piloto da Yamaha e tomou a quarta colocação rapidamente. Mais para frente, Pecco passou Jack e se instalou em segundo, já mais de 0s7 atrás de Rins, que vinha escapando mais e mais.

Na volta 9, Maverick conseguiu passar Quartararo, tomando a quinta colocação. Neste momento da corrida, a MotoGP exibiu um replay da largada que possibilitou identificar um toque entre os dois, o que explica a saída ruim do espanhol.

Na ponta, Rins chegou a beirar 1s de margem, mas, pouco a pouco, Bagnaia ia diminuindo a diferença. O italiano abriu a volta 10 com pouco mais de 0s5 de atraso. Miller ainda vinha por perto, trazendo junto Martín, Viñales, Quartararo, Mir, Aleix, Oliveira, Brad Binder e Bastianini.

Na passagem seguinte, os dois já estavam praticamente colados, com a briga pela vitória vivíssima. Na volta nove, Pecco grudou em Rins e lançou um ataque, tomando a liderança na freada da Stowe, a curva 7. De imediato, o piloto italiano abriu um pouco de vantagem, tentando encaminhar o quarto triunfo do ano.

Rins não conseguiu manter o contato e foi sentindo Miller cada vez mais próximo. Mais atrás, Bastianini subiu para nono depois de passar Oliveira. Mais um replay mostrou um toque entre Enea e Martín na largada, o que custou uma asa da moto da Gresini.

Martín, aliás, perdeu a quarta posição para Viñales, que vinha tentando se aproximar do pódio. Atrás. Bastianini escalou mais um posto, agora passando Aleix para ser oitavo.

Com sete voltas para o fim, Miller passou Rins, que tentou responder na The Loop, mas viu a porta fechada. O piloto da Suzuki, porém, logo foi vendo Viñales crescer atrás. Do outro lado da garagem da Suzuki, a situação era pior, já que Joan Mir caiu sozinho na Stowe e abandonou a corrida.

Já na reta final da corrida, Bastianini intensificou a pressão em cima de Quartararo, buscando um caminho para tentar tomar a sexta colocação. Atrás, Aleix perdeu para Oliveira o oitavo posto.

Viñales, por sua vez, tomou a quarta colocação de Martín, enquanto Bastianini conseguiu passar Quartararo para ser sexto. Disputando a vaga na Ducati de fábrica em 2023, Enea seguiu forçando o ritmo, tentando chegar em Jorge.

Na frente, Viñales passou Rins e assumiu o terceiro posto, com Martín seguindo o mesmo roteiro pouco depois. Com três voltas para o fim, Maverick lançou um ataque para cima de Miller, mas o australiano defendeu o segundo lugar.

O espanhol insistiu pouco depois e conseguiu passar, já com 0s6 de atraso para Pecco. Ainda dava tempo de o Top Gun pegar Bagnaia e vencer?

Atrás, Bastianini passou Rins e subiu para quinto, enquanto Oliveira tomou o sétimo lugar de Fabio.

Viñales conseguiu chegar e logo passou a pressionar Pecco pela vitória. O espanhol chegou a tomar a ponta brevemente na Village, mas o italiano recuperou a ponta e contou com uma errada do rival para recuperar margem. Um novo erro de Maverick acabou sendo determinante para dar a Francesco a margem necessária nos metros finais. Atrás, Bastianini passou Martín pelo quarto posto.

Pecco recebeu a bandeirada com 0s426 de margem para Viñales, com Miller fechando o pódio, diante de Bastianini e Martín. Aleix Espargaró ainda tentou atacar Quartararo no fim, mas acabou em nono, logo atrás do rival pelo título.

MotoGP 2022, GP da Grã-Bretanha, Silverstone, Corrida:

1	F BAGNAIA	Ducati	40min10s260	20 voltas
2	M VIÑALES	Aprilia	+0.426
3	J MILLER	Ducati	+0.614
4	E BASTIANINI	Gresini Ducati	+1.651
5	J MARTÍN	Pramac Ducati	+1.750
6	M OLIVEIRA	KTM	+2.727
7	Á RINS	Suzuki	+3.021
8	F QUARTARARO	Yamaha	+3.819
9	A ESPARGARÓ	Aprilia	+3.958
10	M BEZZECCHI	VR46 Ducati	+6.646
11	B BINDER	KTM	+7.730
12	L MARINI	VR46 Ducati	+13.439
13	T NAKAGAMI	LCR Honda	+13.706
14	P ESPARGARÓ	Honda	+13.906
15	F MORBIDELLI	Yamaha	+16.359
16	A DOVIZIOSO	RNF Yamaha	+20.805
17	A MÁRQUEZ	LCR Honda	+21.099
18	R GARDNER	Tech3 KTM	+24.579
19	S BRADL	Honda	+28.773
20	D BINDER	RNF Yamaha	+33.653
21	R FERNÁNDEZ	Tech3 KTM	+35.601
22	F DI GIANNANTONIO	Gresini Ducati	+36.640
23	J MIR	Suzuki	Abandonou
24	J ZARCO	Pramac Ducati	Abandonou

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