Marc Márquez vê Nadal como referência e revela: “Minha sensação atual é de esperança”

Em um longo texto publicado no site da Repsol, o piloto da Honda contou como tem vivido o período de recuperação da quarta cirurgia no braço direito, agradeceu o apoio dos fãs e dos ex-pilotos Alex Crivillè, Alberto Puig e Mick Doohan e disse ter esperança de poder voltar a competir sem sentir dor

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Marc Márquez revelou que tem uma sensação de esperança pouco mais de 20 dias após a quarta cirurgia no braço direito. Em uma carta direcionada aos fãs, o piloto da Honda explicou todo o processo que levou à operação do último dia 6, contou que além de Alberto Puig, chefe da equipe, e Mick Doohan, também conta com o apoio de Alex Crivillè e explicou que enxerga em Rafael Nadal uma referência no processo de recuperação.

Marc se afastou da MotoGP após o GP da Itália para passar por uma quarta cirurgia ainda na esteira da fratura que sofreu no GP da Espanha, na abertura da temporada 2020. Desta vez, os médicos precisaram corrigir uma rotação de mais de 30° no osso. Diferente das intervenções anteriores, desta vez o procedimento foi feito nos Estados Unidos, na Clinica Mayo, em Minnesota.

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Marc Márquez tem aproveitado o período de recuperação para descansar (Foto: Reprodução/Twitter)

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No último dia 18, Marc passou por uma revisão médica, em Madri, em os médicos ficaram satisfeitos com o progresso da recuperação. O piloto, porém, ainda não tem data para voltar ao Mundial de Motovelocidade, embora a Honda espere contar com ele ainda nos testes deste ano.

“Recebi muitas mensagens de encorajamento de vocês, os fãs, e elas são muito apreciadas, especialmente em um momento como esse. Quero que vocês saibam como estou indo na minha recuperação”, escreveu Marc em um blog da Repsol.

Marc contou que a ideia de uma nova cirurgia surgiu ainda no ano passado, mas ele tentou apostar na força mental para evitar a intervenção.

“A ideia de que eu talvez precisasse de outra cirurgia estava lá desde setembro do ano passado. Estávamos checando meu braço periodicamente para ver a evolução da fratura depois da terceira cirurgia. Quando chegou a pré-temporada, queria me convencer de que eu conseguiria, com a frase de que “o poder está na mente” como meu lema. Mas quando a temporada começou, percebi que as minhas limitações eram muito grandes”, relatou. “A minha ideia era competir toda a temporada — já que o osso não estava 100% consolidado da terceira operação —, mesmo sabendo das minhas limitações e escondendo o desconforto para evitar perguntas diárias. Só aqueles próximos a mim sabiam da situação”, contou.

“O momento decisivo aconteceu por volta do GP da França, quando tudo estava preparado para uma tomográfica computadorizada 3D. Tomamos a decisão de fazer uma nova operação”, explicou. “Fazer a cirurgia nos Estados Unidos me surpreendeu muito, por causa da maneira como eles planejaram os períodos pré-operatório e pós-operatório. É muito diferente da Espanha. O período pós-operatório foi muito rápido, recebi alta imediatamente, fui autorizado a voar e pude voltar para casa. A preparação, por outro lado, foi muito bem planejada e tudo foi feito com muita antecedência”, comparou.

O espanhol de Cervera contou que sentiu dor no pós-operatório, algo não chegou a assustar por causa da experiência das cirurgias anteriores. Agora, porém, não há nenhum desconforto.

“Antes da operação, eu estava de muito bom humor, mas nas horas seguintes, eu estava pior, por causa da anestesia e por causa da dor. Passei por maus momentos por dois ou três dias, mas como não era a primeira vez que meu braço era operado, eu já sabia como seria, sabia que a dor era normal e diminuiria depois”, recordou. “Agora me sinto muito bem, pois não sinto dor. Meu braço ainda está imobilizado e estou fazendo movimentos passivos leves. Me sinto motivado, pois a sensação é boa e me sinto empolgado em começar a recuperação assim que os médicos me liberarem, para ver se meu braço funciona como deveria”, continuou.

O irmão de Álex revelou que se sente esperançoso agora, já que, antes da cirurgia, achava que não poderia seguir competindo por muito mais tempo, mas agora confia de que poderá voltar à velha forma.

“A minha sensação atual é de esperança. Por causa da maneira como eu estava pilotando e competindo, não me via na moto por muito mais tempo — talvez por mais um ou dois anos. Depois da intervenção em Rochester, a esperança é que eu possa seguir competindo sem dor e me divirta na moto”, desabafou. “Estou esperando para fazer um raio-x na semana seis. Dependendo do resultado deste raio-x, vamos escolher o caminho da recuperação. Até lá, estou curtindo um pouco de férias, pois não posso começar a recuperação 100% ainda”, comentou.

A espera, porém, não tem sido diante da TV. Márquez já está ativo, trabalhando nas outras partes do corpo.

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“No momento, embora pareça que tenho muito tempo livre, planejo cada dia bem. Levanto cedo e vou para 1h30min de caminhada. Aí tento me manter ocupado com ligações com a equipe, com a minha família ou coisas pela casa. De tarde, começo a trabalhar gentilmente com a parte inferior do meu corpo e um pouquinho com o meu braço esquerdo”, contou.

Apesar de tudo que passou nos últimos dois anos, Marc conta que segue com a mesma motivação de antes e com o objetivo de voltar a se divertir em cima da RC213V.

“Às vezes, paro para pensar em motivação e, no meu caso, a única conclusão que chego é que a minha vem da paixão e do entusiasmo. Ela segue sendo a mesma dos últimos dez anos. Isso também me faz pensar no objetivo, que é me divertir e competir em bom nível, sem sofrer ou ter dor”, falou.

O hexacampeão da MotoGP agradeceu, também, o apoio que tem recebido não só chefe Alberto Puig, mas também de Alex Crivillè e Mick Doohan, que também passaram por lesões ao longo da carreira.

“Tenho de dizer que não estou sozinho neste caminho de recuperação. Tenho tido o apoio de pilotos como Alex Crivillè, que passou por algo similar; Alberto Puig, que é a pessoa com quem mais tenho contato, pois é também o chefe da Repsol Honda; e também com Mick Doohan, pois ele teve várias lesões sérias. Eles são as pessoas que mais me aconselharam e agradeço a eles pelo apoio”, declarou.

Além disso, Marc citou o exemplo de Rafael Nadal, que segue lutando com lesões para permanecer ativo no tênis. No início do mês, o tenista espanhol conquistou o 14º título da carreira em Roland Garros, mas revelou que jogou o torneio em Paris com o pé anestesiado por conta da Síndrome de Müller-Weiss.

“Tenho também um ponto de referência em Rafa Nadal, que mesmo quando as pessoas pensam que ele acabou, foi capaz de superar a dor e vencer outra vez”, recordou. “Eu estive com ele no Masters 1000 de Madri. Sei tudo que ele sofreu e é por isso que ele é um ponto de referência para mim, pois, embora não esteja em seu melhor, é capaz de vencer torneios como Roland Garros. Me lembro que na coletiva de imprensa ele admitiu que a dor mudava a personalidade dele, e eu entendo isso”, citou.

“Antes de me despedir, quero agradecê-los mais uma vez pelo apoio que recebo de todos vocês. Prometo que vou fazer de tudo para competir outra vez e para aproveitarmos bons momentos juntos”, encerrou.

MotoGP agora entra em férias e volta à ativa apenas no dia 7 de agosto, com o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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