Retrospectiva 2021: Stock Car mostra grid talentoso e entrega temporada competitiva

A Stock Car 2021 teve momentos brilhosos, emocionantes e polêmicos. Mas competitividade, ao longo de toda a temporada, foi o que realmente não faltou, gerando expectativa por um campeonato ainda mais interessante em 2022

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Competitiva e emocionante. A temporada de 2021 da Stock Car entregou o prometido: com 12 etapas ao longo do ano, o novo regulamento permitiu que cada corrida pudesse contar uma história diferente. E, claro, alguns resultados das provas foram mudados pela interferência das punições tardias da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) mas, para além disso, a guerra entre os pilotos e as montadoras foi um roteiro interessante e que gera expectativa para 2022.

De Goiânia a Interlagos — que sediou a final após o autódromo de Brasília, o qual ainda passa por reformas, não ficar pronto e apto para receber a categoria —, foram 11 vencedores diferentes, além de oito poles-position distintos. Embora o campeão de 2021 tenha apenas duas vitórias — a primeira etapa em Interlagos e Velocitta —, Casagrande foi o maior pontuador de diversas etapas, aproveitando para se colocar bem na zona de pontuação.

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Serra fez o mesmo, embora tenha vencido apenas em Goiânia. Já Camilo aproveitou para garantir algumas vitórias importantes — Cascavel, Curitiba, a segunda etapa no Velocitta, Santa Cruz do Sul e também na final em Interlagos —, que o deixou empatado com Cacá Bueno como o maior vencedor em atividade da Stock Car, com 37 triunfos no total. Vale lembrar que, na temporada passada, houve uma mudança importante no regulamento, que rendia dois pontos ao piloto que largasse na posição de honra.

Gabriel Casagrande foi o campeão da Stock Car em 2021(Foto: Duda Bairros/Vicar)

No entanto, a regularidade do dono do Chevrolet #83 falou mais alto no fim do campeonato. Após visitar 14 pódios ao longo das 24 corridas do ano, o paranaense conquistou o título de 2021 e se tornou o 18º campeão da história da categoria. Ele terminou o ano com 378 pontos, a 24 tentos de Serra e 68 de Camilo. Já no campeonato das equipes, quem levou o título mais uma vez foi a RC Eurofarma, que terminou com 637 pontos. Atrás dela, veio a Ipiranga, com 523.

Com o triunfo do piloto da A.Mattheis/Vogel, veio a confirmação do triunfo da Chevrolet em relação à Toyota: ao todo, a Chrevrolet teve 15 vitórias, enquanto os carros da montadora japonesa somaram nove. Já em poles-position, o placar final foi de 19 para Chevrolet e quatro para Toyota.

Em entrevista ao GRANDE PRÊMIO em junho de 2021, Fernando Julianelli, diretor-executivo da Stock Car, falou sobre a possibilidade da chegada de uma terceira montadora na categoria. Segundo Julianelli, conversas existem, mas ainda é um processo. Ele comentou que essas conversas ainda estão longe do papel, mas já analisa montadoras que tenham carros na mesma categoria do Chevrolet Cruze e do Toyota Corolla. Ele, inclusive, revelou que já faz todo o trabalho de tirar o receio que essas marcas possam ter em chegar à Stock Car e sofrer nas corridas, nas conquistas de poles ou vitórias. Interesse há, mas o dirigente deixou bem claro que ainda é um sonho distante para 2022.

Daniel Serra tinha chances de título, mas não conseguiu segurar Casagrande em Interlagos (Duda Bairros/Stock Car)

Voltando ao campeonato, reviravoltas não faltaram — e nem todas aconteceram na pista. Isso porque a CBA, entidade que gerencia a parte desportiva da Stock Car, foi uma das protagonistas da temporada. As chamadas ‘punições tardias’ foram muito presentes em quase todas as 12 etapas, desde penalizações leves a até desclassificações ou perda de vitórias, que costumavam a acontecer horas após a corrida. Foi o que ocorreu com Lucas Foresti e Rafael Suzuki, por exemplo. Foresti venceu a corrida 2 no Velocitta, terceira etapa da temporada, mas foi punido por supostamente ter acionado o impulso extra antes do tempo permitido. Um mês depois, por meio da Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Automobilismo (STJDA), recuperou seu triunfo.

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Já no caso de Suzuki, ele venceu a corrida 1 no anel externo de Curitiba, sétima etapa da temporada, mas foi desclassificado e perdeu seu triunfo por conta de uma irregularidade no combustível. Logo depois da punição, o piloto da Full Time falou com o GRANDE PRÊMIO e disse que confiava “200%” no trabalho da equipe. Um mês depois, o STJDA acatou o recurso apresentado por Suzuki e seu time e, assim, recuperou sua vitória.

Julianelli falou ao GRANDE PRÊMIO sobre a série de decisões técnicas tardias da CBA mudar rumos de corridas dias, horas e até semanas depois do fim das transmissões de TV. Ele admitiu que conversou com a entidade sobre a demora para a tomada de decisões e admitiu que foi algumas delas foram um erro.

Thiago Camilo não garantiu o título, mas se tornou o maior vencedor em atividade da Stock Car, junto com Cacá Bueno (Foto: Duda Bairros/Vicar)

Outro destaque da temporada foi a volta do público às arquibancadas na penúltima etapa do ano, em Santa Cruz do Sul. Após 707 dias, a última vez que o público tinha presenciado uma corrida da categoria foi no dia 15 de dezembro de 2019, em que Thiago Camilo venceu, mas foi Daniel Serra quem conquistou seu tricampeonato. Em 2021, os vencedores da etapa gaúcha foram Camilo e Ricardo Maurício.

Agora, é a vez de 2022. Com outras 12 etapas, a Stock Car promete uma competição ainda maior, tentando sanar as adversidades e propondo algumas novidades, como ainda a meta da final ser sediada no Autódromo de Brasília, além de passar em uma pista inédita, no Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro — a última vez em que o estado carioca recebeu uma corrida da categoria foi em 2012 —, além da volta da Corrida de Duplas.

Fato é que o grid da Stock Car é competitivo, tem qualidade. A nova geração faz com que os mais experientes se reinventem. E, se solucionar todas as questões, o campeonato deste ano, agora com público, pode render ainda mais momentos destacáveis para o automobilismo brasileiro.

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