Retrospectiva 2023: Haas regride em ritmo e volta para lanterna da Fórmula 1

Haas teve ano marcado por fortes sábados e péssimos domingos. Falta de gás de Kevin Magnussen e Nico Hülkenberg no fim da temporada acabou rendendo melhor lanterna da história da Fórmula 1

Se a Haas deu um tremendo salto em 2022 e foi uma das mais beneficiadas pela entrada do novo regulamento, a situação não se repetiu em 2023. Com um carro defasado, o time americano foi um dos que mais sofreu com a disparidade de desempenho e a previsibilidade da Fórmula 1. Sem forças para reagir no fim, amargou o último lugar pela segunda vez em sua curta história.

De 2022 para 2023, uma mudança importante na dupla de pilotos. A paciência oficialmente acabou com Mick Schumacher, que após levar uma sonora surra de desempenho de Kevin Magnussen, não teve o contrato renovado e buscou novos ares. Para seu lugar, veio o veterano Nico Hülkenberg, que não tinha uma vaga de titular na F1 desde 2019, mas foi um reserva bastante digno em 2020 e 2022 e dentro da filosofia da equipe.

Logo no começo do campeonato, a Haas teve um pequeno aperitivo do que seria o ano de 2023. Nico não se intimidou com o retorno após o afastamento e emplacou uma ida ao Q3 de cara, mas a corrida foi bem longe do ideal, terminando em 15º. Magnussen, por sua vez, foi quem trouxe o primeiro ponto do time na corrida seguinte, na Arábia Saudita, com o 10º lugar.

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Nico Hülkenberg (Foto: Haas F1 Team)

O melhor fim de semana do ano foi na Austrália, a terceira corrida do ano. Nico largou do top-10 e terminou na sétima posição, aproveitando de todo o caos em Melbourne, e com o sentimento até de que poderia mais, já que chegou a ocupar o quarto lugar em meio a bagunça em uma das relargadas. Naquele estágio, a Haas era a sétima entre os Construtores, mas as dificuldades aumentariam nas provas seguintes.

E aumentou especialmente porque o time sofreu de uma enorme incapacidade de recuperação nos dias em que as classificações eram ruins. Porém, em algumas ocasiões, os sábados eram excelentes, mas nada reproduzidos nos domingos. Magnussen, por exemplo, largou de quarto em Miami, mas só terminou em décimo.

Para Hülkenberg, a situação era mais dolorosa, já que conseguia derrotar o dinamarquês nas classificações e emplacar ótimas posições de grid, como sétimo posto na Espanha e o quinto no Canadá, mas nada de se converter em pontos. 15º em ambas oportunidades. Na Áustria, largou de oitavo e era sétimo ao fim da primeira volta, mas abandonou com problemas de motor.

Kevin Magnussen (Foto: AFP)

“Eu preferiria que fosse o contrário [força na corrida, não na classificação], mas é a tendência e característica que vimos até agora na temporada. Precisamos tentar equilibrar as características que vimos até agora neste ano entre os sábados e os domingos”, afirmou Hülkenberg após a corrida em Barcelona. “Obviamente, seria legal conquistar um grande resultado de classificação para levantar as expectativas, mas acaba tendo uma decepção no domingo, o que não é tão fácil de lidar e explicar para as pessoas o tempo todo. Temos trabalho para o futuro de longo prazo, eu acho”, completou.

Com uma queda de desempenho até nas classificações no meio da temporada, a Haas deu um voto de confiança, anunciando, em agosto, as renovações de contrato de Magnussen e Hülkenberg. Neste estágio, o time ainda tinha o oitavo lugar dos Construtores, o mesmo de 2022.

“Acho que é seguro dizer que tivemos uma dupla de pilotos extremamente sólida nesta temporada na Fórmula 1 e, no fim, não há razão para buscar uma mudança para o futuro”, disse Steiner. “Kevin, obviamente, é bastante conhecido por nós e estou muito contente de que ele vai continuar para o que será a sétima temporada dele com as cores da Haas. Com 113 largadas só pela nossa equipe, sabemos onde estão as forças dele, e o conhecimento e a experiência dele a respeito da nossa organização também contribuíram muito para isso”, seguiu.

Kevin Magnussen (Foto: AFP)

Após as férias do verão europeu, nem as classificações salvavam a Haas, salvo algumas exceções, como em Singapura, quando conseguiu emplacar os dois carros no Q3. Mesmo assim, veio apenas um ponto, conquistado pelo 10º lugar de Magnussen. Mal a equipe sabia que seria o último tento da campanha de 2023.

De lá para cá, não só o desempenho seguiu ruim, como ainda viu a AlphaTauri renascer na reta final, com desempenhos bons o suficiente para arrancar ao oitavo lugar entre os Construtores. A Alfa Romeo não fez muito mais, mas a boa participação no GP do Catar foi suficiente também para superar a Haas.

No fim, a campanha de 12 pontos da Haas foi a melhor de uma equipe lanterna na história da Fórmula 1. Mesmo assim, mostra que o time segue na rabeira do grid, e o bom 2022 parece ter sido apenas um lampejo de um time afundado no fim do grid.

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