GUIA 2022: Ferrari atropela McLaren e entra na temporada com top-3 como meta mínima

Se Red Bull e Mercedes são favoritas ao título da F1 em 2022, não há duvidas de que as equipes mais fortes que podem entrar no bolo são Ferrari e McLaren. Mas muito mais os italianos, que parecem prontos para o bote

O GUIA 2022 da Fórmula 1 apresenta as duas principais candidatas a adversárias de Mercedes e Red Bull. Forças destacadas do pelotão intermediário em 2021, Ferrari e McLaren tentam dar o próximo passo, ou seja: chegar na briga pelo título, entrar no bolo dos que sempre podem vencer corridas.

E não há muitas dúvidas de que a Ferrari já se encontra em um estágio diferente em relação à rival britânica. Em uma análise mais ampla da coisa, é como se os italianos tivessem atropelado o time laranja, afinal, a McLaren chegou a ter momentos em 2021 em que já parecia pertencer ao primeiro grupo, mas, no mínimo, estagnou de lá para cá. O time de Maranello, ao contrário, evoluiu gradativamente.

Se a F1 2021 trazia McLaren e Ferrari como favoritas no que ainda era uma espécie de ‘F1 B’, a realidade hoje é diferente. Daquele momento até hoje, dá para dizer que o time de Zak Brown melhorou, sim, chegou a fazer 1-2 com Daniel Ricciardo vencendo na Itália, bater na trave com Lando Norris na Rússia e evoluir bem o carro, mas a curva de crescimento na Ferrari é bem mais impactante.

A dobradinha da McLaren foi a surpresa do ano. E uma doce ilusão… (Foto: AFP)

É que a McLaren começou 2021 na frente, isso é inegável. E esteve em vantagem até a reta final do ano passado, diga-se. Quer dizer, deveria estar, pelo menos. O carro era melhor, o motor estava mais potente, mas havia um porém importante: a dupla de pilotos, que havia sido trunfo fundamental para bater a então Racing Point em 2020, vinha sendo fator de desequilíbrio para baixo. Muito – ou quase 100% – pela adaptação a passos de tartaruga de Ricciardo na equipe.

Se Norris havia tido a evolução esperada, dado o passo adiante que tanto se aguardava desde que chegou à F1, Daniel não acompanhou. O australiano realmente demora a se encaixar em novos times, tudo bem, mas na McLaren foi muito além disso. A vitória em Monza contrasta com um ano absolutamente apático em que, por andar tão atrás do pelotão da frente, Ricciardo fez a Ferrari estar sempre no páreo, mesmo com um equipamento que era inferior.

Empurrada pelos problemas de Ricciardo e com uma adaptação relâmpago de Carlos Sainz ao lado do excelente Charles Leclerc, a Ferrari sempre esteve viva na disputa. E passou a ser mais forte quando apareceu com um novo motor, muito mais potente. E aí não teve jeito da McLaren acompanhar, os italianos mudaram de patamar. Tudo isso, aliás, enquanto a McLaren ainda pensava – mesmo que de leve – no carro de 2021, enquanto a Ferrari só trabalhava em 2022. Aí que está.

Carlos Sainz chegou chegando e já acumula pódios na Ferrari (Foto: Ferrari)

Com esse cenário todo, o bote da Ferrari na McLaren era aguardado em 2022, mas aconteceu com meses de antecedência. Isso tudo em um contexto em que a dupla italiana, hoje, é muito mais confiável, é certeza de entrega de grandes resultados. A Ferrari está na frente da McLaren, pois.

E a pré-temporada só corrobora isso. Com dois dos projetos mais arrojados para o novo regulamento, as rivais tiveram resultados contrastantes. Sofrendo com os freios e até com Covid-19 de Ricciardo, a McLaren foi coadjuvante na maior parte do tempo e somou a menor quilometragem dos testes no Bahrein. A Ferrari, por outro lado, foi quem mais andou e, em todas as sessões, esteve próxima do topo. É inegável que o projeto é mais promissor.

“Definitivamente, não saiu como planejado. Tivemos um problema [com os freios] inesperado no eixo dianteiro e limitou bastante nossa performance, especialmente em stints longos”, contou o chefe da McLaren, Andreas Seidl, em entrevista à emissora britânica Sky Sports.

Fato é que a Ferrari, por mais que adote um discurso extremamente conservador, já sabe internamente que tem o dever de bater a McLaren. Mais do que isso: que o top 3 é uma meta mínima e que sonhar com mais do que isso não paga imposto nem faz mal. Com um regulamento todo novo e uma Mercedes que ainda parece tatear o terreno, dá para brigar ainda mais em cima, sem dúvidas.

Mattia Binotto tenta manter a cautela na Ferrari (Foto: AFP)

“Não há razão para que as duas [Mercedes e Red Bull] não sejam as principais favoritas. Venceram provas na temporada passada, foram campeãs mundiais de piloto e construtores. Temos de, ao menos, estar ali incomodando até o final, mas há muito trabalho a ser feito”, falou Mattia Binotto, chefe da Ferrari, após os testes, à F1 TV.

Só o tempo vai poder dizer se o crescimento da Ferrari será suficiente para a disputa do título, mas parece seguro dizer que o jejum de vitórias já está com os dias contados. Com Sainz e Leclerc, aliás, as perspectivas ficam ainda melhores, ainda que internamente o time fatalmente vai precisar controlar os ânimos de seus jovens. Como diria o outro, o ferrarista que não está empolgado, está maluco.

Já na McLaren, a pré-temporada conturbada só não pode virar uma bola de neve. O golpe foi duro, claro, as chances de ter algo enorme em 2022 caíram bastante, mas não parece que tudo está perdido. Pódios e até vitórias podem aparecer no caminho do time que veste laranja, por exemplo.

O foco tem de ser, em um primeiro momento, em segurar Aston Martin, Alpine e, principalmente, a AlphaTauri, mas dá para pegar a Ferrari, quem sabe? Treino é treino, jogo é jogo, e a McLaren já mostrou ultimamente que sabe jogar com as armas que tem. Em um primeiro momento, quarta força. Lá na frente, dá para ser um pouco mais do que isso.

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