GUIA 2024: Williams busca honrar nome e mira consolidação no meio do pelotão da F1

Com James Vowles no segundo ano do comando, a Williams parte para a temporada de 2024 da Fórmula 1 querendo deixar para trás tempos difíceis e se consolidar no meio do pelotão

Ninguém teve uma década de 2020 mais complicada até aqui na Fórmula 1 do que a Williams. Da saída do comando do time das mãos de Claire Williams, passando pelos anos na lanterna e dificuldades financeiras, houve momentos em que o futuro da equipe esteve em risco real. A chegada do Dorilton Capital trouxe um respiro necessário e o primeiro ano de James Vowles, ex-diretor de estratégia da Mercedes, terminou com o melhor resultado dos últimos cinco anos.

O sétimo lugar no Mundial de Construtores foi um resultado muito mais digno, mas a distância para a sexta colocada Alpine deixa bem claro que a Williams apenas venceu a batalha para ser a ‘menos pior’ equipe do grid. Para 2024, o objetivo é conseguir incomodar um pouco mais as equipes que vêm à frente e se consolidar de vez no meio do pelotão.

A liderança de Vowles deve ser um fator fundamental para o sucesso da equipe de Grove. Com anos de experiência na Fórmula 1 desde a BAR, o britânico obviamente teve um choque ao assumir o time no ano passado e constatar as enormes diferenças de infraestrutura, mas vem conseguindo direcionar o navio para mares mais calmos.

“Há uma diferença entre trabalhar na Williams e na Mercedes, onde eu tinha absolutamente tudo. Cheguei aqui e precisei fazer algumas coisas. Uma delas foi conseguir mais dinheiro para a equipe e depois desbloquear mais potencial do carro”, comentou James.

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Williams está com um carro completamente novo na F1 (Foto: Williams)

“Continuaremos a fortalecer a equipe dentro e fora da pista por meio de melhorias em nossa infraestrutura, investindo em nosso pessoal e atraindo novos parceiros fantásticos como a Komatsu”, completou o dirigente, em referência a um dos novos patrocinadores da equipe após o lançamento do FW46, carro para a temporada de 2024.

Vowles claramente também sabe o peso que o nome Williams tem no esporte e a responsabilidade de retornar a equipe para um cenário mais competitivo, ainda que isso deva levar um tempo considerável. São nove títulos de construtores e sete de pilotos e uma história rica de inovações e conquistas na F1. Não à toa o chefe do time admitiu que perdeu o sono.

“Ocorreram momentos em que não dormi por muitos dias e não tenho problema em admitir isso. É o peso de mil pessoas sob os seus ombros, mas eu estou confiante de que estamos no caminho certo para o futuro. Essa confiança me permite reunir toda a equipe e conversar sobre isso — fizemos isso nas últimas semanas. Também nos reunimos após lançar o carro, que é uma ocasião importante”, destacou Vowles.

Ter um comandante que entenda o tamanho e importância do serviço a ser feito é o primeiro passo. Com as contas mais em dia, a Williams tem de sonhar com dias melhores e manter a honra do nome de Frank Williams. Cabe à Alexander Albon e Logan Sargeant, que seguem no time em 2024, tirar o máximo de um carro revigorado, ainda que com muito a ser estudado e melhorar.

James Vowles está fazendo um trabalho de reconstrução na Williams (Foto: Williams)

A pré-temporada no Bahrein não trouxe sinais positivos para a Williams, que viu o FW46 ter uma série de problemas no primeiro dia de atividades. No fim das contas, foi a equipe que menos completou voltas ao longo dos três dias de testes.

O desempenho do FW46 será importante inclusive para a equipe britânica garantir a permanência de Albon. O tailandês tem contrato até 2025, mas com o mercado de pilotos em ebulição e vagas em potencial na Red Bull e Mercedes, deve ser cobiçado. É inegável que Alex conseguiu extrair o máximo do carro em seus dois anos com a esquadra de Grove.

Já do outro lado da garagem a situação é completamente oposta. Sargeant teve um ano de novato extremamente irregular e dando grandes prejuízos para a Williams, liderando o ranking de despesas por acidentes. Vowles manteve a confiança no americano de apenas 23 anos, mas pediu para Logan intensificar sua preparação para 2024.

“Pedi a ele que surpreendesse o mundo em termos de sua preparação física, abordagem e desempenho. Mudamos bastante com ele durante o inverno, seus mecanismos e programa de treinamento são completamente diferentes nos bastidores. Agora ele é uma pessoa muito mais confiante”, contou Vowles.

Williams vai precisar trabalhar em problemas encontrados no FW46, segundo Albon (Foto: Williams)

“Também pedi para que guie com mais cautela nos primeiros dias, da mesma forma que ele fez no final do ano passado. Assim ele não precisa se apressar para o sucesso e pode se desenvolver no tempo certo. Essa é a confiança que deposito nele”, ressaltou o chefe da Williams.

Ainda que publicamente a confiança em Sargeant nunca tenha sido contestada, é fato que o prazo para o americano entregar resultados está cada vez menor. Com apenas 1 ponto conquistado, justamente no GP do Estados Unidos, as sombras dos jovens Andrea Kimi Antonelli, protegido da Mercedes, e Franco Colapinto e Zak O’Sullivan, pilotos da Academia da Williams na Fórmula 2, já começam a pairar.

O americano precisa obviamente melhorar o desempenho e se aproximar minimamente de Albon, mas, acima de tudo, tem de diminuir o número de acidentes. Foi esse o mesmo motivo que fez a Haas perder a paciência com Mick Schumacher e pode ser esta também a razão do fim das oportunidades de Logan na F1.

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