Mercedes diz que pedidos de equipes barraram ajuda à Williams na F1: “Entraram na onda”

Toto Wolff, chefe da Mercedes, entende que a situação da Williams é à parte, mas a ideia de um orçamento extra foi barrada depois de outras equipes dizerem que também queriam dispor de mais capital para investir em suas respectivas instalações

Enquanto a Williams luta para ter o direito de modernizar suas instalações sem ferir o teto de gastos da Fórmula 1, Toto Wolff se mostrou preocupado com as consequências que um afrouxamento das regras possa trazer. O chefe da Mercedes declarou que na última reunião da Comissão de F1, outras equipes também alegaram que gostariam de ter à disposição uma quantia maior para investir em suas respectivas sedes, e isso acabou barrando a ideia do capital extra para a base em Grove.

Desde 2021, as equipes são obrigadas a trabalhar dentro de um limite orçamentário, atualmente fixado em US$ 135 milhões (R$ 661 milhões, na cotação atual). O regulamento da F1 ainda permite que sejam gastos ao longo de quatro anos até US$ 36 milhões (R$ 176 milhões) em despesas de capital — orçamento que empresas dispõem especificamente para melhoria de suas infraestruturas.

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James Vowles busca de todas as maneiras modernizar as instalações em Grove sem ferir o teto de gastos (Foto: Williams)

A questão é que as instalações da Williams são tão obsoletas que seria preciso de mais para ter as mesmas condições das atuais rivais para desenvolver projetos competitivos. É por essa flexibilidade que James Vowles, chefe do time inglês, briga atualmente, mas o último encontro não terminou favorável ao comandante de Grove. O debate, no entanto, será mais aprofundado no Comitê Consultivo Financeiro da F1.

Vowles não escondeu a frustração pela falta de acordo, lamentando que, mais uma vez, o grupo “andou em círculos” e foi além: “Até certo ponto, vai ser assim, porque todos naquela sala querem ter certeza de que não estão perdendo em relação aos outros”, disparou.

Wolff, porém, deu mais detalhes e explicou que o impasse surgiu após outras equipes tentarem se aproveitar da provável brecha. “A razão pela qual surgiu a discussão sobre o capex (sigla em inglês para despesa de capital) é que uma equipe, a Williams, disse que sua infraestrutura é inferior e eles não conseguiriam alcançar coisas triviais, como equipamentos e até parte técnica, como simuladores. Esse foi o ponto de partida de todas as discussões.”

“Então, como consequência, algumas equipes entraram nessa onda para dizer que também gostariam de ter um pouco mais de capex. E esse número subiu de US$ 50 milhões (R$ 245 milhões) para US$ 60 milhões (R$ 294 milhões), US$ 70 milhões (R$ 343 milhões), US$ 90 milhões (R$ 441 milhões), e, de repente, reinou livre e ‘por que não mudamos os níveis de capex?'”, relatou. “Mas não há razão para fazer isso. Acho que há uma equipe que precisa ser tratada de maneira diferente das outras”, argumentou.

Wolff ainda contou que, durante a reunião, algumas equipes disseram abertamente que se a Williams conseguisse coisas a mais para sua fábrica, também iriam querer. “E a discussão simplesmente se encerrou”, seguiu.

“Precisamos de estabilidade na regulamentação, nas relações financeiras. E é necessário ter um plano de negócios válido e não uma rédea solta a cada dois anos, mudando as balizas do capex. Foi por isso que encerramos a discussão sobre ele, mas talvez encontremos uma solução para a Williams”, concluiu Wolff.

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