Pérez brilha, Hülkenberg tem moral: Albon vai de prodígio salvador a desempregado?

Faltam três corridas para o final da temporada 2020 da Fórmula 1, ao término destas, tudo indica que Alexander Albon não mais fará parte do grid. Ele merece essa repentina saída ou a análise da Red Bull é, novamente, imediatista?

Tudo bem que 2020 fez boa parte das pessoas perder a noção do tempo – parece que anos se passaram dentro destes meses de pandemia -, mas a normalização da queima de Alexander Albon por parte da Red Bull veio rápido demais, mesmo para estes padrões absurdos que este ano trouxe, e que o moedor de carne da equipe dos touros costuma colocar em ação.

Albon substituiu Pierre Gasly a partir do GP da Bélgica de 2019 na Red Bull, mesmo sem ter entregue grandes resultados com a então Toro Rosso – foi mais pela má fase do francês no time principal da marca – e, até o fim do ano passado, mostrou bom desempenho. Se não colou em Max Verstappen, esteve sempre no top-6, e só não foi ao pódio no Brasil (aquele em que Gasly esteve presente) pois foi tocado por Lewis Hamilton – que acabou punido.

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Alex Albon precisa levantar não só água, mas a poeira e dar a volta por cima (Foto: Red Bull Content Pool)

Não foram grandes resultados, mas para alguém que havia trocado de time no meio do ano, pareceram adequados o suficientes para garantir ao tailandês a manutenção do posto para 2020. Só que veio a paralisação – e toda a análise da Red Bull, que já costuma ser matadora ao decorrer de um ano, passou a ser feita em menos de seis meses. E, em período menor, após uma pausa forçada, ele não brilhou. De algum jeito, a Red Bull fez parecer que foi um desastre, e agora, de prodígio salvador, ele pinta como o novo desempregado.

Faz sentido?

Talvez. Essa falta de noção de tempo pelo jeito faz com que todos, da Red Bull à imprensa especializada, queira acelerar qualquer definição. Veja Sebastian Vettel: de “merece continuar na F1 na Aston Martin?” para “o pódio na Turquia trouxa a redenção completa” em uma semana. A necessidade de definição imediatista cresceu em 2020, e Albon vai ser a vítima principal, ao final de tudo.

É mais fácil escolher um cara em seu segundo ano como culpado de tudo, também, quando há peças para substitui-lo. E Albon deu esse azar: se não vai ser o próprio Gasly, que continua na AlphaTauri em 2021, para o ano que vem há dois nomes experientes no mercado, e nomes que aceitariam numa boa ser o n° 2 de Verstappen só para estarem na F1 – e com um carro bom.

SEBASTIAN VETTEL; SERGIO PÉREZ; FERRARI; GP DA TURQUIA;
O pódio de Sergio Pérez na Turquia pode ter arrancad de vez Albon da F1 (Foto: Racing Point)

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Calhou de Albon não andar bem e, ao mesmo tempo, Sergio Pérez ficar sem time, e Nico Hülkenberg mostrar que ainda é capaz de andar em alto nível. Calhou, também, de que se tem uma equipe que está em crise na formação de pilotos, essa é a Red Bull, e que se há uma equipe sem vergonha de trocar de piloto no grid da F1, bem, essa também é a Red Bull.

E aí, faltando quatro etapas para o fim do ano, Albon começa a apresentar evolução, indica que o GP da Turquia teria sua presença no pódio, se destaca durante a prova, a vitória passar a ser cogitada… E ele rodou, perdeu ritmo, terminou em sétimo, e viu Pérez terminar em segundo, mostrando ao mundo que, enquanto o tailandês erra, o mexicano segue capaz de brilhar.

Alexander Albon decepcionou em 2020. Mas tanto assim? (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Qual o destino de Albon, então? Bem, ele rejeita o retorno à AlphaTauri, então correr ao lado de Gasly parece impossível. Os chefes já prometeram ajudá-lo, mas ele não se ajuda e os fatores que culminam na decisão… Também não.

Várias respostas são possíveis: virar reserva da Red Bull? Esperar a marca queimar mais um piloto e aproveitar a brecha para voltar? Fazer um ano em qualquer outra categoria e esperar? Usar o dinheiro tailandês na desesperada por dinheiro Haas?

Albon deu azar. Seu ano ruim foi em um dos piores da humanidade contemporânea – por mais que a frase pareça dramática, é verdade. Então tudo é mais sentido, tudo é mais observado com contornos pesados. E, na F1, ele vai ser o alvo. Não é o pior segundo piloto da história da Red Bull, como disse Jacques Villeneuve. Mas vai ser chamado de coisas assim porque o imediatismo em um ano como esse vai vencer.

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