Zarco diz que desafio motivou viagem com moto antiga: “Como sou idiota, aceitei”

Francês contou que partiu da Pramac a ideia de ir para Aragão de moto. O bicampeão da Moto2 elogiou a aventura, mas reconheceu que ficou preocupado em afetar a preparação para o GP deste fim de semana

Johann Zarco revelou que partiu da Pramac a ideia de ir de moto para o GP de Aragão deste fim de semana. O francês encarou 950 km entre a França e Alcañiz a bordo de uma Ducati 900 SS de 1981.

O bicampeão da Moto2 explicou que o grupo partiu da Itália em direção ao MotorLand e ele aproveitou para encontrá-los no caminho. A ideia inicial era contar com Jack Miller, mas o australiano não pôde por causa de um compromisso em Aragão.

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Fatos e curiosidades sobre o GP de Aragão de MotoGP

Johann Zarco usou uma Ducati 900 SS Darmah para ir da França para Aragão (Foto: Reprodução/Ducati)

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“Foi uma ideia da equipe. Eles planejaram isso por alguns meses”, contou Zarco. “Eles sabiam que tinham de começar na Itália, cruzar os Alpes, ir para Andorra, pegar Jack e ir para Aragão. No fim, Jack não foi, pois tinha algo para fazer em Aragão. Mas quando soube disso, eu disse: ‘Eu vou, pois vocês vão passar não muito longe da minha casa. E seria legal ir com vocês’”, seguiu.

Johann explicou que o plano original era ir com uma moto mais novo, mas o grupo começou a brincar que teria de ser com uma moto antiga. Depois de enviar um foto da 900 SS, o francês acabou desafiado a encarar a viagem com a Ducati de 40 anos.

“O plano era ir com a Multistrada. Mas eles brincaram que não podíamos ir com uma moto acima de 2000. E eles seguiram com a piada. Mandei uma foto de uma Ducati antiga e eles disseram: ‘Se você for homem, irá com ela’. E como eu sou um pouco idiota, disse que iria!”, relatou.

Johann contou que percorreu 200 km no primeiro dia até encontrar com o grupo que iniciou o trajeto pela Itália.

“Os 950 km foram todos ok com a antiga Ducati. Foi bom. O primeiro dia foi de 200 km até chegar ao primeiro hotel e encontrar com os outros, que começaram na Itália”, contou. “A primeira noite foi divertida, pois o hotel nos deu uma garage para colocarmos todas nossas velhas motos lá. Depois do jantar, uma das motos já deu problema. Foi uma BMW, não a minha. Foi uma pena pelo cara que veio com uma BMW e teve problema! Eles trabalharam até 1h da manhã para resolver o problema. Eu fui para a cama um pouco antes. Aí a moto teve problema de novo no dia seguinte, talvez depois de 200 km. Como estamos na França, eu consegui resolver tudo e arranjar pessoas o bastante para levar a moto para que o italiano não tivesse de se preocupar em levar a moto para casa”, continuou.

“Mas o segundo dia foi um pouco longo demais. Fizemos 500 km. Foram 7h30min na moto. Saímos umas 8h40 e chegamos 18h30. Foi um pouco longo, mas divertido. Uma aventura”, comentou. “Aí os últimos 200 km foram na Espanha e conhecemos bem o caminho. Parece deserto, mas é um pouco longo. O visual é muito legal, mas são retas muito longas. Tem algumas curvas, mas você precisa ser rápido para curtir as curvas. O grupo de dez pilotos não era rápido o bastante para curtir as curvas na Espanha. Mas foi bom”, destacou.

O terceiro colocado na classificação da MotoGP comemorou o fato de ter motivado algumas pessoas a encararem um desafio como este.

“Foi engraçado no paddock. Muitas caras, mecânicos mais velhos, gente com quem não falava já dez anos, estão me dizendo: ‘Bom trabalho, Zarco!’. Então é divertido. Não fiz por isso, mas posso ver que toquei muitas pessoas, encorajei muitas pessoas a fazerem isso com essa moto antiga”, ponderou.

Apesar da animação, Zarco reconheceu que ficou preocupado com o desafio, mas celebrou o fato de não ter sofrido nenhum problema.

“Devo dizer que fiquei preocupado. Quando peguei a moto e fiz os primeiros 30 km para levá-la para casa, pensei: ‘Quando digo algo, faço’. Mas estava preocupado, pois achei que pudesse ser um erro. Mas, depois de 200 km, o sorriso voltou. Fiquei muito feliz por não ter nenhum problema. Trouxe um pouco de óleo comigo, mas nem toquei nele. Talvez não tenha tocado, pois não sei controlar o nível de óleo, mas consegui terminar”, comentou. “Não vou voltar. O grupo vai voltar para Barcelona e aí pegar um barco. Se estivesse com a Multistrada, sairia na noite de domingo direto para casa, Com a Multistrada é fácil. Mas com a moto antiga, vou despachá-la para a França”, avisou.

Questionado se a viagem serviu para aliviar a pressão depois de ter perdido a segunda colocação no Mundial, Zarco respondeu: “Pode ser. Estava achando que a viagem de três dias seria um erro, pois, pensando logicamente, você é um atleta e vai ter de lutar firme no GP. É melhor fazer a preparação perfeita de sempre para um atleta. Mas aí eu pensei: ‘Você quer ir, então vá! Seu corpo vai ficar bem’. E vejo que meu corpo está bem. Só estava pilotando a moto lentamente. Quando você está acostumado a forçar todo fim de semana, você curte muito”.

“Compartilhar isso com a equipe é legal. Não foi a equipe toda, mas Francesco [Guidotti, chefe da Pramac] estava lá. Meu mecânico-chefe e outro dois mecânicos. Muitos dos meus rapazes estavam lá. Também tinham alguns caras da equipe de [Jorge] Martín. Foi muito legal”, sublinhou. “Não fiz para tirar a pressão da cabeça, mas percebi que esse jeito irracional de pensar me traz coisas boas”, concluiu.

A largada do GP de Aragão de MotoGP está marcada para as 9h (de Brasília) de domingo (12). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.

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