Onde o dinheiro não importa: W Series explica objetivos e detalha planos para 2021

A categoria feminina mostrou grande satisfação com o trabalho feito até o momento, mas ainda não está satisfeita: o futuro tem grandes planos para as pilotas

A W Series enfrenta ano atípico em 2020. Apesar de ser o segundo desde seu nascimento e importante para consolidação, suspendeu qualquer atividade na temporada, planejando a retomada para as pistas apenas em 2021. Mas mesmo em espera, os planos estão traçados e sonhar baixo está fora de cogitação.

Enquanto as categorias ao redor do mundo se desdobraram para conseguir entregar um campeonato em meio à situação do coronavírus, o certame feminino remou contra a maré. Com o argumento de pensar na saúde e segurança de todos, além da vontade de fazer um calendário amplo e internacional, preferiu apertar o botão de pausa – mas isso não deve trazer preocupação quanto aos campeonatos futuros.

As mensagens de apoio inundaram as redes da W Series, tanto das pilotas quanto de patrocinadores como a ROKiT – o principal patrono. “Estamos emocionados com o suporte que temos recebido. Vamos voltar para a pista em 2021 maiores e melhores do que antes”, pontuou Catherine Bond Muir, a representante da categoria ao GRANDE PRÊMIO.

“Neste meio tempo, o W Series eSports League está nos ajudando a honrar os compromissos com os patrocinadores, ajudando as pilotas a desenvolverem suas habilidades e a manter nossos fãs entretidos. Estamos em contato permanente com todas as nossas pilotas ao redor do mundo. O W Series eSports League é uma ótima maneira de elas se manterem em forma e prosseguir com o desenvolvimento até o retorno para as pistas no ano que vem”, emendou.

Chadwick é a primeira campeã da história da W Series (Foto: W Series)

“Ainda, nossa brilhante equipe de diretores – que inclui o ex-piloto de Fórmula 1 David Coulthard e o bastante experiente diretor de corrida Dave Ryan – continua a fornecer para nossas pilotas valioso apoio e conselhos para a carreira”, completou.

E o mundo virtual se mostrou excelente plataforma para deixar a categoria em evidência. Surfando na onda das corridas por simuladores, o certame feminino criou seu campeonato próprio. São dez etapas – já correram em Monza, Austin, Brands Hatch e Interlagos – e todas com rodada tripla semanalmente. A diferença, claro, é bastante óbvia: apenas as pilotas do grid são permitidas.

“Nosso novo eSports League não é uma simples substituição de nosso calendário de 2020. É um compromisso a longo prazo que pode levar tanto a categoria quanto o automobilismo virtual para uma audiência maior, inspirando mais garotas. Como resultado, queremos que as corridas virtuais sejam melhores do que as equivalentes feitas pelas outras categorias. Com a ajuda de nossas parceiras Logitech, Beyond Entertainment e iRacing, estamos confiantes de que temos isso”, afirmou ao GP.

Os planos para 2020 estavam traçados. Seriam oito etapas – duas a mais do que as seis do ano de estreia, além de duas corridas preliminares da Fórmula 1. No restante do calendário, dividiria a atenção com o DTM. Mas o certame alemão tem enfrentado tempos difíceis e sua continuidade é um mistério, especialmente agora com a saída das principais montadoras – a Audi se despede no final do ano e deixa a BMW como a guerreira solitária no grid.

Mas isso não se mostrou um problema para a categoria. Catherine Bond Muir se limitou a dizer que “não nos cabe comentar sobre o DTM”, mas apontou voos mais altos para o próximo ano. “Estamos trabalhando em um animador calendário para a temporada 2021. Ficamos felizes em confirmar que teremos corridas suporte junto com a Fórmula 1 em algumas etapas, incluindo o GP dos Estados Unidos, em Austin, e o GP do México, no Autódromo Hermanos Rodríguez”, disse.

Catherine Bond Muir é a responsável por tudo (Foto: W Series)

E olhando para trás, o caminho percorrido até o momento não poderia trazer mais satisfações a todos os envolvidos, pontuando todos os feitos desde a estreia. “Em seu primeiro ano, a W Series deu a 20 mulheres a experiência, confiança e qualificações para colocá-las na briga por lugares nas categorias top do automobilismo. As pilotas não precisam pagar para correr. São selecionadas puramente por suas habilidades ao invés de quão ricos são quem as apoia.”

“Os carros são mecanicamente idênticos e têm rodízio a cada corrida e, posteriormente, ajustamos para tirar qualquer vantagem de hardware. Isso significa que as corridas da W Series e o campeonato serão ganhos pelas pilotas mais talentosas, não por aquelas que conseguem pagar pelos melhores carros”, falou.

Inclusive, desde o início, a W Series se propôs a ser um trampolim para as garotas que estavam ingressando no esporte a motor, sendo o próximo passo após o kart. A proposta de categoria vitrine se mostrou certeira e Jamie Chadwick, primeira campeã da história, foi o maior exemplo. A inglesa assinou com a Prema para disputar a Fórmula 3 Regional, sem deixar de agradecer. “Não estaria nesta posição sem a categoria”, escreveu em sua rede social.

A gratidão e gentis palavras foram retribuídas. “A W Series mira criar um trampolim para as categorias maiores, então estamos muito orgulhosos de que nossa atual campeã irá adicionar mais experiência de corrida em seu currículo e continuar sua animadora jornada.”

E se olhando para trás a palavra é satisfação, olhando para frente é animação. “A W Series quer acabar com os estereótipos e mudar a cara do automobilismo, literalmente, acreditando que mulheres e homens podem correr em termos iguais quando são dadas as mesmas oportunidades”, disse.

“Faz mais de 40 anos desde a última vez que uma mulher correu na Fórmula 1 [Lella Lombardi] e a menos que uma intervenção positiva seja feita, pode demorar mais 40 anos até que uma mulher tenha a experiência e qualificação para correr novamente. A W Series acredita que com treino e experiência, as melhores poderão ser capazes de correr na Fórmula 1 em termos iguais aos dos homens”, encerrou ao GP.

W Series 2020
A W Series tem um futuro animador pela frente (Foto: W Series)
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