Retrospectiva 2020: Verstappen leva Red Bull nas costas, e 3º lugar não reflete auge

Com 11 pódios nas 12 corridas que completou, Max Verstappen teve uma temporada 2020 que beirou a perfeição. A perda do vice-campeonato para Valtteri Bottas foi um resultado cruel diante do que ambos produziram durante o campeonato

Max Verstappen teve uma temporada 2020 praticamente impecável na Fórmula 1. Dono de uma tocada extremamente agressiva, o holandês tem sido cada vez mais seguro e, assim, temporada após temporada vai se tornando um piloto mais completo. Hoje, considerando a fase de baixa de Sebastian Vettel, é, indiscutivelmente, o segundo maior talento no grid, atrás apenas do heptacampeão Lewis Hamilton.

Em 2020, Verstappen atingiu o ápice da maturidade dentro das pistas. É verdade que tal movimento é algo que vem acontecendo desde 2019, quando Max parece ter tido uma virada de chave após bater com o retardatário Esteban Ocon em um GP do Brasil que estava em suas mãos. Mesmo assim, na temporada que se encerrou no início do mês, o holandês conseguiu ser ainda mais eficiente.

O que mais impressiona em Max é como um piloto teoricamente ainda em formação, aos 23 anos de idade, consegue aliar tão bem um arrojo e uma tocada extremamente ousada com a conquista de tantos resultados bons, com tanto oportunismo. Verstappen, ao menos na versão 2019/20, é a mescla perfeita de agressividade e eficiência.

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Max Verstappen e o pódio: uma relação de amor (Foto: Red Bull Content Pool)

E tudo isso acontece em um momento em que a Red Bull passa bem longe de ter um carro dominante. Em alguns momentos, inclusive, foi bastante inferior no comparativo com a Mercedes e isso passa pelo bólido e pelo motor Honda, que, é verdade, evoluiu.

Em geral, foram duas temporadas em que a equipe austríaca tinha o segundo carro do pelotão, especialmente em 2020, já que a Ferrari despencou na fila, mas os desempenhos de Alexander Albon e Pierre Gasly como companheiros mostravam que Max estava em outra liga. Para não sermos totalmente injustos com a Red Bull, é justo dizer que o carro, ainda que fosse limitado, era, é e vai seguir sendo feito exatamente sob medida para a forma que Verstappen gosta de guiar.

Mas voltemos a apontar problemas com o time taurino, pois. Ainda que o carro tivesse lá suas qualidades e fosse feito para Verstappen, apresentou um defeito seríssimo de confiabilidade, algo que custou a Max o vice-campeonato. Sim, apesar da diferença grande entre as equipes, Verstappen podia ter batido facilmente Valtteri Bottas em 2020 não fossem as falhas do equipamento. E isso foi cruel, o holandês merecia o segundo posto.

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MAX VERSTAPPEN; GP DE ABU DHABI; F1; FÓRMULA 1;
Max Verstappen, quando a Red Bull permitiu, bateu Valtteri Bottas (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Para ilustrar em números o tamanho da temporada do holandês, possivelmente o melhor deles é o aproveitamento em provas completadas. É que Max abandonou cinco vezes nas 17 corridas, todas por falhas no equipamento, inclusive na Toscana, em que se envolveu em um acidente simplesmente por falta de potência verificada ainda antes da largada. Mas vamos lá: foram 11 pódios em 12 provas concluídas, 92% de aproveitamento, o melhor do grid.

Para efeito de comparação, Hamilton, que teve um ano basicamente perfeito, foi ao pódio em 14 das 16 corridas que completou, o que dá 88% de aproveitamento. Bottas, o vice, então, não deu nem para o cheiro no duelo: 10 de 16, 63% de aproveitamento, isso com uma Mercedes, enquanto Verstappen estava de Red Bull. Falando no time austríaco, a porcentagem de Albon ficou em 13%, com dois pódios em 16 corridas concluídas.

A única exibição realmente abaixo de Max na temporada aconteceu na Turquia, em uma pista completamente sem aderência e molhada, em que o holandês errou bastante, foi apenas sexto e sabe que perdeu uma oportunidade importante de brigar até por um triunfo, dada a forma como Hamilton venceu a corrida.

Mas os erros em Istambul são muito pequenos diante de tudo que Verstappen fez em 2020. Os 11 poles, as duas vitórias, a pole, foi tudo muito perto do limite do que era possível fazer. Ou melhor, do que seria possível se fazer sendo um fora de série. E, dentro das pistas, é isso que Max é, um fora de série.

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