Retrospectiva 2023: Hülkenberg brilha em dias errados com Haas. Magnussen desaba

Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen viveram cenários distintos com a Haas em 2023. Embora ambos tenham sofrido com o desempenho do VF-23, o alemão se entendeu melhor com o equipamento e até teve boas exibições, principalmente durante as classificações. O dinamarquês, por sua vez, se arrastou ao longo do ano, mas garantiu um novo acordo com a equipe para 2024

A Haas teve mais um ano que deixou a desejar na Fórmula 1, o que acabou impactando de forma direta no desempenho da dupla de pilotos formada por Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen. O piloto alemão, embora tenha somado apenas nove pontos, teve algumas boas exibições, mas foi muito prejudicado pelo problemático VF-23. O dinamarquês, por sua vez, foi uma das decepções do campeonato , com apenas três pontos, muito abaixo do companheiro de equipe.

Depois de perder o posto de titular ao fim de 2019, Hülkenberg teve poucas aparições como substituto em algumas equipes na F1, só voltou para o esporte em tempo integral em 2023. Na ocasião, Nico assinou com a Haas para substituir o inconsistente Mick Schumacher, que colecionou acidentes e gastos para a equipe americana em 2021 e 2022.

A chegada do experiente alemão, porém, foi bastante contestada. Afinal, além de já ter tido oportunidade na F1, carrega o fardo de ser o piloto com mais largadas sem pódios no esporte. A estatística, no entanto, nunca foi um problema para a Haas, que almejava um piloto capaz de maximizar os resultados e, sobretudo, soubesse evitar acidentes.

“Somos o time mais jovem e, nos últimos anos, perdemos um pouco do nosso ímpeto quando veio a pandemia”, disse. “Então é uma questão de como podemos trazer o time de volta para onde queremos, como em 2018 e talvez até 2019. Mick fez um bom trabalho, mas precisávamos carrega-lo. Precisamos de alguém para nos carregar um pouco”, contou Guenther Steiner, chefe da equipe.

Nico Hülkenberg teve momentos de altos e baixos com a Haas em 2023 (Foto: Haas F1 Team)

E não demorou muito para Nico se mostrar uma boa escolha. Logo na terceira corrida do ano, na Austrália, o #27 soube evitar o caos para fechar o dia em um bom sétimo lugar, que lhe rendeu seis pontos. Os outros três conquistados vieram apenas na corrida sprint da Áustria, em que foi sexto colocado. A falta de pontos, no entanto, diz muito mais sobre o carro da Haas do que sobre o desempenho de Hülkenberg.

Isso porque o alemão conseguia brilhar aos sábados, mas o VF-23 o impedia de repetir o desempenho aos domingos. Até dava para fazer alguma coisa durante a classificação e Nico teve desempenhos de se tirar o chapéu. Ao longo do ano foram sete idas ao Q3, com destaque para o quinto lugar na classificação do GP do Canadá, o sétimo posto na Espanha, e o oitavo na Áustria e em Abu Dhabi. O problema, no entanto, eram as corridas.

O VF-23 se mostrou um verdadeiro devorador de pneus, tornava Hülkenberg uma presa fácil que despencava na tabela ao longo das provas. Dessa forma, vez ou outra a equipe precisava se valer de uma estratégia alternativa para tentar brigar por pontos. Mas isso quase nunca deu certo. Além dos tentos somados na Austrália e na Áustria, Nico flertou com o top-10 no caótico GP da Holanda, em que foi 12º, e nos Estados Unidos, em que subiu para 11º depois da desclassificação de Lewis Hamilton e Charles Leclerc. De resto, as corridas foram um verdadeiro desastre.

Magnussen, por sua vez, ficou consideravelmente abaixo do companheiro de equipe e, possivelmente, acabou como um dos piores nomes da Fórmula 1 2023. Depois de retornar para a Haas em 2022 e fazer uma temporada forte em que somou 25 pontos, o dinamarquês tinha boas expectativas para a nova campanha. Afinal, a equipe fechou um acordo com um novo patrocinador principal e teria mais grana para investir no carro.

E o início do ano nem foi dos piores. Embora tenha estreado sem pontos em 2023, superou Hülkenberg no GP do Bahrein ao ficar na 13ª posição, e conseguiu um top-10 na corrida seguinte, no GP da Arábia Saudita, em que partiu de 13º, mas soube administrar bem a corrida para abrir o placar para a equipe.

Kevin Magnussen foi uma das decepções da F1 em 2023 (Foto: Haas F1 Team)

Magnussen, na verdade, teve mais idas ao top-10 do que Hülkenberg. Além da etapa na Arábia Saudita, foi décimo também em Miami, quando teve uma classificação surpreendente e saiu da quarta colocação, e em Singapura, em que foi o sexto mais rápido na sessão que define o grid. Porém, o dinamarquês não teve mais momentos de destaque em 2023.

Após o bom fim de semana na Flórida, Kevin parece ter se desentendido completamente com o VF-23 e entrou em decadência. Tanto que, antes de voltar a pontuar em Marina Bay, teve nove apresentações decepcionantes, sendo a melhor delas quando ficou com o 15º posto no GP da Bélgica.

O décimo lugar no GP de Singapura foi um respiro tanto para a Haas quanto para Magnussen, que precisavam de algo positivo na temporada. A felicidade, porém, durou pouquíssimo tempo. Já no Japão, Kevin voltou a ter problemas e foi atropelado por Sergio Pérez na volta 12, quando ocupava o 11º lugar. A corrida ficou totalmente comprometida a partir dali. Desde então, foi 14º no Catar e nos Estados Unidos e abandonou no México e no Brasil

O abandono no Brasil ainda foi um pouco mais melancólico, uma vez que avançou para o Q3 na classificação e esperava um ritmo um pouco mais competitivo partindo de décimo. Caminhando para o fim da temporada, a etapa em Abu Dhabi resumiu de forma significativa o que foi o ano de Magnussen na Haas de forma geral. Completamente apagado durante todo o fim de semana, o dinamarquês se arrastou em Yas Marina e cruzou a linha de chegada em 20º.

Mesmo com a limitação dos carros e alguns problemas no desempenho sobretudo por parte de Kevin, a Haas pregou por um projeto de continuidade e decidiu renovar com sua dupla, que tem contrato firmado até o fim de 2024. Resta saber se os pilotos vão receber um equipamento competitivo para sonhar em seguir na categoria para 2025 e além.

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