Bagnaia ainda paga por tropeços da 1ª metade de 2022, mas vive fase reluzente na MotoGP

O GP de San Marino e da Riviera de Rimini reservou a Francesco Bagnaia um lugar na história da Ducati e mostrou mais uma vez a excelente fase do piloto de 25 anos na MotoGP. Precisando correr atrás do prejuízo depois de uma série de tropicões no começo do ano e das dificuldades para pegar a mão com a Desmosedici de 2022, o italiano engatou primeira só faz escalar a tabela de pontuação, ameaçando mais e mais o bicampeonato de Fabio Quartararo

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Francesco Bagnaia vive um momento espetacular na temporada 2022 da MotoGP. Depois de um início de ano muito abaixo da expectativa, o italiano de Torino colocou a cabeça no lugar, aproveitou que a GP22 foi domada pela equipe de Bolonha e não faz outra coisa senão escalar a tabela de classificação do campeonato.

Depois de um fim de temporada muito forte em 2021, Pecco entrou no campeonato deste ano como favorito. Mas as coisas começaram muito mais difíceis do que o previsto. Além de ele próprio estar mais impaciente e irritado do que deveria, a Desmosedici deste ano se pôs mais manhosa e tardou a ser entendida pelos técnicos da Ducati.

CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP
🖩 Bagnaia assume vice-liderança e reduz vantagem de Quartararo

Francesco Bagnaia já acumula seis triunfos no ano. Mas tem quatro abandonos (Foto: Divulgação/MotoGP)

SAIBA MAIS
# Bagnaia é primeiro piloto da Ducati a vencer quatro corridas seguidas na MotoGP

Na primeira parte do campeonato, Bagnaia perdeu muitos pontos. Foram quatro abandonos, um vazio que segue assombrando até aqui. Afinal, ainda que ele agora seja quem mais venceu no ano, ele perde apenas para Joan Mir (6) e Jorge Martín (5) na lista de pilotos que mais abandonaram GPs na temporada — está empatado com Enea Bastianini neste quesito.

Como vem acontecendo já há algum tempo na MotoGP, é inconteste que a Ducati tem a melhor moto. A Desmosedici que outrora era conhecida somente pelo motor potente, hoje é um protótipo versátil, que vai bem em várias pistas. E Pecco tem tirado vantagem disso.

A primeira parte ruim de temporada segue cobrando um preço alto. Mas não é só isso. Fabio Quartararo tem feito mágica até aqui. Diferente da Desmosedici, a YZR-M1 tem deficiências importantes, que dificultam — e muito — a vida do piloto de Nice. Especialmente se ele não consegue largar na frente. Quando precisa ir para o confronto direto com as Ducati, o campeão vigente tem pouquíssimas chances, já que a moto dos três diapasões tem na velocidade um ponto fraco.

Para piorar a vida de ‘El Diablo’, as Ducati são maioria no grid. Neste fim de semana, a Yamaha ‘jogava em casa’, em uma pista que sempre lhe favoreceu, mas ao virar só 0s347 mais lento que Jack Miller na classificação, o francês se viu na oitava colocação da grelha, atrás de seis Desmosedici e da Aprilia de Maverick Viñales.

Fabio precisava de uma largada perfeita. Quando isso não aconteceu, a corrida estava, basicamente, perdida. Quartararo precisa de mais da Yamaha, mas a moto de 2022 não tem muito mais para dar, já que o grande problema é o motor, congelado até o fim do ano. A solução de que o #20 precisa só pode chegar em 2023 e, até lá, ele está por conta própria. Literalmente, já que os demais pilotos da marca não conseguem acompanhá-lo, então também não dá para contar com jogo de equipe.

Enquanto Quartararo precisa se preocupar com o constante crescimento de Bagnaia na classificação da MotoGP, Pecco assegura que não quer pensar na tabela.

“Trinta pontos ainda são muitos”, avalia. “Não quero pensar no campeonato. Prefiro estar concentrado na segunda metade da temporada e fazer como hoje: se não puder luta pela vitória, fazer o melhor possível. Estamos sendo competitivos e constantes em todas as sessões, e acho que essa é a grande mudança que fizemos em relação ao início da temporada”, frisou.

Fabio Quartararo não saiu satisfeito com a performance (Foto: Divulgação/MotoGP)

“Vou começar a pensar no campeonato quando estiver a cinco ou dez pontos do líder”, avisou. “Cometi muitos erros por pensar no campeonato quando estava longe, então o meu objetivo é ser competitivo, estar sempre na frente e tratar de ganhar. Acho que essa forma de trabalhar foi chave para a mudança desta segunda metade da temporada. Só quero me manter centrado no trabalho a cada fim de semana”, insistiu.

Diante de mais um triunfo de Pecco no ano, Quartararo não quis mostrar desespero, mas tampouco mostrou tranquilidade.

“Não vou dizer que estou preocupado, mas também não estou calmo”, assumiu o francês. “Sabemos que, para mim, fiz uma corrida realmente boa hoje, mas foi só pelo quinto lugar e estou a 5s do topo. Então não estamos em uma ótima posição. Só fui mais consistente do que o Pecco [na temporada], mas, em termos de velocidade, somos muito lentos”, avaliou.

Questionado se ainda pode fazer a diferença na briga pelo título ou se está contando com erros dos rivais, Fabio respondeu: “Em termos de fazer a diferença, acho que já estou fazendo um grande trabalho”.

“Sinto que estou no limite, tive um ótimo ritmo, mas não é o bastante e acho que, mais do isso, só no chão hoje”, avaliou. “Hoje nós chegamos no limited a nossa moto”, sublinhou.

“Na verdade, eu fiquei mais do bravo, eu fiquei frustrado, pois eu dei 100% de mim e não pude lutar por mais”, falou. “Isso é algo que precisamos ver a razão. Mas o meu ritmo foi realmente similar ao do treino, senti que tinha um ritmo normal, mas só a maneira de ultrapassar e fazer a mesma pilotagem dos outros que era impossível”, explicou.

Bagnaia, aliás, se surpreendeu por não ter Quartararo na briga dos ponteiros.

“O ritmo de Fabio foi muito bom durante todo o fim de semana e contava que ele pudesse lutar pela vitória, mas, às vezes, ter mais velocidade pode ajudar”, assumiu.

Agora em terceiro na classificação, Aleix Espargaró evitou desespero, já que acredita que a MotoGP entra agora em uma fase da temporada que é melhor para a Aprilia.

Aleix Espargaró espera momentos melhores para a Aprilia no ano (Foto: Divulgação/MotoGP)

“Temos um bom plano de motores para o que nos resta e agora vêm as corridas fora da Europa. Este ano fomos mais competitivos do que a Yamaha e a Ducati fora da Europa”, lembrou. “Obviamente, gostaria de recuperar pontos, mas passados dois circuitos muito complicados e sigo a 33 pontos, não é muitíssimo. Algo eu devo ter feito bem até aqui para estar com esta distância para o líder a esta altura do campeonato. Então vamos acreditar”, ponderou.

É fato, Aleix tem feito um bom campeonato. Mas se a Ducati tivesse engrenado desde o início e Bagnaia não tivesse cometido os tropeços que cometeu na primeira parte do ano, o cenário poderia ser bem diferente. Um exemplo? A casa de Borgo Panigale tem no próximo GP, em Aragão, o primeiro match-point do Mundial de Construtores. Com cinco GPs de antecedência.

Quartararo e Aleix têm muitos motivos para se preocupar com o crescimento de Pecco. Se seguir emendando vitórias, uma hora as lambanças do início do ano vão deixar de pesar.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 18 de setembro para o GP de Aragão, no MotorLand. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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