RNF fecha par de 2023 com Oliveira e Fernández para estreia como satélite da Aprilia

Mais duas vagas estão oficialmente preenchidas no grid de 2023 da MotoGP. E, desta vez, com certa surpresa. Apesar do interesse da KTM, que tentou até o último instante mantê-lo na família para vestir as cores da GasGas, Miguel Oliveira optou pelo uniforme da RNF e foi confirmado nesta terça-feira (30) como companheiro de Raúl Fernández na próxima temporada.

A escuderia de origem malaia vai passar por uma transformação completa no próximo ano. Depois de quatro anos como cliente da Yamaha, o time de Razlan Razali troca a YZR-M1 pela Aprilia, que dobra a presença no grid a partir do próximo ano e passa a ter uma equipe cliente.

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Massimo Rivola, CEO da Aprilia, falou que a chegada da dupla ajuda a dar forma ao projeto da agora satélite RNF. “Conseguimos assegurar dois talentos extraordinários, dois pilotos pelos quais tenho muito respeito tanto do ponto de vista pessoal como por suas capacidades técnicas”, ressaltou o dirigente. “Miguel mostrou o seu talento em todas as categorias, e mesmo sendo muito jovem já carrega bastante experiência, com quatro vitórias na MotoGP, algumas dominantes”, salientou.

“Ao seu lado estará Raúl, um piloto que nunca escondi já ter procurado várias vezes. Acho que ele é uma das promessas mais evidentes dos últimos anos, o que ele fez no seu ano de estreia na Moto2 diz muito sobre sua velocidade”, completou Rivola.

Razlan Razali, chefe da RNF, também se disse “extremamente entusiasmado” por receber Oliveira e Fernández, mas destacou que o processo não foi simples. “Fomos muito claros com a Aprilia sobre os pilotos que queríamos. Ambos são jovens e com uma boa combinação de experiência — pessoalmente Raúl, de quem sou fã desde o choque que ele causou na Moto2 no ano passado, onde se tornou vice-campeão. Poder enfim assegurá-los é fantástico. Tanto a Aprilia quanto nós acreditamos no talento de ambos, e mal podemos esperar pela próxima temporada”, declarou.

Rivola destacou ainda que caberá ao time dar um pacote técnico à altura do talento da dupla, e ainda aproveitou para agradecer à KTM por permitir que tanto o português quanto o espanhol fossem para a satélite da casa de Noale, atitude que mostrou “grande espírito esportivo”.

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O nome de Raúl era especulado desde o início, já que o espanhol conta com o apoio de Aleix Espargaró, o ‘capitão’ da casa de Noale. O acerto, porém, não foi simples, já que o piloto de 21 anos se viu em meio a um imbróglio com a KTM. Apesar de ter informado ainda durante a passagem do Mundial por Jerez de la Frontera que não desejava seguir com a Tech3 além de 2022, o irmão de Adrián apenas conseguiu acertar os termos do ‘divórcio’ na Áustria.

Stefan Pierer, diretor-executivo da KTM, não fez segredo do incômodo com o entorno de Fernández e exigiu o pagamento de multa para liberar o piloto do vínculo. De acordo com a publicação alemã Speedweek, o valor girava na casa de € 1 milhão (cerca de R$ 5,2 milhões). Alguns veículos europeus, contudo, afirmam que um encontro entre Raúl e o dirigente no Red Bull Ring foi chave para concluir o processo de separação.

Ainda na segunda-feira, Fernández recorreu às redes sociais para se despedir da KTM e agradecer pelo apoio que recebeu ao longo de toda a carreira.

“Como vocês já devem saber, a KTM e eu vamos nos separar no fim da temporada. Sou muito grato por toda a ajuda que eles me deram, já que eles foram parte da minha carreira desde a Red Bull Rookies Cup, quando comecei a fazer parte desta família”, escreveu o #25 no Instagram. “Ao longo desses anos, tivemos alguns belos momentos e alguns momentos difíceis, mas, acima de tudo, anos nos quais aprendi muito”, seguiu.

“Só quero dizer que uma parte do meu coração será para sempre laranja, pois eles foram uma parte muito importante da minha vida. Obrigado, KTM”, completou.

O acerto com Miguel, por outro lado, foi igualmente tumultuado, já que contou com idas e vindas. Inicialmente, o português pareceu mais próximo da Gresini do que da RNF, mas o acerto de Álex Márquez com a equipe de Nadia Padovani fechou a porta com a equipe satélite da Ducati.

Quando a equipe de Razali parecia ser o único caminho para o pai da pequena Alice, eis de Pit Beirer lançou a bomba: o grupo Pierer ainda não tinha desistido. Meses atrás, Miguel tinha recebido uma oferta para renovar o contrato, mas com a condição de estar aberto a aceitar voltar para a Tech3 — uma vez que a vaga dele foi para Jack Miller. Oliveira negou. Fazia questão do lugar na equipe de fábrica, que julgou ter feito por merecer.

O que o competidor de Pragal não sabia, porém, é que a Tech3 seria uma equipe de fábrica. Só que de outra fábrica: a GasGas. A marca espanhola do grupo Pierer Mobility vai entrar na MotoGP em 2023. Na prática, é uma operação cosmética: a moto é a mesma RC16 da KTM, mas o protótipo vai vestir vermelho e carregar a marca espanhola. A promessa é de status de fábrica, com atualizações seguindo o mesmo cronograma do time laranja, onde estarão Miller e Brad Binder.

Beirer, então, refez a proposta a Miguel, tentando convencê-lo a ser o companheiro de Pol Espargaró, que deixou a Honda e assinou por dois anos com a GasGas. O português, contudo, escolheu defender a satélite Aprilia ao invés de seguir com o grupo austríaco.

Com o anúncio da RNF e também da Honda, que vai correr pelos próximos dois anos com Joan Mir e Marc Márquez, restam agora apenas quatro vagas no grid de 2023 da MotoGP: duas na VR46, uma na LCR e uma na GasGas.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 4 de setembro para o GP de San Marino e da Riviera de Rimini, em Misano. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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