Retrospectiva 2021: Do sonho do título ao destaque na base: o ano do Brasil nas motos

Eric Granado, Diogo Moreira, Meikon e Ton Kawakami foram os quatro pilotos que defenderam a bandeira brasileira no motociclismo no exterior em 2021

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O Brasil teve quatro representantes em categorias estrangeiras de motos em pista em 2021: Eric Granado, Ton e Meikon Kawakami e Diogo Moreira. Em três classes diferentes, os quatro pilotos foram ao pódio, mas só um deles de fato conseguiu chegar mais próximo do sonho do título.

Veterano do quarteto brasileiro, Granado encarou a terceira temporada na Copa do Mundo de MotoE com a equipe malaia SRT. Aos 25 anos, o brasileiro chegou à etapa final do campeonato com chances de título e carregando na bagagem duas vitórias e um segundo lugar, além de quatro poles.

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Eric Granado sonhou com o título, mas sofreu um revés na etapa final da MotoE (Foto: SRT)

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Mas deu quase tudo errado em Misano. Granado garantiu o segundo lugar no grid para a etapa de San Marino, mas caiu na corrida 1 depois de atacar Jordi Torres pela liderança na última curva do Circuito Marco Simoncelli. Matematicamente, não foi o fim das chances de Eric, mas a diferença em relação ao líder passou de sete para 24 pontos. E com apenas 25 ainda em disputa.

Desta forma, o piloto nascido em São Paulo sequer dependia apenas dele mesmo, já que precisava vencer e torcer pelo abandono de Torres e Dominique Aegerter. Alessandro Zaccone também vinha à frente do brasileiro na tabela de classificação, mas estava fora de combate após ter sido atropelado na corrida 1.

O tumulto necessário entre Jordi e Dominique até aconteceu, mas não foi o suficiente para beneficiar Eric, que encerrou a corrida em quinto e viu Torres alcançar o bicampeonato na categoria elétrica. Granado, que também disputou o Espanhol de Superbike em 2021, fechou o ano com a quarta colocação no campeonato, 16 pontos atrás do campeão.

Caçulinha entre os pilotos, Diogo Moreira chamou atenção desde o início da temporada. Descoberto por Alex Barros nas pistas de motocross, o piloto de 17 anos já vive na Espanha há algum tempo, onde fez parte da Monlau, uma das escolas técnicas mais reconhecidas no motociclismo. Com passagens pela Talent Cup Europeia e pelo Mundial Júnior de Moto3, Diogo foi selecionado para a Red Bull Rookies Cup, uma valorosa categoria de base que acompanha o Mundial de Motovelocidade pelos circuitos europeus.

Na categoria, que conta com motos da KTM, Moreira abriu o ano com pole na etapa do Algarve e foi segundo colocado logo na primeira corrida do ano. Diogo ainda esteve na primeira fila outras duas vezes ― foi terceiro em Jerez e segundo em Aragão ―, e conseguiu mais um segundo lugar em Jerez 2 e dois terceiros em Jerez 1 e Mugello 1.

As chances de uma posição melhor na classificação, contudo, se esvaíram por conta de uma infecção por Covid-19. Por causa do vírus, o piloto da moto #92 perdeu as duas etapas da Áustria, ou seja, quatro das 14 provas de 2021.

No Mundial Júnior de Moto3, Diogo teve uma atuação mais discreta e fechou o campeonato em 11º, com um único pódio, um terceiro lugar na corrida 1 de Valência. O piloto, porém, teve quatro abandonos, inclusive quando liderava a corrida 2 da Valência.

Diogo chegou até mesmo a testar com a Red Bull KTM Ajo ao lado do agora campeão Pedro Acosta, mas a chance de estrear no Mundial de Moto3 não se consolidou, já que Jaume Masià se recuperou de lesão e não precisou ser substituído. Pra 2022, entretanto, o sonho se torna realidade, já que Moreira vai vestir o #10 para estrear com a MSI.

Antes, aliás, Diogo esteve no Rancho Motor de Valentino Rossi para formar dupla com Augusto Fernández na já tradicional corrida dos 100 km dos campeões, que terminou com vitória de Rossi e Luca Marini, com Stefano Manzi e Elia Bartolini em segundo e Mattia Pasini e Lorenzo Baldassarri em terceiro. Moreira e Fernández terminaram com o sexto posto, os melhores entre os não-integrantes da Academia de Pilotos VR46.

A outra metade do quarteto brasileira é formada pelos irmãos Kawakami. Ton e Meikon disputaram a temporada 2021 do Mundial de Supersport 300, uma classe de base do Mundial de Superbike.

Correndo pela equipe brasileira chefiada pelo ex-piloto Alan Douglas, Ton, de 21 anos, encarou a terceira temporada na categoria e fechou o Mundial com a 13ª colocação, com 57 pontos. Ao longo do ano, o piloto conseguiu uma pole na corrida 1 em Aragão e foi terceiro colocado na corrida 1 na Catalunha.

Meikon Kawakami foi segundo em Misano, atrás de Ana Carrasco (Foto: Divulgação/WSBK)

Meikon, de 19 anos, fez o segundo ano na categoria. Com passagens pelo Mundial Júnior de Moto3, pela Red Bull Rookies Cup e também pela Talent Cup Europeia, o caçula dos Kawakami, que já foi campeão da Moriwaki Junior Cup, fechou 2021 com o oitavo posto na classificação, com 101 pontos, 154 a menos que Adrian Huertas, o campeão.

Em 2021, Meikon foi segundo colocado na corrida 2 em Misano, fez duas voltas mais rápidas e largou duas vezes na primeira fila, já que foi terceiro no grid da rodada dupla de Jerez.

Em 2022, Ton vai seguir no Mundial de Supersport 300, enquanto Meikon vai para o Campeonato Espanhol de Superbike para correr na categoria 600SuperSport.

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