KTM admite arrependimento com aliança forçada com Fernández na MotoGP

Pit Beirer admitiu que errou ao forçar a mão e fazer valer uma cláusula contratual que impediu o espanhol de acertar com a Yamaha e o fez saltar para a classe rainha com a Tech3. Dirigente considerou que foi errado colocar na RC16 alguém que não acreditava no projeto

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A KTM reconheceu que errou ao forçar Raúl Fernández a defender a marca austríaca na temporada de estreia na MotoGP. Pit Beirer assumiu que não foi a decisão adequada fazer cumprir o contrato do espanhol e reconheceu que falhou ao colocar na RC16 alguém que não acreditava no projeto de Mattighofen.

No fim do ano passado, Raúl esteve próximo de assinar com a Yamaha para correr na satélite RNF. A KTM, porém, fez valer uma cláusula contratual que dava a ela a primeira opção com o espanhol na MotoGP, em uma decisão que, aliás, causou muito desconforto, já que o anúncio da chegada de Raúl à Tech3 foi feito antes mesmo de Danilo Petrucci e Iker Lecuona serem informados do desligamento da equipe.

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Fernández, por sinal, tampouco escondeu a insatisfação e disse claramente que não estava subindo para a classe rainha do Mundial de Motovelocidade com quem queria.

“Exercemos uma opção de que agora me arrependo”, admitiu Beirer em entrevista ao site alemão motorsport-total.com. “Nós achávamos que tínhamos percorrido um caminho genial juntos. Simplesmente sentimos que nos pertencia e que não o daríamos de presente”, seguiu.

“Este ano também foi um aprendizado para mim. Você precisa de gente que acredita no projeto e dê tudo. Definitivamente, não foi a mescla adequada”, reconheceu. “Se você atrai um piloto tão jovem para esta categoria, é bom que tenha um líder experimentado nos boxes. Tivemos de aprender isso da maneira difícil”, reconheceu.

Além de assumir o erro na abordagem com Raúl, Beirer reconheceu que a dupla da Tech3 como um todo não está funcionando, já que entende que os dois pilotos não estão “empurrando na direção correta”. O dirigente indicou que Remy Gardner tampouco está garantido na equipe em 2023.

“Ele perdeu a fé e disse que não dava, que a moto não funciona, que não é divertido e que talvez no próximo ano dispute o Mundial de Superbike. Ele simplesmente se deu por vencido”, comentou. “Desde Mugello, depende de nós desenvolvê-lo. Agora ele entende luta e é 11º. Entendeu que é preciso progredir milímetro a milímetro”, detalhou.

Raúl Fernández e Remy Gardner não parecem estar empurrando na direção correta. Ambos se deram por vencidos. Falamos muito com eles e, em Barcelona, tinha um em 11º e um em 15º. Tinham expectativas altas demais e talvez tenham superestimado a categoria Moto2 para eles mesmos”, ponderou. “Pensaram que na MotoGP precisariam de uma moto na qual tudo acontecesse sozinho. Mas veja onde está [Fabio] Quartararo e onde estão as outras três Yamaha. É o piloto que faz a diferença”, frisou.

“Faz 14 dias que estamos dizendo a eles que eles precisam lutar. Como novatos, devem lutar por um ponto de campeonato. E se conseguem um ponto, dois pontos devem ser a meta seguinte. Com Gardner agora deu resultado”, encerrou.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 19 de junho, para o GP da Alemanha, em Sachsenring, décima etapa da temporada 2022. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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