Rivais citam ganho aerodinâmico, mas Ducati garante legalidade da moto: “É mais uma questão política”

Diretor-esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti afirmou que a queixa apresentada por Aprilia, KTM, Suzuki e Honda no Catar é “mais uma questão política do que esportiva”. Diretor-executivo da fábrica de Noale, Massimo Rivola rebateu justificativa de que defletor usado em Losail tem como objetivo esfriar o pneu

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A temporada 2019 da MotoGP começou com polêmica. Quatro das seis fábricas do grid ― Aprilia, KTM, Suzuki e Honda ― apresentaram um protesto questionando a legalidade de um defletor usado pela Ducati na roda traseira das Desmosedici de Andrea Dovizioso, Danilo Petrucci e Jack Miller.

 
 
Enquanto o caso não é julgado, o resultado da pista segue válido, portanto dando a vitória a Andrea Dovizioso, com Marc Márquez e Cal Crutchlow completando o pódio.
No destaque, o polêmico defletor da Ducati (Foto: Ducati/ Arte: Rodrigo Berton)
Tradicionalmente, a Ducati é uma pioneira em inovações aerodinâmicas na MotoGP, mas constantemente tem suas atualizações barradas. A casa de Borgo Panigale, por exemplo, foi a responsável pela introdução das asas que depois acabaram banidas.
 
Diretor –esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti avaliou que o protesto de domingo é uma repetição dos questionamentos que já aconteceram antes. 
 
“Acredito que esta é mais uma questão política do que esportiva”, disse Ciabatti à publicação inglesa ‘Autosport’. “Nós vimos antes como alguns tentaram restringir inovações técnicas aerodinâmicas da Ducati no campeonato”, comentou.
 
“E nós já dissemos muitas vezes que, do nosso ponto de vista, isso não faz bem nenhum ao campeonato”, defendeu.
 
Ainda, Ciabatti reforçou que a Ducati tem convicção da legalidade da peça, já que confia nas informações passadas por Danny Aldridge, diretor-técnico da MotoGP.
 
“Nós estamos calmos, porque sabemos que seguimos o regulamento técnico”, garantiu Paolo. “Tem uma circular que foi distribuída entre os times no dia 2 de março que especificou claramente que você podia usar este tipo de defletor na traseira da moto”, relatou.
 
“Se tivéssemos considerado que este elemento pudesse acarretar em uma punição, não teríamos utilizado. Mas não é assim”, declarou. “A Yamaha já usou um defletor bastante similar no ano passado em Valência para direcionar a água para longe da roda. De qualquer forma, a classificação é provisória até que exista uma solução”, completou.
 
Novo diretor-executivo da Aprilia, Massimo Rivola explicou que as fábricas rivais consideram o defletor instalado pela Ducati como uma peça aerodinâmica. 
 
“Em 19 de fevereiro, chegou um esclarecimento de Danny Aldridge confirmando que isso poderia ser utilizado em caso de chuva. Aí, em 2 de março, chegou um novo esclarecimento explicando que o dispositivo não podia ter nenhum efeito aerodinâmico”, contou Rivola ao site italiano ‘GPOne’. “Nós mostramos que, naquela área, ou melhor, na frente da roda traseira, o ar flui muito rápido e, quanto mais rápido o ar, até mesmo uma pequena asa é suficiente para gerar carga”, apontou.
 
“Eles tentaram nos convencer de que o dispositivo é usado não só para defletir água, mas também para esfriar os pneus, algo com que Petrucci, um piloto mais pesado, estava sofrendo”, comentou Massimo. “Aí o dispositivo foi usado por Dovizioso, um piloto mais leve. Além disso, usar um dispositivo para esfriar os pneus no Catar, onde o problema é oposto, com a temperatura caindo à noite, não faz sentido”, ponderou.
 
Ao contrário de Ciabatti, o ex-F1 acredita que a decisão do Painel de Comissário de rechaçar a queixa das quatro fábricas foi “política”, mas insiste que o dispositivo tem finalidade aerodinâmica.
 
“Nós sabíamos que eles rejeitariam nosso protesto. Foi por isso que preparamos uma apelação, mas sabe o que mais? Não deveríamos ser nós a provar que a Ducati está usando um dispositivo aerodinâmico capaz de gerar carga. Eles deveriam demonstrar que este não é o caso com os dados. A decisão de rejeitar o nosso protesto foi política, claro. O fato é que o novo regulamento aerodinâmico foi feito para reduzir o custo dos projetos. Este é o espírito do regulamento. E esta decisão leva as coisas para o lado contrário. Isso permite que você contorne o regulamento, encontrando uma brecha para melhorar a performance. E se uma fábrica tem 20 engenheiros aerodinâmicos e outra só um, muitas soluções podem ser encontradas”, frisou. 
 
“Estou nas corridas há muitos anos e você não adiciona sequer 1,5 grama se isso não melhorar a performance. Não quero ser o cara que vem da F1 e tenta ensinar como as regras devem ser feitas. Não sou um técnico, mas nós precisamos de mais profissionalismo”, disparou.
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