GUIA 2019: Com presença duplicada, KTM tem Pedrosa como trunfo e chance de acelerar evolução da RC16

O pódio de Valência pode ter sido um momento ímpar na história da KTM na MotoGP, mas é a preparação do time que torna 2019 um ano importante. Com presença duplicada no grid, a chegada de Johann Zarco e a contratação de Dani Pedrosa para o posto de piloto de testes, a montadora austríaca dá um passo importante em seu processo de crescimento no Mundial de Motovelocidade

A KTM está diante de um ano importante em sua ainda curta história na MotoGP. A caminho da terceira temporada na classe rainha, a marca de Mattighofen chega embalada pela conquista de seu primeiro pódio ― no GP da Comunidade Valenciana do ano passado ―, mas, mais do que isso, tem em sua própria preparação o maior trunfo.

 
Caçula entre as fábricas da MotoGP, a escuderia austríaca duplicou seu esforço no esporte, já que agora conta com uma equipe satélite. A KTM se aliou a experiente Tech3 e agora terá quatro RC16 na pista. E todas na configuração de fábrica.
 
Depois de ‘resgatar’ o time de Hervé Poncharal quando da saída inesperada de Jonas Folger da MotoGP, Hafizh Syahrin ganhou uma nova chance, ainda que não tenha feito a segunda metade de temporada desejada em 2018, e vai formar dupla com Miguel Oliveira. O português deu mostras de seu talento nas classes menores e é a personificação daquilo que a KTM deseja: alguém que esteve com a marca nas divisões menores.
KTM e Tech3 vão trabalhar lado a lado na evolução da RC16 (Foto: Reprodução)
Além disso, a equipe comandada por Mike Leitner também tem um novo integrante. Destaque desde a estreia na MotoGP, Johann Zarco topou o desafio de ajudar a guiar os passos da equipe e chega para formar dupla com Pol Espargaró. Certo ou errado em sua decisão ― que foi tomada de forma precoce e resultou, aliás, na separação do #5 e de Laurent Fellon, que segue como mentor, mas deixou de ser agente ―, o francês já mostrou qualidade e pode ajudar a KTM a avançar com seu protótipo 1000cc.
 
Zarco, por sinal, é o modelo ideal para o método KTM, já que chegou ao Mundial de Motovelocidade depois de passar pela Red Bull Rookies Cup, uma categoria de base apoiada pela fábrica.
 
Responsável pelo primeiro pódio da RC16 na MotoGP, Pol vai encarar um cenário diferente em 2019, já que estava mais do que acostumado com Bradley Smith, de quem já tinha sido companheiro na Tech3. A mudança, no entanto, não parece ter causado um impacto, uma vez que o irmão de Aleix se mostrou confortável nos testes e já falou até em conquistar algo importante no Catar, na abertura da temporada 2019.
 
Agora com Espargaró, Zarco, Syahrin e Oliveira, a KTM tem nas mãos pilotos dos mais diferentes estilos e, com o dobro das informações, terá a chance de acelerar seu processo de desenvolvimento. Além do quarteto, Mika Kallio segue trabalhando nos bastidores e o finlandês já provou mais do que uma vez a qualidade de seu feedback no desenvolvimento do protótipo.
Seu trunfo maior, porém, vai ficar de fora das corridas. Depois de 13 anos com a Honda na MotoGP, Dani Pedrosa se aposentou, mas assinou com a KTM para atuar como piloto de testes. Muito embora os planos da marca tenham sido atrasados por uma inesperada fratura na clavícula, o #26 já teve a chance de provar a RC16 e dar suas indicações aos engenheiros.
Conhecimento de Dani Pedrosa é um trunfo da KTM (Foto: Arnau Puig/Red Bull Content Pool)
AS PIONEIRAS

❀ Danica Patrick – a primeira mulher a vencer uma corrida na Indy e a ser pole na Nascar

❀ Ana Carrasco – a primeira mulher a se tornar campeã mundial de motociclismo
❀ 
Jamie Chadwick – no automobilismo “por acidente” e 1ª campeã no MRF Challenge

Muito embora alguns detratores insistam em minimizar o talento e a importância de Dani para o esporte por conta da falta de títulos na classe rainha, o espanhol têm uma vasta experiência no campeonato e, mais do que isso, conhece a RC213V do avesso. Apesar de KTM e Honda terem uma relação das menos amistosas, a companhia austríaca só pode se beneficiar do conhecimento de Dani, que, aliás, volta a trabalhar com Leitner, que foi seu chefe de mecânicos antes de ir para a KTM. 

 
Numa MotoGP competitiva como é a atual, é claro que não é fácil atingir o mesmo nível de competitividade de Honda e Ducati, por exemplo, mas a KTM segue contando com as concessões, o que lhe permite um desenvolvimento mais acelerado. E, em um cenário como este, ter um grupo maior de pilotos na pista e o talento e conhecimento de Pedrosa à disposição só tem a ajudar. 
 
Mesmo caçula na MotoGP, a KTM tem sua capacidade mais do comprovada. Uma das marcas mais conhecidas e importantes do off-road mundial, a casa austríaca tem um material humano mais do que capacitado trabalhando nos bastidores e, juntos com pilotos de experiência e capacidades distintas, tem em 2019 uma oportunidade de ouro para ganhar mais alguns quilômetros em seu processo de desenvolvimento.
 
A competitividade do grid dificulta ― e muito ― a missão da divisão esportiva comandada por Pit Beirer, mas se alguém se preparou bem para o desafio, esse alguém é a KTM.
 
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