Yamaha avalia erro em renovação precoce com Viñales e diz: “Não deve ocorrer de novo”

Lin Jarvis defendeu a decisão de renovar por dois anos com o espanhol ainda no início de 2020, mas admitiu que a casa de Iwata não deve repetir a estratégia

A tumultuada saída de Maverick Viñales fez a Yamaha avaliar se cometeu um erro ao renovar com o espanhol até 2022 antes mesmo do início do campeonato de 2020 da MotoGP. Diretor da equipe, Lin Jarvis considerou que a decisão fazia sentido na época, mas ressaltou que a fábrica de Iwata não deve tomar uma decisão semelhante no futuro.

Ainda em 28 de janeiro do ano passado, a marca dos três diapasões confirmou a extensão do vínculo do ‘Top Gun’ até 2022. No entanto, 517 dias depois, os japoneses anunciaram que as duas partes tomariam caminhos diferentes já no fim deste ano.

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Lin Jarvis reavaliou as decisões da Yamaha em relação a Maverick Viñales (Foto: Divulgação/MotoGP)

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A situação, porém, piorou. A Yamaha constatou que Viñales fez uma “operação irregular da moto” no GP da Estíria, o que resultou em uma suspensão no GP da Áustria, 11ª etapa do campeonato deste ano. Maverick pediu desculpa por não conseguir controlar a frustração, mas a tentativa de romper propositalmente o motor da YZR-M1 acabou resultando em uma dispensa definitiva.

Assim, Cal Crutchlow, que é piloto de testes da Yamaha, assume o protótipo oficial neste fim de semana, no GP da Grã-Bretanha, com Jake Dixon estreando na MotoGP para substituir Franco Morbidelli na SRT, já que o ítalo-brasileiro segue se recuperando de uma cirurgia no joelho.

Em entrevista à publicação alemã Speedweek, Jarvis reavaliou as decisões da Yamaha, não só a renovação precoce de Viñales, mas também o rebaixamento de Valentino Rossi para a equipe satélite para dar lugar a Fabio Quartararo, e reconheceu que, com as informações que têm hoje, a postura poderia ser diferente.

Questionado se a Yamaha errou liberando Rossi para a SRT e deixando Viñales na equipe de fábrica, Jarvis respondeu: “Nunca se sabe. Muitos imprevistos acontecem neste negócio. Desde então, temos pensado se assinamos o contrato muito cedo”.

“Em junho de 2021, encaramos uma situação em que um piloto que tem contrato de dois anos que quer sair. Nós analisamos se cometemos um erro no nosso processo. Queremos evitar que um cenário similar aconteça uma segunda vez. Mas, naquele momento, o acordo com Maverick era a melhor decisão”, defendeu.

De acordo com o dirigente, a atuação de Viñales em 2019 ― com duas vitórias, outros cinco pódios e o terceiro lugar na classificação da MotoGP ― atraiu o interesse de rivais, o que levou a um acordo precoce com o espanhol.

“Maverick tinha a opção de mudar para a equipe de fábrica da Ducati em 2021 e 2022. Havia uma proposta muito boa da Ducati na mesa”, contou. “E nós todos sabíamos o quão forte Maverick pode ser. Ao mesmo tempo, a mudança de Valentino para a Petronas foi planejada para 2021. Sem Vale, Viñales poderia se tornar o novo líder da equipe em 2021. Achamos que ele sempre esteve ofuscado por Valentino, então com a saída dele do time de fábrica, Maverick poderia crescer bastante neste ano de 2020. Mas isso não aconteceu”, reconheceu.

No ano passado, porém, o destaque da Yamaha na temporada ficou por conta de Quartararo e Franco Morbidelli, que venceram três corridas cada com a equipe malaia. O francês chegou a sonhar com o título, mas despencou na tabela nas etapas finais e acabou em oitavo. O ítalo-brasileiro, por outro lado, foi vice-campeão.

Perguntado se, com as informações que tem hoje, a Yamaha teria optado por renovar o contrato de Viñales por dois anos ainda em janeiro de 2020, o diretor respondeu: “Em retrospectiva, podemos dizer que não devemos tomar uma decisão como esta outra vez. Mas é difícil dizer. Se Maverick tivesse mantido aquele momento da vitória na abertura da temporada 2021, no Catar, e vencido mais três corridas até aqui, todos concordaríamos que tomamos a decisão certa há um ano e meio. É preciso lembrar, também, que ninguém imaginava a situação da pandemia naquela época. Ninguém sabia que a temporada 2020 não começaria até julho. Muitas coisas influenciaram o que aconteceu”, apontou.

“Às vezes, você ganha com decisões como estas, mas, às vezes, você perde”, concluiu.

MotoGP volta a acelerar no próximo dia 29 de agosto, com o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.

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Obrigada, Vale
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