GUIA 2024: Piastri ganha experiência e vira peça-chave para sucesso da McLaren na F1

Muitas expectativas foram colocadas em cima de Oscar Piastri antes do início da temporada passada. O piloto australiano teve uma carreira de enorme sucesso nas categorias de base e, por isso, era visto como alguém com um futuro promissor na Fórmula 1. Mostrando competitividade e maturidade ao longo de todo o ano, o jovem de Melbourne surpreendeu positivamente e provou que tem muito a entregar em 2024.

Após sagrar-se campeão da atual FRECA em 2019, da Fórmula 3 em 2020 e da Fórmula 2 em 2021, o caminho para a F1 era algo lógico, mas a chegada à categoria principal não aconteceu da maneira que Piastri imaginava: Alpine e McLaren disputaram a contratação no tribunal.

Depois de apoiar o #81 ao longo de toda a carreira júnior e ser surpreendida com o inesperado anúncio da saída de Fernando Alonso para a Aston Martin em 2023, a equipe francesa esperava contar com o australiano para ocupar a vaga ao lado de Esteban Ocon. No entanto, o pupilo de Mark Webber se recusou a competir pela escuderia e declarou que já havia feito um acordo com a McLaren para o ano seguinte. O caso foi parar no Conselho de Reconhecimento de Contratos da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), com o time de Woking saindo vencedor.

Piastri surpreendeu positivamente durante sua primeira temporada vestindo o macacão laranja-papaia e agradou o CEO da esquadra, Zak Brown, que decidiu renovar o contrato do australiano antes mesmo do fim do certame, em setembro.

Em sua primeira temporada, Oscar conquistou 97 pontos, subiu no pódio em duas oportunidades, venceu a sprint do GP do Catar e terminou o Mundial de Pilotos na nona colocação. Resultados satisfatórios se considerarmos o fato de que a McLaren não teve um carro realmente competitivo até o GP da Áustria, décima etapa do campeonato, em julho.

É difícil avaliar com precisão o desempenho de Piastri até a corrida no Red Bull Ring. O rapaz terminou na zona de pontuação apenas duas vezes ao longo das dez primeiras etapas do campeonato — no GP da Austrália, em abril, e no GP de Mônaco, realizado em maio. Porém, o #81 chegou bem próximo de Lando Norris em praticamente todas as corridas, terminando até à frente de seu companheiro em algumas oportunidades.

Apesar das atualizações apresentadas pela equipe na Áustria, o pacote foi introduzido inicialmente apenas no carro #4, e Piastri só se beneficiou das mudanças na etapa seguinte, em Silverstone. Lá, o jovem de 22 anos começou a colocar as manguinhas de fora e a mostrar o verdadeiro talento, se classificando em terceiro e terminando a corrida em quarto.

O auge foi entre o GP do Japão e o GP do Catar. Em Suzuka, no fim de setembro, Oscar conquistou o primeiro pódio, terminando em terceiro. No mês seguinte, no circuito de Lusail, foi ainda melhor: o australiano venceu a corrida sprint no sábado e carimbou mais um top-3 na carreira no dia seguinte, desta vez, terminando na segunda colocação.

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A boa segunda metade de ano deixou claro que pode se esperar mais de Piastri em 2024. O próprio Zak Brown elogiou o novato por sua “paciência, atitude e habilidade técnica”. De fato, essas três características resumem bem o que foi a temporada.

Apesar do início ruim de 2023, Oscar demonstrou compreensão e nunca criticou a equipe publicamente, mas permaneceu trabalhando e ajudando no desenvolvimento do MCL60. Os frutos de sua paciência e determinação foram colhidos logo e, com seu talento natural — e um carro competitivo — mostrou ter condições de alçar voos mais altos com o time de Andrea Stella.

Ignorando a posição de novato, Piastri não se intimidou e protagonizou duelos interessantes contra nomes mais experientes como Norris, no GP da Itália, e George Russell, no GP dos Estados Unidos, por exemplo. Atitude é a marca de todo campeão e isso não faltou ao calouro.

Todos os atributos mencionados tornaram Oscar um competidor para se ficar de olho na temporada que se inicia no dia 2 de março, no Bahrein. O jovem de Melbourne agora entende muito mais o carro, conhece todas as pistas do calendário e está familiarizado com a dinâmica da F1 — em outras palavras, está mais experiente, e esse é um ponto-chave importante.

Além disso, o próprio Piastri exala confiança. Seu aspecto frio e calculista não lhe deixa ceder à pressão e o coloca em uma posição favorável frente aos rivais. Com um carro melhor em mãos será possível conquistar novos pódios e, talvez, brigar por vitórias.

O duelo interno contra Norris é algo que vai evoluir naturalmente. A relação entre os dois ainda é morna e respeitosa, mas com a melhora do MCL38 e mais disputas por posições importantes, é natural que o ambiente mude. Como já indicou mudar em momentos de 2023, diga-se.

Porém, ficou claro durante os testes de pré-temporada que, antes de duelarem entre si, Norris e Piastri possuem dois problemas para resolver: Red Bull e Ferrari. A equipe de Milton Keynes já era a grande favorita antes mesmo das atividades no circuito de Sakhir, mas a escuderia de Carlos Sainz e Charles Leclerc surpreendeu positivamente e se posicionou como a maior força do grid depois dos taurinos.

A McLaren precisa continuar na esteira do que foi visto na temporada passada e evitar problemas internos, reunindo os esforços e desenvolvendo o novo bólido para conseguir competir com as concorrentes. O crescimento de Piastri como piloto e sua colaboração com Lando serão importantes para dar à esquadra inglesa o impulso necessário desde a primeira etapa até a última rodada em dezembro.

A Fórmula 1 abre a temporada 2024 no próximo fim de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, com o GP do Bahrein. O GRANDE PRÊMIO transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após cada dia de atividade.

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