Aleix Espargaró é espectador de Quartararo x Bagnaia e precisa torcer por imprevisível

Aleix Espargaró apostou algo interessante com seu irmão, Pol. No início do ano, em entrevista, ele revelou que havia apostado com o piloto da Honda que venceria antes dele na MotoGP. A Aprilia não tinha tanta força àquela época para ele ter certeza de que venceria… mas venceu. E se apostasse que chegaria a ser postulante ao título de 2022, o prêmio seria ainda maior.

É verdade que o espanhol de Granollers construiu uma história sólida na categoria e é bastante respeitado pelo trabalho de desenvolvimento, tanto pelo que fez nos tempos de Suzuki, como pelo que faz com a Aprilia. A grande questão, no entanto, era sobre o real potencial de sua equipe nesta temporada.

De fato, o rumo do time começou a mudar com a chegada de Massimo Rivola. Vindo da Fórmula 1, o italiano conseguiu reorganizar a equipe e ainda liberar Romano Albesiano para focar só na parte técnica.

Só que, apegada a Andrea Iannone, o time de optou por esperar o julgamento do recurso contra a suspensão de 18 meses imposta pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) após um teste positivo para doping. O voto de confiança pode até ter sido fofo, mas foi um erro grosseiro, já que o Tribunal Arbitral do Esporte aceitou os argumentos da Agência Mundial Antidoping e ampliou o gancho para quatro anos.

LADO A LADO
# Francesco Bagnaia em 2021 x Francesco Bagnaia 2022

CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP
🧮 Quartararo tem dia duro na Tailândia e vê Bagnaia ceifar vantagem

Sem Ianonne e recusada por novatos (Marco Bezzecchi, Joe Roberts e Fabio Di Giannantonio), coube a Espargaró defender a honra da Aprilia. E fez bem. Ele alcançou um pódio, conquistado no GP da Inglaterra. Embora tenha sofrido um número alto de abandonos — cinco, no total —, não finalizou nenhuma corrida abaixo do top-10. Foi, obviamente, o melhor piloto no comando da RS-GP.

Ainda que a equipe tenha ficado 121 pontos atrás da campeã Ducati, a expectativa era de que eles poderiam extrair mais da moto para o ano seguinte. E conseguiram, já que Aleix se adaptou muito bem em 2022. Já na Argentina, terceira etapa, conquistou seu primeiro triunfo, bem como para sua equipe na MotoGP. Além disso, tem mais duas poles e seis pódios. Um grande passo para ele, que também tem ao seu lado como companheiro um renovado Maverick Viñales.

É por isso que, a três rodadas para o fim do campeonato, ele está apenas 20 pontos atrás do líder Fabio Quartararo. Seria, portanto, possível a conquista do título?

Bom, embora a resposta seja positiva no papel, as coisas na realidade são diferentes. Quartararo matém a ponta — apenas por dois pontos, é verdade — e tem a experiência e agilidade necessárias para batalhar contra o vice-líder, Francesco Bagnaia. O italiano, por sua vez, detém a melhor moto do grid e pode se beneficiar pelas diversas Ducatis no grid.

Nunca foi fácil para Espargaró mostrar sua verdadeira capacidade, tampouco será agora. Mas numa temporada em que o imprevisível comanda, o espanhol sempre pode contar com uma ou outra vantagem. Talvez suficiente para o título, talvez não.

Fato é que algo importante ele já ganhou (e provou) em 2022: sua aposta com Pol.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 13, para o primeiro dia de treinos livres para o GP da Austrália, em Phillip Island. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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