GUIA 2025: Chantra chega com força do passaporte e vira ativo valioso para MotoGP
Com ou sem o preparo necessário para alcançar a MotoGP, Somkiat Chantra desembarca na classe rainha do Mundial de Motovelocidade trazendo junto a força do Sudeste Asiático
SOMKIAT CHANTRA VEM AÍ. Aos 26 anos, o piloto natural de Chon Buri, na costa leste do Golfo da Tailândia, faz história como o primeiro tailandês a competir na MotoGP. E a força do passaporte é justamente uma peça chave nessa promoção à elite do motociclismo mundial.
Chantra vai correr com a LCR, uma equipe que, não só pelos laços com a Honda, mas também pela força de um patrocinador também japonês, reserva uma das vagas para um piloto do Japão. Nos últimos anos, a posição foi ocupada por Takaaki Nakagami, mas depois de sete temporadas sem resultados muito expressivos, ‘Taka’ se aposentou e assumiu o posto de piloto de desenvolvimento da HRC.
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O herdeiro natural da vaga era Ai Ogura, que cultivou laços com a Honda ao longo de toda a carreira. Campeão da Moto2 no ano passado, o japonês, porém, escolheu seguir outro caminho. Ogura surpreendeu e assinou com a Trackhouse, saltando para a MotoGP com uma equipe privada da Aprilia.
Com Ai fora da lista de alternativas e sem nenhum outro japonês que pudesse dar o salto, a LCR ampliou o leque e passou a mirar em um piloto asiático. E foi aí que Chantra entrou em cena.

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Até então, Somkiat tinha um currículo modesto. Dono de duas vitórias na Moto2 — conquistadas em 2022 e 2023 — e com seis pódios no total, o tailandês tem como melhor resultado na carreira o sexto lugar do Mundial de Pilotos de 2023.
No balanço geral, o histórico não era dos mais efusivos para o campeão de 2016 da Talent Cup da Ásia, mas força do passaporte pesou mais do que qualquer coisa. Não que Chantra seja um piloto desprovido de talento, mas ainda faltava a ele um pouco mais de regularidade.
Para complicar, a estreia será com uma Honda que ainda não tem a RC213V no melhor momento. Além disso, Johann Zarco é quem estará do outro lado da garagem. Ou seja, o padrão de comparação será com um bicampeão da Moto2.
Se o desafio na pista será grande, ainda mais pela duração do contrato, que é de apenas um ano, não dá para ignorar que Chantra é um ativo valioso para a MotoGP.
O Sudeste Asiático é uma região importante para a indústria de motos, e a Tailândia, além de ser um mercado consumidor de peso, é também apaixonada pela MotoGP. Assim, os fãs ganham representatividade na categoria, um componente de identificação importante para atrair cada vez mais fãs.
E pesa a favor de Chantra o fato de ele ser um potinho de carisma. Sempre sorridente, o piloto de Lucio Cecchinello tem tudo para conquistar os fãs e, quem sabe, atrair mais e mais gente para MotoGP.
No campo da competitividade, o desafio promete ser grande. E Chantra vai ter de correr contra o tempo para crescer e assegurar uma renovação de contrato.
A MotoGP volta às pistas neste fim de semana, com o GP da Tailândia, em Buriram, abertura da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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