A Fórmula E está prestes a disputar sua etapa de encerramento em Seul, entre os dias 13 e 14 de agosto, e o GRANDE PREMIUM relembra dez corridas marcantes da temporada 2021/2022

O encerramento da última temporada dos carros Gen2 está próximo na Fórmula E. Nos dias 13 e 14 de agosto, a categoria realiza sua última etapa do ano em Seul, na Coreia do Sul, quando também irá coroar o grande campeão mundial e aposentar de vez os monopostos de segunda geração — os Gen3 já estão sendo testados e o grid já está se formando, com várias modificações para o ano que vem.

Sendo assim, o GRANDE PREMIUM relembra dez corridas marcantes da temporada 2021/2022. Cada uma delas tem seu motivo para chamar atenção: teve a primeira vitória de um piloto na categoria, o domínio total de um final de semana por um dos postulantes ao título, acidente grave, muita briga pela liderança do campeonato e o Brasil no topo do pódio. Confira!

1. eP de Diriyah 1

A primeira corrida da temporada, claro, precisava ser mencionada na abertura da lista. A corrida 1 da Fórmula E em Diriyah abriu o campeonato com uma vitória de Nyck de Vries, indicando que o #17 retornaria à disputa após a conquista do título com mais fome do que nunca. No entanto, foi apenas passageiro: o neerlandês perdeu ritmo ao longo da temporada e se afastou da briga pelo título, ainda que tenha vencido mais vezes do que o líder do campeonato — seu companheiro de Mercedes, Stoffel Vandoorne.

E por falar em Vandoorne, a primeira corrida da temporada teria trazido uma prévia do que pode ser visto na briga pelo título do campeonato — se o belga não tivesse cometido um erro grave, que comprometeu sua corrida. Stoffel liderava a disputa quando partiu para a ativação do modo de ataque, mas simplesmente errou o traçado externo que lhe daria a potência extra.

Como a ativação é obrigatória, o piloto teve que passar novamente pelo trecho e perdeu a oportunidade de alcançar De Vries, que aproveitou o erro para tomar a liderança e não perder mais. O campeonato começava de maneira frustrante para Vandoorne.

Pódio: Nyck de Vries, Stoffel Vandoorne e Jake Dennis.

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Nyck de Vries abriu o ano com vitória em Diriyah (Foto: FIA Fórmula E)

2. eP da Cidade do México

A terceira corrida da temporada da Fórmula E, primeira disputada em regime de jornada única — com apenas uma corrida no fim de semana, aos sábados — reservou um momento histórico para uma das marcas mais tradicionais da história do automobilismo. A prova, disputada no Circuito Hermanos Rodríguez, representou a primeira vitória da Porsche na Fórmula E — quebrando uma marca que perdurava desde a entrada da montadora na categoria, em 2019.

O time alemão já havia batido na trave três vezes, com três segundos lugares de André Lotterer: em Diriyah-2019, Berlim-2019 e Valência-2020. No entanto, nunca tinha subido ao lugar mais alto do pódio na categoria de monopostos elétricos.

E justamente no momento em que a equipe passou a cogitar sair da Fórmula E por não estar colhendo os frutos, Pascal Wehrlein aproveitou uma estratégia certeira da Porsche para garantir a dobradinha da equipe, que ainda teve André Lotterer na segunda colocação.

O plano da Porsche era de salvar bateria ao longo de determinados momentos da prova — o que fez com que os dois pilotos perdessem posições —, para soltar tudo na reta final e galgar as posições necessárias. Deu mais do que certo, e o carro do vencedor Wehrlein cruzou a linha de chegada com pouco mais de 9s de vantagem para o terceiro colocado.

Pódio: Pascal Wehrlein, André Lotterer e Jean-Èric Vergne.

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3. eP de Roma 2

A etapa de Roma marcou o renascimento de um dos postulantes ao título, em um campeonato no qual Mitch Evans parecia fadado ao fracasso. A conta é simples: o piloto da Jaguar havia somado apenas um ponto em três corridas antes de chegar à capital italiana, e nas duas provas daquele final de semana alcançou simplesmente 50 tentos.

Evans permanece como o único piloto do grid a vencer as duas de uma mesma rodada dupla na atual temporada e só voltou a sair sem pontos na 11ª corrida, em Nova York. Foi a etapa de afirmação do neozelandês, que não precisou nem mesmo marcar a pole-position para dominar completamente o fim de semana.

A partir daí, Evans passou a ser realmente cotado na briga pelo título. Quarto colocado na maior parte do campeonato — que naquele momento via Jean-Èric Vergne assumir a liderança —, o piloto da Jaguar manteve a regularidade ao longo da temporada e chega à última etapa praticamente como o único que pode ameaçar uma conquista de Vandoorne. Sem Roma, nada disso aconteceria.

Pódio: Mitch Evans, Jean-Èric Vergne e Robin Frijns.

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Roma foi dele: Mitch Evans atropelou os concorrentes e fez 50 pontos em duas corridas (Foto: Fórmula E)

4. eP de Mônaco

O eP de Mônaco dispensa muitos comentários: foi simplesmente a única vitória da temporada de Stoffel Vandoorne, líder do campeonato a uma etapa do fim e com uma mão e meia na taça de campeão. Em uma corrida que costuma despertar reações negativas na F1, por exemplo, a Fórmula E realizou uma excelente prova, com diversos momentos de ultrapassagem e muita disputa pelo primeiro lugar.

Largando em quarto, Vandoorne usou bem a estratégia e aproveitou a entrada do safety-car na pista, acionado por uma batida de André Lotterer, para tomar a ponta do pole Mitch Evans. Dominante no traçado monegasco — e feliz por ter dormido em sua própria cama —, o piloto da Mercedes não largou mais a ponta e conquistou sua primeira e única vitória até aqui.

Apesar da pouca quantidade de triunfos, a regularidade marcante da temporada de Vandoorne é o que coloca o piloto na liderança antes da última etapa de 2022. Stoffel só saiu zerado de uma corrida no ano inteiro, quando terminou em 11º no México. Além disso, foram nada menos do que sete pódios em 14 etapas, a melhor marca do grid.

Pódio: Stoffel Vandoorne, Mitch Evans e Jean-Èric Vergne.

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5. eP de Berlim 1

A primeira pole a gente nunca esquece, não é mesmo? Pois Edoardo Mortara, vice-campeão da Fórmula E no ano passado, nunca havia largado na posição de honra até chegar a Tempelhof, Berlim. O suíço dominou as duas classificações do final de semana e assegurou sua primeira pole da carreira no sábado, repetindo o feito no domingo.

Na corrida em si, o piloto aproveitou a ótima estratégia da Venturi e andou sempre entre os primeiros, perdendo a ponta somente nos momentos em que precisou ir ao traçado externo para ativar o modo de ataque. A movimentação ficou toda guardada para o meio do pelotão, que se envolveu em muitas disputas por posição.

Stoffel Vandoorne, por exemplo, foi um deles. O líder do campeonato, em mais uma demonstração do por quê de estar no topo da tabela, largou na oitava colocação e se manteve longe de acidentes para chegar em terceiro no final.

Pódio: Edoardo Mortara, Jean-Èric Vergne e Stoffel Vandoorne.

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6. eP de Jacarta

A primeira corrida da história da Fórmula E em Jacarta reservou uma prova bastante disputada, com várias equipes traçando diferentes estratégias — incertas sobre qual o melhor plano a se adotar no calor extremo da Indonésia — e uma vitória conquistada por Mitch Evans já no apagar das luzes, quando parecia que Jean-Èric Vergne enfim encerraria o jejum de vitórias.

Com a eficiência das baterias seriamente comprometidas devido ao forte calor que fazia na pista de Ancol, todos os pilotos precisaram se preocupar seriamente com a energia de seus carros ao longo da corrida. E a estratégia da Jaguar valeu demais a Evans, que conseguiu se aproximar do líder Vergne e tomou a primeira posição já no fim, trazendo mais um anticlímax ao piloto francês e se tornando o primeiro do grid a vencer três corridas em 2022.

Além disso, o eP de Jacarta trouxe a ilusão de que a briga pelo título permaneceria apertada até o fim da disputa, já que o pior colocado na prova foi justamente o líder do campeonato, Stoffel Vandoorne. Naquele momento, a distância de Vergne para a ponta era de míseros cinco pontos, contra oito de Edoardo Mortara e 12 de Evans. Assim, parecia que os quatro brigariam até o fim. Ledo engano.

Pódio: Mitch Evans, Jean-Èric Vergne e Edoardo Mortara.

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Mitch Evans levou a melhor na estreia da Fórmula E na Indonésia (Foto: Jaguar/LAT Images)

7. eP de Marrakech

Na corrida seguinte, dito e feito: Vandoorne perdeu a liderança. A verdade é que a Fórmula E não planejava correr em Marrakech na temporada 2021/2022, mas restrições sanitárias devido à pandemia impediram a realização da corrida em Vancouver, no Canadá, e fizeram com que o Marrocos recebesse a décima etapa do ano.

E em um final de semana atípico, no qual Vandoorne não conseguiu se encontrar na classificação, os concorrentes aproveitaram para encostar de vez na ponta da tabela. No caso de Edoardo Mortara, que venceu a corrida, valeu até mesmo a liderança do campeonato, que ocupou rapidamente até Stoffel recuperá-la em Nova York — além da terceira vitória no ano, feito que só ele e Evans conseguiram.

Vergne também deixou o belga momentanamente para trás, assumindo o segundo lugar, enquanto Evans encostou de vez e ficou a um ponto do piloto da Mercedes. Uma vez mais, a impressão era de que o equilíbrio seria a marca da disputa até o fim.

Pódio: Edoardo Mortara, António Félix da Costa e Mitch Evans.

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Deu Mortara em Marrakech: piloto da Venturi sobrou e chegou à terceira vitória do ano (Foto: FIA Fórmula E)

8. eP de Nova York 1

Seria impossível a corrida 1 de Nova York não estar nessa lista. Foi simplesmente o local que recebeu o momento mais caótico da temporada até aqui — em um ano que envolveu até mesmo guindaste dentro da pista em Diriyah. A chuva tomou conta da cidade americana no sábado, mas a corrida transcorria normalmente.

Até que o nível de água subiu, os pilotos começaram a aquaplanar e a direção de prova optou por manter a corrida em andamento. Resultado: Nick Cassidy, que liderava com sobras, não conseguiu frear e foi diretamente no muro, em uma batida assustadoramente forte.

Já seria o bastante para suscitar qualquer tipo de preocupação em relação ao piloto, mas na sequência, Lucas Di Grassi e Stoffel Vandoorne passaram pela mesma situação no exato ponto em que Cassidy perdeu o carro. Os dois também foram implacavelmente em direção ao muro e ao invés de se chocarem com as barreiras de proteção, as colisões aconteceram contra o próprio carro de Cassidy.

Cena assustadora, mas que não trouxe consequências graves — com exceção dos carros, que ficaram destruídos — e acabou por não afetar a primeira vitória de Nick na Fórmula E. Mas que deveria, ao menos, trazer um ponto de questionamento na FIA sobre seus procedimentos em situações de resposta rápida.

Pódio: Nick Cassidy, Lucas Di Grassi e Robin Frijns.

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9. eP de Londres 1

De todas as etapas que entraram neste 10+, apenas o eP de Londres teve o privilégio de aparecer com as duas corridas do final de semana. E por motivos distintos. A primeira disputa na ExCel Arena trouxe uma largada tomada por confusões — como já era de se esperar no estreito circuito inglês — e uma vitória inédita na temporada.

Piloto da casa, Jake Dennis não deu a menor chance para os adversários, que estavam mais preocupados com a briga pelo título, e passeou tanto na classificação quanto na corrida 1 para assegurar uma vitória tranquila. Foi também neste momento que Vandoorne começou a se desenhar como um franco favorito à taça, além de confirmar a queda de Jean-Èric Vergne, que havia deixado de pontuar pela primeira vez na etapa anterior [Nova York].

Na etapa de Londres, algo ficou claro: Vandoorne tem a sorte ao seu lado. Longe de diminuir a competência do piloto mais regular da Fórmula E em 2022, a constatação se refere muito mais aos seus adversários — que tiveram um fim de semana péssimo, começando no sábado com o piloto da Mercedes abrindo vantagem e terminando no domingo quase com a mão na taça.

Pódio: Jake Dennis, Stoffel Vandoorne e Nyck de Vries.

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10. eP de Londres 2

Por fim, a última etapa realizada pela Fórmula E confirmou o que se previa na véspera: Vandoorne está muito próximo de manter o título na garagem da Mercedes. Com um desastre coletivo tomando conta da corrida de seus concorrentes à taça, o belga saiu de 13º para chegar em quarto e mostrar que soma pontos de todos os jeitos — algo que os outros postulantes ao topo da categoria não conseguiram.

Absolutamente todos os rivais de Vandoorne pelo título saíram zerados da segunda corrida: Mortara terminou em 13º depois de não encontrar o ritmo ao longo de todo o final de semana e ainda rodar em situação que envolveu a disputa particular de Pascal Wehrlein e Sébastien Buemi — que precisaram ser separados após a corrida.

Vergne abandonou logo no início e somou sua quarta corrida seguida sem um ponto sequer, e Evans abandonou já nas últimas voltas com um problema no carro — em momento que andava em quarto, à frente de Vandoorne, e separava as duas Mercedes. Após o abandono, a equipe alemã até pediu para De Vries deixar o belga passar, mas o atual campeão recusou o pedido e manteve o pódio até o fim.

Por fim, a corrida 2 de Londres marcou também a primeira vitória de Lucas Di Grassi na temporada, sua primeira pela Venturi. Com o primeiro lugar, o brasileiro empatou com Sébastien Buemi em 13 triunfos e se tornou o piloto mais vencedor da história da categoria. Apesar de ver Dennis novamente largar na pole, o #11 fez uma corrida inteligente, teve paciência para atacar o britânico no momento certo e competência para defender a liderança até o final.

Pódio: Lucas Di Grassi, Jake Dennis e Nyck de Vries.

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