Brivio pede “público mais perto” da MotoGP, mas avisa: “Não existe só geek que sabe tudo”

Chefe da Trackhouse, Davide Brivio avaliou que o esporte atual é também um “pretexto para reunir pessoas”. O dirigente defendeu que a MotoGP siga buscando alternativas para atrair a audiência e colocou não apenas a Fórmula 1, mas também o tênis e a NBA como exemplos.

Um dos mais experientes e vitoriosos chefes de equipe da MotoGP, Brivio retornou ao paddock neste ano após passar três temporadas trabalhando com a Alpine na F1. Ciente do crescimento recente da categoria regulada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Davide avaliou que é importante tê-la como fonte, mas descartou uma cópia pura e simples das medidas colocadas em prática para atrair um novo público.

“Nós devemos sempre e constantemente buscar a melhora”, defendeu Brivio em entrevista ao site italiano GPOne. “Olhar para a Fórmula 1 é bom, pode ser uma fonte de experiência para algumas coisas, mas não devemos copiar e colar, isso não funciona. Você precisa de novas ideias e, para fazer isso, não pode se limitar à F1, mas olhar o futebol, o golfe, o tênis e muitos esportes diferentes”, seguiu.

“Na era moderna, o esporte — quer a gente goste ou não — é movido pelo negócio. Nós, entusiastas, gostamos de falar de pilotos e performance, mas temos de estar cientes — e não escandalizados — de que tudo isso deve ser sustentável, portanto, é preciso existir companhias dispostas a investir, espectadores para virem às corridas, interesse dos canais de TV. Precisamos de tudo isso para continuar fazendo nosso esporte e temos de tentar encorajar isso o máximo possível”, ressaltou.

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Questionado se tem alguma solução, Brivio respondeu: “Não tenho uma ideia em especial, mas acredito que agora é muito importante trazer o público mais e mais próximo. Você precisa ir ao encontro do público e não esperar que chegue”.

“Por exemplo, você pode organizar áreas de fãs, ter uma abertura geral mais ampla”, sugeriu. “Temos sempre de pensar que o público não é heterogêneo, não existe só aquele geek que sabe de todos os detalhes, mas também o amigo dele, que veio para fazer companhia e nem sequer sabe qual o número do [Francesco] Bagnaia. Uma das milhares coisas a fazer é organizar atividades para entreter os espectadores. Uma partida de futebol não é apenas os 90 minutos de jogo, tem lounges, várias atividades antes e depois. Na Fórmula 1, tem shows na noite de sábado. A NBA é uma festa familiar, com clubes e restaurantes”, indicou.

Davide avaliou que a MotoGP precisa encontrar uma maneira de ser interessante também fora da pista, já que entende que o esporte atual é um “pretexto para reunir pessoas”.

“Cada esporte tem a própria característica. Precisamos entender como torná-lo interessante também fora, no nosso caso, dos 45 minutos da corrida ou dos 25 minutos da sprint”, considerou. “Pode ser um jogo de futebol ou basquete, uma corrida de F1 ou MotoGP, mas o esporte se tornou um pretexto para reunir pessoas e, quando você consegue fazer isso, você tem de oferecer a elas o máximo possível”, continuou.

“Isso não é fácil, você precisa ser criativo. E me parece que estão tentando até na MotoGP”, concluiu.

A MotoGP volta a acelerar entre os dias 22 e 24 de março, em Portimão, em Portugal, com a segunda etapa do campeonato de 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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