GUIA 2022: Schumacher e Tsunoda entram em segundo ano pressionados por menos erros

Mick Schumacher tem de parar de dar prejuízo para a Haas, enquanto Yuki Tsunoda precisa se aproximar do desempenho de Pierre Gasly na AlphaTauri

A adaptação para a Fórmula 1 não é fácil: são poucos os pilotos que chegam e impressionam logo de cara na principal categoria do automobilismo mundial, e a vida foi complicada para os três novatos de 2021. Mick Schumacher e Yuki Tsunoda têm mais uma oportunidade de mostrar talento em 2022, enquanto Nikita Mazepin já deixou a categoria após apenas um ano por conta do imbróglio financeiro e esportivo causado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

Mick chegou como grande promessa após conquistar o título da Fórmula 2 em 2020 com a Prema e com a chancela da Ferrari, além, claro, do sobrenome mais potente possível. Mas o alemão teve muitas dificuldades em uma Haas que andou sozinha o ano inteiro no fundo do grid e que estava completamente focada na mudança de regulamento. Então, 2021 era um rito de passagem, um grande ensaio-geral para um 2022 de objetivos reais.

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Schumacher tinha um carro instável nas mãos, mas isso por si só não justifica o fato do piloto de 22 anos ter sido o que mais deu prejuízo para sua equipe por batidas. No total, foram mais de € 4 milhões – cerca de R$ 22 milhões, na cotação do dia – em gastos para reparos. Mesmo com tantos problemas, Mick viu algumas pequenas vitórias no ano de estreia, como o GP da Turquia, quando conseguiu um feito ao passar para o Q2.

Mick Schumacher durante testes de pré-temporada no Bahrein (Foto: Haas)

Em 2022, o filho do heptacampeão Michael Schumacher chega com muito mais conhecimento sobre o funcionamento de sua equipe e da categoria. Estar mais familiarizado com os circuitos também será uma vantagem para achar mais rapidamente os setups necessários para as corridas. Contar com um veterano como Kevin Magnussen como companheiro também pode ajudá-lo, mas apenas se o jovem souber fazer uso. E, é evidente, se não for enterrado no confronto direto com o dinamarquês. Não é mais novato, afinal.

Um ano de experiência sempre foi algo essencial na trajetória do alemão. Sim, é importante para qualquer um, mas no caso de Mick se torna algo flagrante. Foi na segunda temporada que conquistou os títulos da Fórmula 3 e Fórmula 2. O salto na Fórmula 1 ainda precisa ser sacramentado, mas a Haas acredita que Mick possa já ter dado esse passo adiante no final de 2021.

Schumacher já mostrou seu apreço pelos novos carros desta temporada, mesmo se preocupando com o aumento do peso. A equipe americana começou 2022 com problemas na pré-temporada, mas deu indícios de que será ao menos mais competitiva ao marcar o segundo melhor tempo geral no Bahrein. O que isso quer dizer? É a hora do vamos ver em Sakhir que começa a mostrar. 

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Mick Schumacher terminou com o segundo melhor tempo geral no Bahrein (Foto: Haas)

Quem sabe o alemão não consiga até brigar com Tsunoda na pista, como foi nos tempos de Fórmula 2. O japonês teve em mãos uma boa AlphaTauri em 2021, mas não foi capaz de transformar o potencial do carro em bons resultados e ficou na sombra do companheiro Pierre Gasly.

Apesar de impressionar algumas figuras do paddock na abertura do campeonato, com um nono lugar e algum arrojo no Bahrein, Yuki não conseguiu competir com o francês, terminando mais de 70 pontos atrás na tabela de pontuação. É verdade que Gasly vive o melhor momento da vida e que a comparação se torna de certa maneira injusta, mas Tsunoda errou mais do que o recomendado e se envolveu em massacres verbais contra a equipe ao longo do ano – sobretudo na primeira parte. Mas a AlphaTauri sabia que este era um risco ao colocar um novato no time, já que entende de novatos como poucas equipes, e agora espera colher os frutos do aprendizado em 2022.

O desempenho do japonês nos testes de pré-temporada em Barcelona já surpreendeu o chefe da equipe, Franz Tost, que viu um piloto mais maduro e dando bom retorno para os engenheiros. A experiência com os pneus aro 18 na Fórmula 2 também é outro benefício para Tsunoda em seu segundo ano.

Yuki Tsunoda em sua AlphaTauri (Foto: Red Bull Content Pool)

O piloto de 21 anos também deve valorizar mais a preparação física necessária para pilotar na Fórmula 1, depois de admitir ter subestimado os desafios impostos pelos carros do Mundial. A expectativa agora é por um desempenho mais consistente, menos errático, e mais próximo do companheiro de equipe Pierre Gasly. Pode parecer trivial, mas é um baita pedido. Tsunoda, caso faça isso, estará seguro para uma longa carreira adiante.

Mick Schumacher e Yuki Tsunoda são duas das jovens esperanças da Fórmula 1 em 2022. A categoria retorna neste final de semana, no dia 20 de março, para o GP do Bahrein.

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