GUIA 2024: Magnussen e Hülkenberg têm desafio de entregar muito com pouco na Haas

Kevin Magnussen e Nico Hülkenberg retornam em 2024 com a Haas como a dupla de maior idade da Fórmula 1 e vão precisar se provar com pouco equipamento para disputar posições na pista

A Haas chega para a temporada de 2024 da Fórmula 1 com uma combinação de pilotos das mais experientes de todo o grid. Aos 31 anos, Kevin Magnussen retorna ao time para a terceira temporada seguida, a sétima com o time americano, enquanto Nico Hülkenberg, com 36, vem para seu segundo ano com o time de Gene Haas, no que será sua 12ª temporada na principal categoria do esporte a motor.

A parceria só empata na média de idade com a da Aston Martin, que é carregada pelos 42 anos de Fernando Alonso. Nenhuma outra equipe no grid tem dois pilotos com mais de 30 anos, o que reforça o apreço da Haas por pilotos com bagagem na F1.

Mas, se a dupla de pilotos segue igual, o mesmo não pode ser dito do comando da Haas, que surpreendeu ao mandar Guenther Steiner embora no início de 2024. O japonês Ayao Komatsu, ex-diretor de engenharia da equipe, assumiu o posto e, enquanto Steiner sempre privilegiou pilotos mais experientes e nunca demonstrou muita paciência com os jovens, Komatsu talvez possa pensar em uma abordagem diferente para o futuro.

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Nico Hülkenberg parte para sua segunda temporada com a Haas (Foto: Haas)

Por isso, Magnussen e Hülkenberg vão ter de entregar resultados com muito pouco material à disposição para garantir mais alguns anos na Fórmula 1, já que ambos têm contrato apenas até o fim de 2024. O próprio Ayao já deixou bem claro: a equipe deve começar o ano andando nas últimas posições, pois demorou para começar o desenvolvimento do VF-24.

Não que isso seja uma novidade: a Haas terminou 2023 na última posição com apenas 12 pontos conquistados, com apenas quatro provas entre os dez primeiros. O fato de ter obtido somente um ponto nas últimas 17 corridas destaca um dos problemas crônicos da equipe desde que chegou à Fórmula 1: não conseguir evoluir o carro ao longo da temporada.

“Os pilotos também serão importantes. No ano passado, em termos de dados passados por eles, não fomos capazes de entender as fraquezas”, disse Ayao no início deste ano. E se a dupla atual não conseguir auxiliar na cadeia de desenvolvimento do carro, aumenta a incógnita sobre o futuro de ambos.

Kevin Magnussen parte para sua sétima temporada na equipe americana (Foto: Haas)

A contratação de Hülkenberg para o lugar de Mick Schumacher inclusive veio justamente sob esta justificativa: a de ter um piloto que pudesse carregar o time. E o alemão até correspondeu: faturou nove dos 12 pontos da equipe e se destacou ao longo do ano principalmente com boas posições de classificação, com uma média de posição de grid de largada de 12,32 contra 15,09 de seu companheiro de equipe. O pódio que escapou ao longo da carreira parece agora um objetivo surreal, mas o veterano segue focado.

Ainda assim, Nico já está na F1 há tempo o suficiente para saber também que seu futuro é incerto. “Sei que não estou em uma equipe ou em um carro de ponta, mas meu trabalho é simplesmente tirar o máximo proveito dele e me apresentar da melhor forma possível. Todo o resto se encaixará”, disse o alemão antes dos testes de pré-temporada.

A situação parece um pouco mais preocupante para Magnussen, que viu a batalha interna na Haas ser vencida em 2023 pelo alemão. O vínculo com o time americano é de longa data, e o dinamarquês é responsável pelo momento mais marcante da equipe na Fórmula 1, conquistando a pole-position no GP de São Paulo de 2022, mas o passado não basta para garantir o futuro.

Kevin Magnussen durante dia de filmagens da Haas no Bahrein (Foto: Haas)

O próprio piloto já disse que está diminuindo as expectativas para a temporada. “As expectativas estão sendo muito bem administradas este ano”, disse Magnussen, elogiando o novo dirigente. “Acho que em alguns anos houve um otimismo irreal nas temporadas, e também fui afetado por isso”, admitiu antes dos testes no Bahrein.

Kevin precisa mostrar que é capaz de pontuar com mais frequência e pelo menos igualar a disputa com Hülkenberg, o que não parece ser grande pedida. A demissão de Steiner mostrou que Gene Haas perdeu a paciência e quer ver melhores resultados. O mesmo pode acabar valendo para seus pilotos: Oliver Bearman, reserva do time e também da Ferrari, parece ser um nome forte para 2025 e já tem seis participações de TL1 confirmadas para 2024.

O objetivo da Haas é claro: deixar o último lugar do grid, ainda que o cenário inicial não seja otimista. Magnussen e Hülkenberg precisam dar sinais de que são capazes de influenciar positivamente no alvo final, seja entregando resultados surpreendentes na pista ou fazendo valer da experiência e dos anos na Fórmula 1 para direcionar o desenvolvimento do VF-24.

GRANDE PRÊMIO publica nesta semana um guia completo de tudo que é preciso saber sobre a temporada 2024 da Fórmula 1, que começa no próximo fim de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, com o GP do Bahrein. O GRANDE PRÊMIO transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após cada dia de atividade.

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